CCJ dá parecer favorável a reajuste de servidores da segurança

O reajuste dos salários do pessoal da área de segurança pública do Estado recebe o primeiro aval da Assembleia Legisl...

30/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

CCJ dá parecer favorável a reajuste de servidores da segurança

O reajuste dos salários do pessoal da área de segurança pública do Estado recebe o primeiro aval da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Nesta quinta-feira (30/6/11), a Comissão de Constituição e Justiça aprovou parecer pela constitucionalidade do Projeto de Lei (PL) 2.109/11, do governador, que concede reajuste escalonado aos servidores das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e aos agentes de segurança penitenciários e socioeducativos. Na reunião esta tarde, foram apreciados pareceres e feitos encaminhamentos de várias outras matérias.

Pela proposta do governo, o reajuste aos servidores da segurança será escalonado em seis etapas, a serem implementadas entre outubro de 2011 e abril de 2015, da seguinte forma: 10% a partir de 1º de outubro de 2011; 12%, a partir de 1º de outubro de 2012; 10%, a partir de outubro de 2013; 15% a partir de 1º de junho de 2014; 12% a partir de 1º de dezembro de 2014; e 15%, a partir de 1º de abril de 2015.

O presidente da comissão, deputado Sebastião Costa (PPS), avocou para ele a relatoria do PL 2.109/11. E concluiu pela juridicidade, constitucionalidade e legalidade da proposição, com as emendas nºs 1 a 3. No parecer, o relator observa que a proposta trará impacto financeiro ao Estado, mas tudo conforme a disponibilidade financeira e orçamentária e observando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao final dos reajustes, o impacto financeiro total será de cerca de R$ 6,06 bilhões.

As emendas nºs 1 e 2, segundo o relator, tentam aprimorar o projeto quanto à técnica legislativa. Já a emenda nº 3 acata proposta de emenda apresentada pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), a qual assegura os reajuste previstos no projeto também aos pensionistas do pessoal da segurança pública. O projeto original prevê que o reajuste só seria aplicado aos servidores inativos que fazem jus à paridade, que são, no caso, os aposentados.

Outra proposta de emenda apresentada por Sargento Rodrigues foi rejeitada pelo relator. Rodrigues propôs que o reajuste fosse estendido a todos os cerca de 1500 servidores administrativos da Secretaria de Estado de Defesa Social, e não apenas aos agentes de segurança. Sebastião Costa sugeriu ao deputado que enviasse mensagem ao governador solicitando a adoção da medida. Foi então, elaborado e aprovado pela comissão um requerimento com essa finalidade.

Projeto inclui presunção de inocência entre princípios da Administração

Também o PL 323/11, de autoria de Sargento Rodrigues, recebeu parecer favorável do relator na CCJ, deputado André Quintão (PT). O projeto inclui a presunção da inocência entre os princípios que a Administração Pública estadual deverá obedecer, conforme está previsto no artigo 2º da Lei 14.184, de 2002. A norma trata do processo administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual. O projeto também inclui parágrafo único nesse artigo.

Pela redação proposta, o artigo 2º da lei passará a prever que a Administração Pública obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, motivação, razoabilidade, eficiência, ampla defesa, do contraditório, da presunção da inocência e da transparência. E constará do parágrafo único acrescentado ao artigo que o servidor público, civil ou militar, não sofrerá nenhuma restrição ou proibição para usufruir de promoção ou progressão da carreira. Esse servidor também não será impedido de transferir-se para a reserva, reformar-se ou aposentar-se, estando "sub judice" e não tendo ocorrido o trânsito em julgado de decisão administrativa condenatória ou de sentença.

Na reunião, Rodrigues defendeu seu projeto afirmando que ele faz a adequação do processo na administração pública estadual ao que prevê a Constituição Federal. Já na fundamentação de seu projeto, o parlamentar se referiu especificamente à presunção da inocência, que garante ao acusado não ser tido como culpado até que a processo termine, evitando-se qualquer punição antes da decisão final. De acordo com a exposição, o Supremo Tribunal Federal detectou violação do princípio da inocência em várias decisões administrativas, quando não havia previsão legal de ressarcimento à parte atingida. Dessa forma, o projeto objetiva coibir decisões nesse sentido.

Colete feminino - Outro projeto de Sargento, o PL 329/11, recebeu parecer favorável na CCJ. A matéria tem como finalidade obrigar o Estado a fornecer equipamentos de segurança em modelos diferenciados para as servidoras das Polícias Civil Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e dos demais órgãos de segurança pública. Para isso, o projeto acrescenta artigo à Lei 12.223, de 1996, que obriga o Estado a fornecer equipamento de segurança ao policial civil.

O relator, deputado Delvito Alves (PTB), conclui pela legalidade do PL na forma do substitutivo nº 1. Ele explica que a lei considera equipamentos de segurança, entre outros, revólveres, munições, algemas e coletes à prova de bala e somente um deles - o colete - comporta diferenciação de gênero, "em razão das diferenças anatômicas entre o homem e a mulher".

Máquinas agrícolas poderão ter chip de identificação

Delvito Alves também conclui pela juridicidade do PL 1.270/11, do deputado Gustavo Valadares (DEM). A proposta institui o registro de máquinas e implementos agrícolas (como tratores, colheitadeiras, máquinas de beneficiamento agrícola e similares) e obriga que neles sejam instalados chips de identificação e localização. O projeto prevê, entre outras medidas, que o registro deverá ocorrer antes de máquinas e implementos serem comercializados e que uma via da nota fiscal de será remetida, para o Detran-MG, para fins de registro.

Também recebeu parecer favorável de Delvito o PL 785/11, do deputado João Leite (PSDB), que trata da notificação de infração de trânsito enviada ao infrator pelo Detran, por remessa postal. A proposição estabelece que essa notificação deverá ser obrigatoriamente encaminhada ao destinatário mediante aviso de recebimento (A.R.), onde deverá constar a identificação e o endereço do remetente. Prevê ainda que a notificação só será válida e eficazmente efetivada mediante a assinatura do destinatário no A.R. devidamente datado, atendendo ao que está previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Diligências - Na reunião, estes projetos foram baixados em diligência, ou seja, para obtenção de informações, foram encaminhados aos seguintes órgãos: Secretarias de Estado de Fazenda (SEF) e de Planejamento e Gestão (Seplag) - PL 749/11, do deputado Durval Ângelo (PT), que autoriza o Estado a pagar indenização aos herdeiros dos proprietários de áreas declaradas de utilidade pública pelo Decreto-Lei 770, de 1941, para a construção do Parque Industrial de Contagem; Secretarias de Estado de Turismo e de Defesa Social - PL 1.700/11, do deputado Delvito Alves, que proíbe o uso de lareiras em hotéis, pousadas, resorts e estalagens no Estado; Seplag e autor do PL 1.895/11, do deputado José Henrique (PMDB), que autoriza o Executivo a doar imóvel ao município de Matipó.

Prazo regimental - Outros PLs receberam de seus relatores, pedidos de prorrogação do prazo regimental para análise: 886/11, do deputado Carlin Moura (PCdoB), que trata da reserva de vagas para idoso, deficientes e gestantes nos estacionamentos; 903/11, do deputado Duarte Bechir (PMN), que obriga as instituições bancárias a afixarem mensagens contrárias ao uso de drogas em talões de cheques; 1.971/11, do deputado Tiago Ulisses (PV), que trata da adoção de formatos abertos de arquivos para criação, armazenamento e disponibilização digital de documentos pelos órgãos e entidades do Estado, bem como pelos órgãos autônomos e pelas empresas sob o controle estatal.

Inconstitucionalidade - O PL 106/11, do deputado Elismar Prado (PT), recebeu do relator, deputado Sebastião Costa, parecer pela inconstitucionalidade. O projeto cria campanha de incentivo à arrecadação de ICMS e à ampliação do acesso da população às manifestações artístico-culturais.

Retirados de pauta - Foi aprovado requerimento do deputado André Quintão pela retirada de pauta do PL 916/11, que transforma os motoristas auxiliares de veículos de aluguel a taxímetro em permissionários autônomos.

Presenças - Deputados Sebastião Costa (PPS), presidente; André Quintão (PT), Delvito Alves (PTB), Luiz Henrique (PSDB), Rômulo Viegas (PSDB), Sargento Rodrigues (PDT), Gustavo Correia (DEM) e Gustavo Valadares (DEM).

 

 

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