Ribeirão das Neves pode abrigar polo de produção de bolsas

A exemplo de Nova Serrana, polo calçadista da região Centro-Oeste do Estado, Ribeirão das Neves, na Região Metropolit...

24/08/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Ribeirão das Neves pode abrigar polo de produção de bolsas

A exemplo de Nova Serrana, polo calçadista da região Centro-Oeste do Estado, Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), poderá abrigar um polo industrial de bolsas e similares. O assunto foi debatido na tarde desta quarta-feira (24/8/11) em reunião da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Convocada a requerimento da deputada Luzia Ferreira (PPS) e presidida pela deputada Rosângela Reis (PV), a reunião teve por finalidade debater a viabilidade da instalação de um polo industrial voltado para a confecção de bolsas e similares na RMBH e da criação de um programa de formação de mão de obra para o setor.

Ribeirão das Neves, cidade-dormitório da Grande BH, foi citada pelos convidados e parlamentares como uma das mais atraentes para o empreendimento. O município dispõe de farta mão de obra, que muitas vezes precisa se deslocar para a Capital a fim de conseguir emprego, além de contar também com espaço físico para a instalação das fábricas.

Representando o prefeito Wallace Ventura Andrade, de Ribeirão das Neves, Gualter Costa Filho afirmou que a cidade tem interesse na instalação do polo e dispõe de muito espaço livre para tal. A iniciativa, segundo ele, seria muito proveitosa, na medida em que poderia gerar emprego e renda para a população. Neves é um dos municípios mineiros com um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

Indústria pede incentivos fiscais

Vários convidados presentes à reunião, entre eles o presidente do Sindicato das Indústrias de Bolsas e Cintos (Sindibolsas), Rogério Soares Lima, e o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados (Sindicalçados), Jânio Gomes Lemos, assinalaram que, para a implantação do polo, algumas providências são fundamentais.

Eles citaram, em particular, a revisão da política fiscal, com a isenção ou redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e a readequação das leis ambientais, que hoje se aplicam da mesma forma tanto às pequenas quanto às grandes empresas, como as mineradoras.

O incentivo à formação de mão de obra qualificada, por meio da promoção de cursos pelo Senai, foi outro ponto defendido por eles. A proposta mereceu o apoio também do presidente do sindicato dos trabalhadores do setor calçadista, Rogério Jorge de Aquino, que salientou a necessidade de que esses cursos sejam gratuitos, já que os trabalhadores não contam com recursos para arcar com o pagamento de muitos cursos oferecidos pelo Senai.

Segundo Aquino, o setor calçadista mineiro já contou com 20 mil trabalhadores na base, mas, "devido à guerra fiscal", o sindicato da categoria acabou perdendo 15 mil trabalhadores. Ele afirmou ainda que a indústria de calçados, bolsas e similares é, depois da indústria de alimentos, o segmento que mais emprega em todo o Brasil, contabilizando 2,3 milhões de trabalhadores. Além dos altos impostos, a invasão do mercado por parte dos produtos chineses foi apontada pelos empresários e sindicalistas como um dos principais motivos para o arrefecimento do setor.

Comissão quer negociação entre governo e setor produtivo

A realização de uma rodada de conversações entre os setores interessados, o Governo do Estado e instituições parceiras, como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o Sistema S (Senai, Senac, Sesc e Sesi) e o Sebrae foi uma das propostas debatidas na reunião. Requerimento nesse sentido foi apresentado pela deputada Luzia Ferreira.

Além desse, outros cinco requerimentos foram apresentados, todos de incentivo à indústria de bolsas e similares. Um deles propõe o envio de requerimento ao Ministério da Indústria e Comércio solicitando isenção de IPI para este segmento industrial. Outro, do deputado Duarte Bechir (PMN), propõe encaminhar solicitação ao Governo Federal, com um apelo para que os setores calçadista e de bolsas e similares recebam tratamento tributário diferenciado.

A deputada Rosângela Reis apresentou requerimento propondo que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico promova um fórum de desenvolvimento para discutir as cadeias produtivas de Minas Gerais. Todos os requerimentos serão apreciados na próxima reunião da comissão.

Os representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Philipe Scherrer Mendes e Gabriela Dias, também aplaudiram as propostas e se dispuseram a ajudar na discussão sobre a implementação do polo, dentro dos limites de competência da Secretaria.

Deputada destaca convergência de propostas

Ao final da reunião, a deputada Luzia Ferreira manifestou sua satisfação pela "convergência de ideias e propostas" entre todos e colocou a comissão à disposição dos interessados para intermediar as negociações com governo e instituições parceiras.

O deputado Luiz Carlos Miranda (PDT) defendeu também a união de todos para fazer frente ao avanço dos produtos chineses, que segundo ele tiram postos de trabalho de brasileiros. Duarte Bechir disse esperar que o setor volte a crescer e que o Governo Federal possa criar mecanismos para defender o produto nacional. Bonifácio Mourão (PSDB) afirmou que a Assembleia precisa apoiar todas as iniciativas que visam a favorecer a economia mineira, gerando riqueza para a população e o Estado.

A presidente da comissão, deputada Rosângela Reis, reforçou a necessidade de se buscar a estrutura necessária para que as empresas tenham condição de produzir e gerar empregos. "Esta casa legislativa é o fórum adequado para o debate e para fazer os encaminhamentos necessários com o Governo de Minas", frisou.

Presenças - Deputadas Rosângela Reis (PV), presidente; e Luzia Ferreira (PPS); deputados Luiz Carlos Miranda (PDT), Pompílio Canavez (PT), Duarte Bechir (PMN), Bonifácio Mourão (PSDB) e Fabiano Tolentino (PRTB).

 

 

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