Comitê da Bacia do Rio Doce vai implantar plano integrado

A implantação do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce, aprovado no ano passado, é o grande desaf...

14/07/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comitê da Bacia do Rio Doce vai implantar plano integrado

A implantação do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce, aprovado no ano passado, é o grande desafio do comitê da mesma bacia. Entre suas prioridades estão cuidar do saneamento urbano e rural da região; ações de convivência com as cheias; a recuperação de áreas degradadas e um programa de educação ambiental. O tema foi debatido pela Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (Cipe-Rio Doce) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (14/7/11).

A Cipe Rio Doce é composta de parlamentares mineiros e do Espírito Santo e elegeu na manhã desta quinta-feira (14), a deputada Rosângela Reis (PV), como sua presidente e como vice, o deputado capixaba, Dary Pagung. A audiência teve o objetivo de discutir o plano integrado e conhecer ações de diversos órgãos para a bacia. A reunião foi solicitada pela prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa, presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, em requerimento assinado pelos deputado mineiros da comissão.

As prioridades do plano foram apresentadas pela prefeita, que também informou sobre os números da bacia. São dez bacias incluindo a do Rio Doce, que fazem parte da Cipe Rio Doce, seis em Minas Gerais e quatro no Espírito Santo. São cerca de 84 mil quilômetros quadrados, com 229 municípios, 201 em Minas e 28 no Espírito Santo, abrangendo uma população de cerca de 3 milhões de habitantes.

A aprovação da agência gestora do plano integrado foi saudada pelos participantes, como importante passo para a execução das ações previstas. O plano contém ações para beneficiar os municípios do Rio Doce, com um custo calculado em R$ 1,3 bilhão, num prazo de dez anos, sendo que a maior parte das ações seriam na área de saneamento, ao custo de cerca de R$ 1 bilhão, segundo informações da representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e do Instituto das Águas de Minas Gerais (Igam), Cleide Izabel Pedrosa de Melo. Para ela, isso mostra que a área é o grande déficit da bacia.

Na avaliação da deputada Rosângela Reis, a defesa da bacia do Rio Doce deve resgatar outra iniciativa que já existiu que é a Frente Parlamentar em Defesa da Bacia do Rio Doce, do Congresso Nacional, objeto de requerimento para que seja reinstalada. Já a deputada Luiza Toledo, ex-presidente da comissão e atual coordenadora no Espírito Santo, disse que a Cipe Rio Doce vai entrar no orçamento do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

O deputado José Henrique (PMDB) lembrou todas as ações da Assembleia na defesa da bacia do Rio Doce, antes mesmo da criação da Cipe e que é preciso que os municípios tenham projetos, sobretudos na área de destinação final do lixo.

O coordenador da Cipe Rio Doce em Minas, deputado Carlos Henrique (PRB), apresentou o cronograma de trabalhos da comissão, com a realização de audiências regionais e seis cidades da bacia. Segundo ele, o objetivo é envolver cada vez mais pessoas no debate, com sua interiorização. A primeira audiência será realizada em Ipatinga em 9 de agosto e a última em 7 de outubro, em Aimorés. Haverá ainda debates em João Monlevade, Itabira, Caratinga e Governador Valadares.

Funasa tem recursos disponíveis para ações do plano

A Fundação Nacional de Saúde tem R$ 4 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento II (PAC II), para a área de saneamento, abastecimento e projetos. Mas segundo o representante da instituição, Daniel Cobucci de Oliveira, apesar da colocação de pelo menos metade desses recursos à disposição das prefeituras, na primeira etapa que se encerra em novembro, a adesão foi baixa. Somente 73 municípios se habilitaram para ações de saneamento e 136 para a elaboração de projetos.

A Funasa já financia projetos de cooperação técnica com vários consórcios mineiros, entre eles o da Zona da Mata, sediado em Viçosa, que tem R$ 3 milhões. Segundo ele, há R$ 54 milhões para serem aprovados para a bacia do Rio Doce, mas o grande problema dos gestores municipais está na qualidade baixa dos projetos.

A opinião foi compartilhada pelo representante da Agência Nacional das Águas (ANA), Rodrigo Flecha Ferreira Alves, para quem a implantação da agência gestora da bacia do Rio Doce vai melhorar a situação. Ele acrescentou que o Instituto Bioatlântica, associação da sociedade civil de direito privado, escolhida como agência pelos comitês, vai assessorá-los no aspecto técnico-operacional. Ele e mais a prefeita de Governador Valadares concordaram que o déficit público na bacia é em relação ao saneamento.

Reparos - Para o representante dos Conselhos Estadual e Federal de Recursos Hídricos, João Clímaco, o plano integrado é o começo de uma série de desafios e "não deve ser visto com ufanismo só porque foi aprovado". Segundo ele, é preciso que a Cipe agora monitore as ações que serão implantadas, além de criar câmaras técnicas de avaliação. Ele disse ainda que o plano precisa rever alguns pontos como a outorga da água na bacia, o enquadramento das classes de água e a mudança na paridade dos comitês.

Já o representante da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Luiz Cláudio Figueiredo, que também é representante da instituição em diversos comitês de bacias, salientou que a Fiemg entende que há muito ainda a ser construído na gestão de recursos hídricos. Ele defendeu que o poder público não se exima de aplicações em saneamento na bacia.

A Fiemg pede ainda mais eficiência na aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança do uso da água, que segundo Figueiredo, nas bacias onde já ocorre, não passa de 35% da arrecadação. Luis Figueiredo disse que a entidade defende a necessidade de mudanças na legislação dos recursos hídricos, para agilizar alguns processos.

Presenças - Deputada Rosângela Reis (PV), presidente; deputados Carlos Henrique (PRB), coordenador da Cipe em Minas; José Henrique (PMDB). E os convidados citados na matéria, além do representante da Copasa, Tilden Santiago; da presidente do comitê da bacia do Rio Suaçuí, Luciane Teixeira e do presidente do comitê da bacia do Rio Paraopeba, Shafith Felipe.

 

 

 

 

 

 

 

 

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