Rede subterrânea pode evitar remoções no Aglomerado Santa Lúcia

A construção de uma rede subterrânea de alta tensão pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pode ser a solu...

13/08/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Rede subterrânea pode evitar remoções no Aglomerado Santa Lúcia

A construção de uma rede subterrânea de alta tensão pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pode ser a solução para evitar ou minimizar o desalojamento de cerca de 440 famílias que moram na Vila Santa Rita, no Aglomerado Santa Lúcia, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A proposta foi discutida durante audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na noite desta sexta-feira (12/8/11), na Igreja da Comunidade Tempo da Fé, naquela localidade.

Realizada a requerimento do deputado Paulo Lamac (PT), a reunião teve por finalidade debater a política de planejamento urbano para o Aglomerado Santa Lúcia e o eventual desalojamento das famílias residentes ao longo das linhas de distribuição de energia da Cemig, bem como a relação dessa concessionária com os moradores. A audiência discutiu também as alterações urbanísticas e sociais propostas pela implantação do projeto Vila Viva, parceria do governo federal com a Prefeitura.

O projeto envolve uma área onde moram cerca de 1200 famílias. Dessas, 440 vivem sob a linha de alta tensão e temem perder seus imóveis ou serem desalojadas sem indenização justa durante o processo de intervenções, já que a Cemig pretende aproveitar as mudanças urbanísticas da Prefeitura para fazer melhorias na rede elétrica. O Vila Viva disponibilizará R$ 124 milhões, que serão gerenciados pela Prefeitura por meio da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, a Urbel.

Segundo o deputado Paulo Lamac, é importante garantir a permanência dos moradores na comunidade. A alternativa, segundo ele, seria a construção da rede subterrânea, projeto defendido pelo diretor-presidente da Urbel, Claudius Vinicius Leite Pereira.

Remoções - Moradores e líderes comunitários, como a presidente da Associação Comunitária Habitacional do Aglomerado Santa Lúcia, Patrocínia Alves da Cruz Fulgêncio, que reside na comunidade há 21 anos, e Leonário Rosa da Silva Félix, do Núcleo Habitacional dos Sem Casa do Aglomerado Santa Lúcia, também se mostraram interessados na proposta de construção da rede subterrânea, mas manifestaram preocupação quanto à possibilidade de remoções. Leonário comentou que algumas famílias residem no local há mais de 40 anos.

Por sua vez, tanto o diretor-presidente da Urbel quanto um dos representantes da Cemig presente à reunião, engenheiro Rodolfo de Souza Monteiro, admitiram a possibilidade de remoções em razão das intervenções urbanísticas do Vila Viva e do projeto de reforma da rede de energia. "Remoções poderão ocorrer por questões de segurança, em caso de prédios construídos em áreas de risco", conforme frisou Rodolfo. Ele recomendou aos moradores que evitem obras de ampliação dos imóveis, nesse momento, enquanto aguardam as conclusões dos laudos técnicos, pois a Cemig não hesitará em acionar a Justiça caso os moradores das áreas de risco insistam em ampliar os prédios, construindo novos andares.

Entretanto, segundo disseram ambos, a construção da rede subterrânea poderia reduzir bastante o número de desalojados. Claudius explicou, por exemplo, que as intervenções urbanísticas preveem remoções na rua do Bicão, onde há alguns imóveis em áreas de risco. Para as famílias desalojadas, a solução seria a construção de apartamentos na própria comunidade, com recursos do projeto Vila Viva. "Mas todas essas decisões caberão principalmente à própria comunidade", frisou.

Vila Viva - Já implantado no Aglomerado da Serra, o projeto Vila Viva, segundo o diretor da Urbel, ficará pronto em outubro, com início das obras previsto para o ano que vem. A primeira etapa seria a construção de prédios de apartamentos para reassentar as famílias desalojadas. O projeto prevê também obras de saneamento e melhoria da circulação viária com construção de ruas e urbanização de vias públicas. Os recursos disponíveis são da ordem de R$ 124 milhões, a serem aplicados em obras urbanísticas de todo o Aglomerado Santa Lúcia.

Durante a audiência pública, moradores da comunidade puderam se manifestar e tirar dúvidas com os representantes das empresas. As maiores preocupações giraram em torno da possibilidade de remoções, dos reassentamentos e indenizações.

O deputado Paulo Lamac mostrou-se satisfeito com o resultado da reunião, destacando o bom senso, o diálogo e a construção coletiva. O pastor da Igreja Tempo da Fé, Carlos Eduardo Minho, que está há 25 anos na comunidade, louvou a iniciativa da Assembleia Legislativa e colocou as instalações do templo à disposição da comunidade para dar continuidade ao debate.

Presenças - Deputado Paulo Lamac (PT). Convidados: o vice-presidente do Centro de Defesa Coletiva da Associação Vila Santa Rita, Sebastião Gomes Maia (Tião Russo), o diretor de Projetos da Urbel, Pablo Gontijo Resende, o gerente-regional do Orçamento Participativo Centro-Sul, Waldir de Paula Martins, o diretor-presidente da Urbel, Claudius Vinicius Leite Pereira, os representantes da Cemig, engenheiros Omar de Alvarenga Filho e Rodolfo de Souza Monteiro, e a líder comunitária Patrocínia Alves da Cruz Fulgêncio.

 

 

 

 

 

 

 

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