Policiais civis de Viçosa reivindicam a realização de concurso público

A realização de concurso público e a reestruturação da Polícia Civil foram apresentadas como soluções para resolver o...

01/07/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Policiais civis de Viçosa reivindicam a realização de concurso público

A realização de concurso público e a reestruturação da Polícia Civil foram apresentadas como soluções para resolver o problema dos plantões nos finais de semana e feriados no município de Viçosa, Zona da Mata. A sugestão foi dada pelo presidente do sindicato da categoria (Sindpol), Denilson Martins, que participou, nesta sexta-feira (1º/7/11), de audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada no município. O chefe do 4º Departamento da Polícia Civil de Juiz de Fora, Eduardo da Silva, afirmou que já foi autorizada pelo Estado a realização de um concurso público para a corporação.

O vice-presidente da comissão e autor do requerimento para a audiência, deputado Paulo Lamac (PT), explicou que, durante os fins de semana e feriados, a delegacia e os postos da polícia civil de Viçosa não funcionam. Assim, todas as ocorrências policiais geradas nesses dias precisam ser encaminhadas para o município de Ubá, a 68 quilômetros de Viçosa.

O chefe da Polícia Civil de Juiz de Fora, Eduardo da Silva, explicou que a medida do fim dos plantões foi tomada para adaptar os horários de trabalho dos policiais. "A lei estabelece que o policial deve trabalhar 40 horas semanais. Nós apenas adequamos a nossa carga horária e criamos o plantão regionalizado", disse. Segundo ele, antes dessa adaptação, os policiais chegavam a trabalhar mais de cem horas.

O presidente do Sindepo Minas, Edson José Pereira, afirmou que para garantir o funcionamento durante os finais de semana e feriados, sem aumentar a carga horária prevista em lei, a delegacia de Viçosa precisa de mais cinco delegados, cinco escrivães e dez agentes. Para o presidente do Sindpol, Denilson Martins, o fim dos plantões está diretamente ligado ao sucateamento que a Polícia Civil vem sofrendo. Ele lembrou que os policiais civis estão em greve justamente para lutar pela reestruturação da instituição e pela realização de concurso público.

Segundo ele, o número de policiais civis é o mesmo da década de 80, enquanto a população do Estado e o número de policiais militares praticamente triplicou. "Com a falta de policiais civis, temos policiais militares fazendo investigações e servidores municipais sendo deslocados para trabalhar nas delegacias", disse.

Concurso já estaria autorizado

De acordo com Eduardo Silva, já está autorizada a realização de um concurso público. Serão oferecidas 144 vagas para delegado e 205 para escrivão. Ele afirmou que está em estudo também a criação de uma delegacia regional. "Entretanto, essa delegacia só tem sentido se for possível dar uma estrutura a ela", considerou. Ainda segundo ele, também está sendo analisada a instalação de um Instituto Médico Legal, o que irá contribuir para um aumento do número de policiais civis em Viçosa.

As autoridades de Viçosa criticaram a falta de recursos do Executivo estadual para a segurança pública. O secretário do município, Ronaldo Santana, afirmou que o Estado tem sido omisso na área de segurança pública. "Se não fosse a ajuda dada pela Prefeitura a delegacia de polícia de Viçosa já estaria fechada", considerou.

O vice-presidente da Câmara de Viçosa, vereador Luiz Eduardo Figueiredo, disse que os municípios vêm tendo uma participação decisiva para garantir o funcionamento da Polícia Civil, embora a responsabilidade seja do Estado. O prefeito de São Miguel do Anta, José Eugênio Paceli Lopes, também afirmou que os municípios hoje ajudam diretamente na manutenção da Polícia Civil, destinando recurso para manter as delegacias em funcionamento.

O deputado Paulo Lamac defendeu a realização do concurso para que a população de Viçosa volte a ter a delegacia funcionado nos finais de semana, e os policiais não tenham sua carga horária de trabalho sacrificada. Já o deputado federal Padre João (PT-MG) defendeu uma reestruturação da Polícia Civil em Minas Gerais.

O deputado Rogério Correia (PT) criticou a situação precária da segurança pública em Minas Gerais e o fato das polícias dependerem de recursos municipais. "Temos hoje três áreas essenciais em greve no Estado, a segurança pública, a saúde e a educação. Isso mostra o descaso do Governo do Estado", considerou. No final da audiência, os parlamentares apresentaram vários requerimentos, que serão aprovados na próxima reunião, com pedidos de providências para resolver o problema da falta de policiais civis em Viçosa.

Policiais militares - O comandante da 97ª Companhia da Polícia Militar Especial de Viçosa, major Almir Cassiano de Almeida, afirmou que são 75 policiais militares em Viçosa, responsáveis pela segurança pública de cerca de 70 mil pessoas. Segundo ele, ao contrário do que vem acontecendo com os policiais civis, os militares trabalham durante os finais de semanas e feriados.

Presenças - Deputados Paulo Lamac (PT), vice-presidente; e Rogério Correia (PT); e, além dos convidados já citados, o presidente da Câmara Municipal de Viçosa, vereador João Batista Teixeira.

 

 

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