Falta de recursos é destacada por gestores de sistema de saúde

A falta de estrutura e de recursos nos hospitais de Minas Gerais foi abordada em audiência pública realizada pela Com...

29/06/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Falta de recursos é destacada por gestores de sistema de saúde

A falta de estrutura e de recursos nos hospitais de Minas Gerais foi abordada em audiência pública realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (29/6/11). A reunião foi solicitada pelo vice-presidente da comissão, deputado Hely Tarqüínio (PV).

O representante do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), Edward Meirelles de Oliveira, destacou a carência de prestadores de serviço e de estrutura em saúde nos municípios do interior. Ele afirmou que muitos hospitais que deveriam ser apenas de alta complexidade atendem também a média, o que diminui o número de vagas.

Edward, que é secretário de Saúde em Sacramento (Alto Paranaíba), relatou que faltam instituições interessadas em atender pelo SUS devido aos baixos preços da tabela e que não há equipamentos na UTI móvel do município. Segundo Edward, quando surgem emergências, o aparato é retirado da Santa Casa local e instalado no veículo.

Já o administrador da Santa Casa de Sabará, Ronaldo Rafael de Oliveira, reconheceu os avanços do SUS, mas afirmou que os recursos são insuficientes para manter a estrutura dos hospitais de interior e pediu mais investimentos por parte do poder público. A Santa Casa do município está quase fechando por falta de condições para atender.

A gerente de regulação da Secretaria Municipal de Sáude de Belo Horizonte (SMSA BH), Ninon Fortes, salientou que as principais dificuldades na Capital são a falta de leitos para adultos, ortopedia e clínica médica e defendeu que o sistema de regulação seja ampliado para minimizar as dificuldades com a falta de vagas.

Ela mencionou que a Secretaria desenvolve o projeto "100% SUS" para aumentar o número de leitos, a partir de pagamento diferenciado para os hospitais que aderirem à iniciativa. Segundo Ninon, a Santa Casa de Misericórdia e os hospitais São Francisco e São José participam do projeto e, de 2009 até hoje, 525 vagas foram garantidas para os pacientes do SUS, sendo 130 em CTIs.

Secretaria de Saúde investe em sistema informatizado para melhorar serviço

A diretora de regulação assistencial da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Daniela de Cássia Domingues, explicou que em 2006 foram implementadas centrais em 13 macrorregiões para facilitar a busca de leitos para os usuários do SUS. Os dados dos usuários são disponibilizados em um sistema on line e avaliados por médicos plantonistas, que regulam os serviços de urgência, emergência e transferências entre hospitais.

Conforme Daniela, os pacientes podem ser atendidos no próprio município ou em outro que disponha de condições para atender o caso. "Um paciente de Uberlândia pode ser atendido em Belo Horizonte; e um do Sul de Minas pode ser atendido em Montes Claros", exemplificou.

A diretora de regulação assistencial afirmou ainda que, desde 2006, foram realizadas cerca de 2 milhões e 700 mil internações reguladas pelas centrais, sendo que 70% foram feitas nos municípios onde o paciente morava. Ela, no entanto, não informou a demanda total das internações.

Parlamentares reforçam dificuldades do sistema de saúde no interior

O autor do requerimento para a audiência, deputado Hely Tarqüínio (PV), afirmou que faltam informações para que as superintendências regionais fiscalizem a atuação de hospitais conveniados a fim de que eles não diminuam o número de leitos reservados ao SUS. Ele reforçou as críticas feitas pelos participantes da audiência às dificuldades de acesso à saúde nos municípios do interior.

O presidente da comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), comentou que o próprio Governo reconhece as limitações em relação aos serviços de saúde e que as centrais macrorregionais de leitos são uma maneira de regionalizar o SUS.

O deputado Neider Moreira (PPS) afirmou estar "cético" porque "o sistema de saúde no País está absolutamente falido". Ele ainda criticou a gestão nos municípios e a ausência de mecanismos de controle por parte da Secretaria de Estado para acompanhar os gastos com saúde.

Neider e o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) pediram empenho dos municípios para a regulamentação da Emenda 29, que fixa percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, pelos estados e municípios. Adelmo lembrou que muitos avanços aconteceram desde 1988 e que é necessário cobrar investimentos públicos para melhorar o atendimento da população.

Presenças - Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice; Adelmo Carneiro Leão (PT); e Neider Moreira (PPS). Além dos convidados citados, participaram a gerente da Central de Internação da SMSA BH, Socorro Lemos; a provedora da Santa Casa de Sabará, Karla Matarelli Pereira; e o assessor jurídico da Superintendência de Saúde de Sacramento, Ederson Santo Bisinoto.

 

 

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