Aprovado em 1º turno projeto de doação de imóvel à Petrobras

Em uma tumultuada reunião na noite desta quarta-feira (13/7/11) no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais...

14/07/2011 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Aprovado em 1º turno projeto de doação de imóvel à Petrobras

Em uma tumultuada reunião na noite desta quarta-feira (13/7/11) no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, marcada por seguidas manifestações de servidores da educação em greve que lotaram as galerias, os deputados aprovaram, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 2.088/11, do governador, que autoriza doação de imóvel à Petrobras na cidade de Uberaba (Triângulo Mineiro). No terreno, com mais de um milhão de metros quadrados, deverá ser instalada uma fábrica de amônia, matéria-prima para a produção de fertilizantes.

Durante os encaminhamentos da votação, vários deputados declararam apoio ao projeto, que tramita em regime de urgência. O deputado Rogério Correia (PT) disse que a proposição representa uma expectativa de investimento do Governo Federal na região em torno de R$ 2 bilhões. Também se posicionaram a favor do projeto os deputados petistas Paulo Lamac, Maria Tereza Lara, Elismar Prado Almir Paraca, além da deputada Liza Prado (PSB).

Após a votação, o projeto seguiu para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, onde recebeu parecer favorável de 2º turno, em reunião na mesma noite.

Obstrução - O PL 2.088/11 foi a única matéria votada das constantes na pauta do Plenário, pois os deputados do bloco de oposição Minas sem Censura deram continuidade à estratégia de obstrução dos trabalhos com o objetivo de promover a abertura de negociação entre o Governo do Estado e os servidores da educação, que estão em greve há mais de um mês.

As manifestações dos deputados oposicionistas começaram durante a votação do requerimento do deputado Rômulo Viegas (PSDB) para que tramite em regime de urgência o PL 5.092/10, do governador, que propõe a criação de cargos de agentes penitenciários e de gestor ambiental, além do reajuste de 10% dos valores de funcionários da extinta Minas Caixa, correção do número de cargos e adequações em quadro de pessoal de instituições, entre outras alterações. Apesar de os deputados do bloco terem optado por se absterem da votação, o requerimento foi aprovado. Antes da votação, falou em nome do bloco a deputada Maria Tereza Lara (PT), manifestando apoio à causa dos servidores em greve. Para a deputada, a questão que mereceria urgência é a negociação entre Governo e servidores.

A votação da indicação de Antônio Abrahão Caram Filho à direção da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG), cujo encaminhamento teve início durante a reunião, acabou não acontecendo, em virtude dos vários pedidos de uso da palavra pelos deputados da oposição. Durante as falas, além de reforçarem o papel a ser cumprido pela agência reguladora no controle dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto no Estado, os deputados aproveitaram para dar apoio aos servidores em greve.

"Estamos obstruindo em solidariedade aos professores", declarou o deputado Carlin Moura (PCdoB). O parlamentar afirmou que o bloco de oposição está fazendo um "trabalho hercúleo" na tentativa de abrir as negociações entre Governo e grevistas. O deputado Paulo Lamac (PT) fez coro ao colega, afirmando que a prioridade neste momento é resolver o impasse dos servidores em greve. Na mesma direção falou o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), declarando que "nada é mais importante que valorizar os servidores". Para ele, os deputados não seriam "dignos do Parlamento" se entrassem em recesso antes que fosse resolvida a situação dos grevistas.

O deputado Almir Paraca (PT) esclareceu que a decisão do bloco não significava uma discordância quanto à indicação, mas sim uma manifestação de "solidariedade à luta dos servidores da educação". Também apoiaram os servidores os deputados Pompílio Canavez (PT) e Elismar Prado (PT).

Projeto sobre construção de rodovia em estação ecológica divide parlamentares

Também não houve entendimentos entre os deputados em relação ao PL 1.759/11, do governador, que altera a área da Estação Ecológica de Arêdes, entre Itabirito e Ouro Preto (Região Central do Estado) para a construção de uma via para o transporte de minério de ferro. O texto prevê que a via deverá ocupar uma área de 9,33 hectares da estação ecológica.

O projeto, que tramita em 1º turno, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça. A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável também opinou pela aprovação do projeto, na forma do substitutivo nº 1, que condiciona a desafetação da área destinada à construção da via à incorporação de uma área de 38,7 hectares à unidade de conservação.

A discussão do projeto foi longa, atravessando a madrugada de quinta-feira (14), com vários deputados se alternado ao microfone para declarar seu posicionamento em relação à matéria. Para o deputado Rogério Correia, causa "estranheza" o fato de o governo, após ter criado a estação ecológica, por meio do Decreto 45.397, de 2010, "ceder às reivindicações" de uma empresa mineradora para a construção da via. De acordo com o parlamentar, o projeto está tramitando com muita rapidez, não havendo tempo para uma discussão mais aprofundada. Ele também fez um apelo para que o projeto seja apreciado após o recesso, para que seja feito um levantamento mais detalhado de suas implicações.

Também se posicionaram contrários ao projeto os deputados Adelmo Carneiro Leão, que defendeu o investimento em ferrovias para o transporte de minérios, e Pompílio Canavez.

Os deputados Célio Moreira (PSDB), Tiago Ulisses (PV), Fred Costa (PHS), Célio Moreira (PSDB) e a deputada Liza Prado defenderam o projeto. O principal argumento foi que a construção ligação viária entre os complexos minerários Pico e Fábrica, que se localizam, respectivamente, em Itabirito e Ouro Preto, reduziria o tráfego de caminhões na BR 040, trazendo mais segurança para os motoristas.

O projeto recebeu em Plenário a Emenda nº 3, do deputado Rogério Correia, que altera a redação do artigo 2º do substitutivo nº 1 para determinar que o uso da área para a construção da via "dependerá de prévia manifestação do órgão responsável pela administração da Estação Ecológica, sem prejuízo da necessidade de licenciamento ambiental, do cumprimento de suas condicionantes e de outras exigências legais". Dessa forma, o projeto será remetido novamente à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que deverá emitir parecer sobre a emenda.

 

 

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