Oposição mantém pauta obstruída e pede diálogo com
grevistas
Durante a Reunião Extraordinária de Plenário, na
manhã desta quarta-feira (13/7/11), a pauta de votações da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais manteve-se obstruída devido
ao impasse nas negociações entre o governo e os servidores estaduais
da saúde e da educação, que estão em greve. Deputados do Bloco Minas
Sem Censura (PT/PMDB/PCdoB/PRB), de oposição, alternaram-se na
tribuna para cobrar a reabertura do diálogo para tentar colocar um
fim à paralisação dos trabalhadores, que já dura mais de um mês.
Da pauta constavam 22 indicações para dirigentes de
órgãos públicos e quatro projetos de lei (PLs), entre eles o que
altera a área da Estação Ecológica de Arêdes, para a construção de
uma estrada entre Itabirito e Ouro Preto (PL 1.759/11), e o que
reajusta os vencimentos dos servidores das polícias Civil e Militar
(PL 2.109/11), ambos do governador.
Assim como ocorreu na Reunião Extraordinária na
véspera, os parlamentares da oposição criticaram os pedidos de
urgência para a tramitação de algumas proposições. Paulo Lamac (PT)
mencionou que a Assembleia teve o semestre inteiro para analisar os
projetos, mas padeceu por falta de quórum. "Por que votar de
afogadilho matérias que não foram adequadamente discutidas?",
questionou.
Carlin Moura (PCdoB) e Rogério Correia (PT)
cobraram a reabertura das negociações entre o governo e os
grevistas, dizendo que não é correto que os deputados entrem em
recesso, previsto para a segunda quinzena de julho, deixando os
trabalhadores da saúde e da educação do Estado na atual situação.
Servidores da Polícia Civil e do Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) também estão em greve,
mas o deputado Rogério Correia salientou que ambas as categorias
estão com as negociações encaminhadas. Em assembleia realizada na
terça-feira (12), servidores do Ipsemg decidiram suspender a
paralisação, e o mesmo deve ocorrer no dia 19 com o pessoal da
Polícia Civil, informou o parlamentar.
Elismar Prado (PT) criticou a falta de diálogo do
próprio Colégio de Líderes da Assembleia com os deputados
oposicionistas e alegou que a oposição tem o direito regimental de
obstruir os trabalhos na Casa. Ele lamentou a pouca disposição do
Poder Executivo para negociar com os servidores e disse que, se o
Governo não os recebe, o último recurso dos trabalhadores é recorrer
aos deputados para que eles tentem dar continuidade às
negociações.
Almir Paraca (PT) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB)
citaram artigos do Regimento Interno da Assembleia para mostrar que
o pedido de urgência para a tramitação de projetos é legítimo, porém
se posicionaram contra o requerimento apresentado pelo deputado
Rômulo Viegas (PSDB), que pede a tramitação em regime de urgência
para o PL) 5.092/11, do governador, que também constava da pauta da
manhã desta quarta-feira. A proposição cria cargos e altera a
estrutura da carreira de agente de segurança penitenciário.
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