Deputado quer solução para imóveis à margem de rodovia em Congonhal

Por meio da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputad...

28/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputado quer solução para imóveis à margem de rodovia em Congonhal

Por meio da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) pretende encaminhar ofício ao Ministério dos Transportes solicitando uma audiência com o ministro Alfredo Nascimento. O objetivo é buscar uma solução negociada para os proprietários de imóveis edificados à margem da BR-349, no perímetro urbano de Congonhal (Sul de Minas), cuja posse vem sendo questionada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Dalmo Ribeiro é o autor do requerimento que gerou a audiência pública destinada a debater os reflexos da decisão do Dnit, que proíbe o município de Congonhal de autorizar a transferência do domínio dos imóveis edificados em seu perímetro urbano. A audiência pública foi realizada na tarde desta terça-feira (28/6/11), com a presença de representantes do Dnit, da Prefeitura e da Câmara Municipal de Congonhal e de um grupo de proprietários de imóveis localizados às margens da rodovia no perímetro urbano do município.

Se para o deputado Dalmo Ribeiro Silva a busca de uma solução negociada pode ser a saída para assegurar os direitos dos proprietários dos imóveis, o mesmo não pensa o representante do Dnit presente à reunião, engenheiro Edson Aires dos Anjos. Na sua opinião, a situação é complexa e de difícil solução, já que a faixa onde se localizam os imóveis em questão foi declarada de utilidade pública ainda na década de 1950 e pertence à União. "As edificações foram erguidas em área de domínio público federal, e não existe a menor possibilidade de se fazer uma redução na faixa da rodovia, que é de 40 metros a partir do eixo, mais 15 metros além da faixa de domínio", disse ele, em resposta ao chefe de gabinete da Prefeitura, Roberto César de Lima Ribeiro.

Edson Aires acrescentou que a construção dos imóveis no local é fruto de um equívoco ocorrido no passado, quando o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) era o responsável pela estrada. "Quando o Dnit recebeu a rodovia, por volta do ano 2000, toda a área já estava edificada", disse. Os imóveis, muitos instalados no local há 25, 30 e até 40 anos, foram construídos com licença da Prefeitura, já que, à época, a municipalidade não recebera nenhuma notificação do órgão federal impedindo as construções. Até mesmo o cemitério municipal avança sobre o domínio da União, conforme admitiu o próprio representante da Prefeitura.

Alça viária é alternativa apontada por representante do Dnit

A única alternativa, segundo o engenheiro do Dnit, seria a construção de uma alça viária que desviasse o tráfego modificando o traçado da rodovia, de forma que o segmento hoje ocupado pelos imóveis fosse transferido para o município. A solução, porém, não é tão simples, porque envolve altos custos e demanda tempo. Além disso, beneficiaria os proprietários de imóveis residenciais, mas prejudicaria os imóveis comerciais que dependem do movimento da rodovia para sua sobrevivência. Seria o caso, por exemplo, do comerciante Lázaro Aparecido da Silva, que há 25 anos explora um estabelecimento no local e teme pelo futuro de seu negócio.

Tanto o chefe de gabinete da Prefeitura como o presidente da Câmara Municipal de Congonhal, João Mariano dos Santos, também defendem a construção de um anel viário, uma variante para o tráfego, como solução. Contudo, reconheceram que a proposta não é simples e demandaria um volume de recursos de que a Prefeitura não dispõe. "Esta é uma obra para o Governo Federal", disse Roberto César de Lima.

Sem esconder sua indignação, a representante dos proprietários, Regina de Oliveira e Silva, entregou um ofício à comissão, solicitando apoio dos deputados. "Não somos posseiros, não estamos ocupando o espaço irregularmente. A maioria de nós tem alvará e licença da Prefeitura, registro dos imóveis em cartório e pagamos nossos impostos. Até 2009 acreditávamos estar dentro da lei, e a partir do momento em que a Prefeitura decidiu acatar a decisão do Dnit, ficamos totalmente desamparados. Queremos respaldo legal", disse.

Regina acrescentou que, além de Congonhal, outros municípios do Sul de Minas, como Itajubá e Pouso Alegre, vivem situação semelhante. Contudo, nessas cidades, as prefeituras não acataram a decisão do Dnit e continuam expedindo documentos relacionados aos imóveis. Para o representante do órgão federal, porém, isso não é solução, porque a documentação expedida nessas condições torna-se nula, uma vez que a área pertence à União, e não à municipalidade.

Deputado aponta exemplo de Ipatinga

O presidente da Comissão de Transporte, deputado Adalclever Lopes (PMDB), acredita que é possível se chegar a uma solução a partir da mudança no traçado da rodovia, como defendeu o técnico do Dnit. Ele cita como exemplo o caso de Ipatinga (Vale do Aço), onde há tempos ocorreu problema semelhante, solucionado com a construção de uma alça viária, de forma que os imóveis antes localizados em rodovia da União foram municipalizados.

Já o autor do requerimento, deputado Dalmo Ribeiro Silva, disse que o caso de Congonhal é atípico e insistiu em uma solução negociada, que, a seu ver, agilizaria o desfecho do problema e evitaria despesas volumosas. Além de solicitar uma audiência com o ministro dos transportes, Dalmo Ribeiro vai solicitar também que o Dnit envie técnicos ao local para avaliar imóvel por imóvel e ver o que pode ser feito. Ele acredita que mediante um decreto do Executivo seria possível consolidar a permanência, o domínio e a posse de cada proprietário.

Requerimentos aprovados

Antes de dar início à audiência pública, a comissão aprovou os seguintes requerimentos:

* Do deputado Fred Costa (PHS), em que solicita audiência pública conjunta com a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte para debater a utilização do radar estático/móvel recentemente adotado pela BHTrans;

* Do deputado Adalclever Lopes, em que solicita audiência pública para debater a precariedade da infraestrutura do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e as obras de ampliação e reforma do terminal de passageiros;

* Do deputado Dalmo Ribeiro Silva, para que seja realizada audiência pública conjunta com a Comissão de Segurança Pública para debater a questão do roubo de caminhões e cargas nas estradas, bem como a segurança dos caminhoneiros;

* Do deputado Carlin Moura (PCdoB), em que solicita audiência pública conjunta com a Comissão de Participação Popular para debater as demandas dos trabalhadores da TV Minas, da Rádio Inconfidência e da Imprensa Oficial;

* Do deputado Paulo Lamac (PT), em que solicita audiência pública em Sabará, para debater os impactos causados pela paralisação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento nos Bairros Rosário I, II e III;

* Do deputado Bruno Siqueira (PMDB), em que solicita audiência pública para debater a instalação de radares na BR-040;

* Do deputado Luiz Carlos Miranda (PDT), emendado pelo deputado Célio Moreira (PSDB), em que requer audiência pública conjunta com as Comissões de Direitos Humanos e do Trabalho, da Previdência e da Ação Social, para debater o projeto de lei que institui o Estatuto do Motorista, em tramitação no Congresso Nacional;

* Do deputado Antônio Júlio (PMDB) em que solicita seja realizado ciclo de debates com o tema "Democratização das Comunicações - Internet: o papel das mídias e redes sociais na difusão da informação";

* Do deputado Célio Moreira (PSDB), em que solicita audiência pública para debater o avanço de sinal durante a madrugada e suas consequências para os motoristas.

Presenças - Deputados Adalclever Lopes (PMDB), presidente; Celinho do
Sinttrocel (PCdoB), vice; Célio Moreira (PSDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Luiz Carlos Miranda (PDT). Também participaram da reunião o supervisor do Dnit em Pouso Alegre, Rogério Naves Freire; a engenheira do Dnit Lídia Biaso Bacha Martins; o vereador Venâncio Domingos Simões; e o aposentado Demerval Prado Gonçalves.

 

 

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