Moradores de bairro em Itabira reivindicam terreno

Os moradores do bairro Carlos Drummond de Andrade, em Itabira (região Central), reivindicam um terreno para construir...

06/07/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Moradores de bairro em Itabira reivindicam terreno

Os moradores do bairro Carlos Drummond de Andrade, em Itabira (região Central), reivindicam um terreno para construir suas moradias, já que o prazo para que as famílias deixem o bairro vence em 31 de julho. O pedido foi feito durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na manhã desta quarta-feira (6/7/11).

A reunião, solicitada pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), ocorreu em frente à Prefeitura, onde cerca de 100 pessoas estão acampadas desde 25 de maio. As 300 famílias que moram no bairro Carlos Drummond terão que deixar as casas porque os antigos proprietários da área reivindicam na Justiça a reintegração de posse do terreno. Conforme o presidente da Associação de Moradores do bairro, Adilson Gualberto Campos, as famílias têm sido ameaçadas de desapropriação desde 2009, quando a reintegração de posse foi pedida pelos antigos proprietários, e o Executivo municipal não toma providências para realojá-las. "Queremos que as autoridades reconheçam nossa luta e se posicionem para ajudar a comunidade", pediu.

A moradora Rosa Divina Vaz contou que as famílias melhoraram as condições do terreno para edificar suas casas, pois o local servia como depósito do lixo proveniente de um cemitério. Segundo Rosa, a comunidade plantou árvores frutíferas e criou vias de acesso ao bairro, o que teria valorizado a área. "Para sairmos de lá, queremos outro terreno para construir", afirmou. A moradora Selma Pedrosa relatou as dificuldades enfrentadas por quem deixou as casas para protestar em frente à Prefeitura. "Estamos sem banheiro e sem luz. Por isso, perdemos remédios, carne e leite que ficavam nas geladeiras", contou.

O padre José Geraldo de Melo, da diocese de Itabira/Coronel Fabriciano, reforçou a angústia e o medo das famílias que não têm para onde ir caso a ordem de desapropriação seja cumprida. O religioso fez 11 dias de jejum para tentar sensibilizar o poder público e o interrompeu quando as negociações começaram. Contudo, o padre José Geraldo criticou a alternativa oferecida pela Prefeitura diante da ameaça de despejo das famílias: o abrigo municipal. "O abrigo oferecido é um depósito de coisas velhas e querem fazer de lá um depósito de gente", comentou.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo, destacou que essa foi a quarta audiência realizada pela ALMG sobre o assunto e pediu sensibilidade dos envolvidos para resolver a questão. Durval lamentou a ausência de representantes da Prefeitura, que foram convidados para a reunião.

Prazo - Após a audiência, a Comissão de Direitos Humanos, representantes dos moradores e padres que apoiam a causa se reuniram com o juiz da 1ª Vara Cível de Itabira, André Luiz Pimenta Almeida, que acompanha o caso. As famílias que participaram da audiência pública também foram ao Fórum, para protestar contra a ordem de desapropriação.

Os moradores queriam que o prazo da ação de despejo fosse ampliado, mas o juiz informou que o pedido não poderia ser atendido porque a permanência das famílias no terreno já tinha sido prorrogada. "Entre 2009 e 2011, o movimento e a Prefeitura não apresentaram propostas concretas", ponderou. O deputado Durval Ângelo sugeriu que as famílias continuem pressionando o Executivo municipal para buscar uma saída para o caso.

Presenças - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente.

 

 

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