Reajuste de verbas indenizatórias mobiliza servidores do TJ

Oficiais de justiça, comissários da infância e da juventude, assistentes sociais e psicólogos do Tribunal de Justiça ...

22/08/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Reajuste de verbas indenizatórias mobiliza servidores do TJ

Oficiais de justiça, comissários da infância e da juventude, assistentes sociais e psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) lotaram o auditório da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira (22/8/11), durante audiência pública conjunta das Comissões de Participação Popular (CPP) e de Administração Pública. Eles reivindicam o reajuste imediato das verbas indenizatórias pagas pelas diligências realizadas no cumprimento de mandados da Justiça gratuita, que hoje são da ordem de apenas R$ 6,50 nas áreas urbanas e R$ 8,50 nas áreas rurais. Esses valores foram reajustados na semana passada. Até então estavam congelados em R$ 5,00 e R$ 6,50, respectivamente, desde 2008.

Os servidores do Judiciário relataram ainda uma série de dificuldades que enfrentam no dia a dia do exercício da profissão, como a necessidade de usarem seus próprios veículos nas diligências, a dificuldade de acesso aos locais e situações arriscadas do ponto de vista da segurança e da saúde. Por isso, eles defendem, também, o pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade, além da contratação de novos profissionais aprovados em recente concurso público para a Justiça de primeira instância (Justiça Comum e Juizados Especiais), com ênfase para os cargos de psicólogo, de forma a fazer frente à crescente demanda do volume de trabalho.

Deputados presentes apresentaram vários requerimentos, a serem apreciados na próxima reunião da CPP, entre eles o que propõe a criação de uma comissão parlamentar destinada a acompanhar a execução e destinação de recursos orçamentários voltados aos servidores do Tribunal, de autoria do deputado Bruno Siqueira (PMDB). Outro requerimento apresentado propõe que seja solicitada ao governador do Estado a provisão de recursos orçamentários para o Tribunal efetuar o devido pagamento das despesas processuais de assistência judicial, tais como indenização de transporte dos servidores, realização de perícias e outras despesas secundárias.

Convocada a requerimento do deputado Rogério Correia (PT), a audiência pública contou ainda com a presença de outros parlamentares, como o presidente da CCP, deputado André Quintão (PT), que presidiu o início da reunião, e Luzia Ferreira (PPS). Entre os convidados estavam presentes representantes do TJMG e líderes sindicais.

Segundo o autor do requerimento para a realização da audiência pública, o primeiro semestre da Assembleia Legislativa teve uma pauta marcada por constantes mobilizações, manifestações e greves de diversas categorias, em áreas como saúde, educação e previdência. Ele criticou "o tão alardeado choque de gestão", que, segundo frisou, "já está mostrando a sua verdadeira face: arrocho salarial e Estado mínimo, que prejudicam não só o servidor público, mas o serviço público e, com isso, a população". Ele mencionou também que, em face das dificuldades para o Governo do Estado saldar seus compromissos, foi criada a Frente Parlamentar em defesa da renegociação da dívida pública de Minas.

A deputada Luzia Ferreira (PPS) reconheceu as dificuldades enfrentadas pelos servidores da Justiça, mas observou que essas dificuldades existem também em nível nacional, lembrando que a presidente Dilma Rousseff, recentemente, por falta de recursos, também foi obrigada a negar aumento aos aposentados que recebem acima do salário mínimo. A deputada colocou-se à disposição para intermediar uma negociação com o governo, na condição de parlamentar do bloco Transparência e Resultado, de situação.

Quilômetro rodado - Líderes sindicais como Sandra Margareth Silvestrine de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância do Estado de Minas Gerais, Robert Wagner França, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça de Segunda Instância e Claudio Martins de Abreu, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais, insistiram na necessidade de o Tribunal rever os valores pagos aos servidores.

Eles reivindicaram que, a exemplo do que se faz nas ações privadas, as verbas indenizatórias sejam pagas considerando os quilômetros rodados, já que, muitas vezes, os servidores têm que se deslocar a grandes distâncias, vencendo 100 e até 200 quilômetros para entregar um mandado judicial. Além disso, nem sempre conseguem fazê-lo logo na primeira tentativa, tendo que repetir o percurso duas, três e até mais vezes.

O desembargador Dídimo Inocêncio de Paula, representando o TJ, admitiu que os valores pagos aos servidores são baixos, mas destacou que o Tribunal arca sozinho com o custo da assistência judiciária e que os recursos repassados à instituição são insuficientes. Segundo ele, o Judiciário participa com apenas 6% (pouco mais de R$ 2 bilhões) da receita líquida do Estado (da ordem de R$ 37 bilhões) para fazer frente a despesas de pessoal. Por isso, observou que, para atender às reivindicações dos servidores, a instituição precisaria de uma suplementação de recursos. Nesse sentido, solicitou a ajuda do Poder Legislativo, na criação de mecanismos legais de novas fontes de custeio.

Presenças - Deputados André Quintão (PT), presidente da Comissão de Participação Popular; Rogério Correia (PT), autor do requerimento; Luzia Ferreira (PPS) e Bruno Siqueira (PMDB).

 

 

 

 

 

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