Especialistas abordam crescimento de Minas e desigualdades
regionais
Minas Gerais responde por, aproximadamente, 9% do
Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), sendo o 3º maior do País,
atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, mas ainda apresenta muitas
desigualdades entre os municípios. O diagnóstico foi apresentado
pelo professor do Departamento de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Edson Domingues,
durante sua exposição no Ciclo de Debates Piso Salarial em Minas
Gerais, realizado no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais na manhã desta sexta-feira (26/8/11).
Edson Domingues foi um dos expositores do tema "A
economia mineira, as particularidades regionais e o piso salarial
estadual". Os trabalhos da manhã foram coordenados pelo deputado
Rogério Correia (PT). O evento, que foi solicitado pelo deputado
Celinho do Sinttrocel (PCdoB), continua à tarde.
Números da desigualdade -
Conforme estudos feitos em 2009 e 2010 pelo Centro de
Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais (Cedeplar),
ligado à UFMG, a economia de Minas Gerais deve permanecer estável
pelos próximos 10 anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) de 2008 indicam que a região Central responde por
46% do PIB do Estado. O Sul de Minas representa 12,2% e o Triângulo,
11,2%. As menores porcentagens são da região do Noroeste de Minas,
de 1,8%, do Jequitinhonha/Mucuri, de 1,9%, e do Norte, de 4%.
Edson salientou que as regiões que mais devem
crescer nos próximos anos são a Central e o Triângulo,
principalmente devido às exportações, e que o cenário em relação às
desigualdades regionais deve ser semelhante ao que acontece
atualmente, sendo as regiões Norte e Jequitinhonha/Mucuri as mais
pobres. Ele citou que a remuneração média vigente em Belo Horizonte
é de 3,7 salários mínimos e em Novorizonte, no Norte do Estado, é de
apenas 1 salário mínimo, que equivale a R$ 545.
O professor considerou que a proposta de salário
mínimo regional contribuirá para o aumento do consumo e da qualidade
de vida do trabalhador. Se houvesse aumento de 5% nos valores pagos
em Minas, o crescimento do consumo seria de 2%, projetou.
Minas vive fase de aumento de empregos, mas a
maioria está em pequenas empresas
A presidente da Fundação João Pinheiro (FJP),
Marilena Chaves, afirmou que o crescimento do salário mínimo
brasileiro em 2011 foi de 50%, em comparação com 2003. Ela
considerou o aumento é significativo e foi possível devido ao
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País e à política de
reajuste salarial instituída este ano.
Nesse contexto brasileiro, Minas Gerais se
posiciona no 2º lugar no ranking de Estados exportadores, mas em 11º
lugar na tabela de renda per capita. Segundo a presidente da FJP,
isso se deve ao fato de Minas concentrar suas exportações no setor
siderúrgico, "que não gera impostos, nem royalties". A média
de renda per capita do País, atualmente, é de R$ 830 e em Minas, de
R$ 773.
Segundo Marilena, no 1º semestre de 2011, o Estado
gerou mais de 15% de vagas formais no mercado de trabalho. Contudo,
ela ponderou que os salários pagos em Minas tendem a ser mais baixos
porque 99% das empresas são de micro, pequeno e médio porte, que
empregam cerca de 60% dos trabalhadores. A maior porcentagem dessas
empresas está nos setores de comércio (52%) e de serviços (31%).
Presenças - Deputados
Rogério Correia (PT) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB).
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