Governo estuda formas de implantar ensino de música nas escolas

O Governo do Estado estuda a possibilidade de criar um horário nas escolas para o ensino de música a alunos com aptid...

27/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Governo estuda formas de implantar ensino de música nas escolas

O Governo do Estado estuda a possibilidade de criar um horário nas escolas para o ensino de música a alunos com aptidões musicais. Essa é uma das ações em análise para viabilizar a inclusão do ensino de música nas escolas públicas, com base no que determina a Lei Federal 11.769, de 2008. Foi o que informou, nesta segunda-feira (27/6/11), a representante da Secretaria de Estado de Educação, Ermelinda Pedrosa. Ela participou do Debate Público Música nas Escolas, promovido pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Outras ações previstas são o ensino de conceitos básicos de música nas aulas de educação artística e de dança e expressão corporal nas aulas de educação física. A Secretaria de Estado de Educação prevê incentivos para a formação de corais e fanfarras, a aquisição de instrumentos musicais para as escolas e a criação de cursos de formação para os professores. "Até novembro, teremos um caderno de boas práticas para o trabalho com música nas escolas", garantiu Ermelinda Pedrosa.

A falta de professores capacitados para ministrar os conteúdos voltados para a formação musical é um dos principais desafios para a implementação da Lei 11.769, na avaliação da professora da Escola de Música da UFMG, Maria Betânia Parisi Fonseca. Segundo ela, os cursos de licenciatura em música são recentes, e os últimos concursos para contratação de professores de artes exigiram formação em educação artística. "Vamos demorar muitos anos para formar especialistas para atuar na educação básica", afirmou.

A Secretaria de Estado de Cultura pode contribuir com a implantação do ensino de música nas escolas por meio da criação de espaços para debates e trocas de experiências, como informou a superintendente de Ação Cultural Janaína Cunha Melo. O programa Música Minas, que desenvolve ações para promover a música mineira, pode ser utilizado para estimular o intercâmbio entre professores e músicos, ainda de acordo com a superintendente.

Para deputado, música estimula cidadania

O presidente da Comissão de Cultura, deputado Elismar Prado (PT), que solicitou o debate, destacou que a Lei 11.769 estabeleceu que os estados teriam três anos após sua aprovação para implementarem a legislação. Ele disse que o principal desafio para o ensino de música nas escolas é a formação dos professores. "Sabemos que não temos profissionais suficientes para atender às escolas", destacou. Mesmo assim, o deputado acredita que a música nas escolas é um estímulo à cidadania. "O conhecimento da arte, da estética, da música, tudo isso compõe um recurso extraordinário para a formação dos cidadãos desde a Grécia Antiga", explicou.

Para o deputado Carlos Mosconi (PSDB), não vai ser fácil implementar a Lei 11.769. "Vai ser um ato de muita responsabilidade conseguir colocar esta lei em prática", afirmou, lembrando dos vários desafios a serem enfrentados na educação, como a implantação do piso salarial e a melhoria da estrutura das escolas. O deputado se colocou à disposição para levar as contribuições do debate público ao Governo do Estado.

A vice-presidente da Comissão de Cultura, deputada Luzia Ferreira (PPS), defendeu o ensino da música nas escolas porque acredita que será uma oportunidade de revelar novos talentos musicais. Na sua opinião, a música vai funcionar como um fio condutor unindo todas as disciplinas. "Muitas escolas já fazem isso intuitivamente, mas isso ainda não é uma política institucionalizada", comentou.

Especialistas defendem ensino de música

Os participantes do debate público defenderam o ensino da música nas escolas públicas, que será obrigatório a partir de agosto. "A música, para além de seu significado lúdico ou de um fim em si mesmo, permite uma gama imensa de enlaces entre a história do Brasil e a discussão da cidadania", afirmou o professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Adalberto de Paula Paranhos.

Para o advogado especialista em direitos autorais Calvino Vieira Júnior, a música deve ser encarada como instrumento de formação. "A disciplina de música deve ser muito mais abrangente que simplesmente ministrar teoria musical para os alunos, como ocorria no passado", declarou.

Durante o debate público, houve diversas apresentações artísticas, muitas delas executadas pelo professor do Conservatório de Música de Uberlândia, Robson Silva de Carvalho, acompanhado por seus alunos. Eles executaram também o Hino Nacional, que teve como solista o deputado Elismar Prado, que também é músico. Alunos do ensino fundamental do Colégio Loyola apresentaram números na flauta doce.

Debates - Durante a fase de debates, Anete Oliveira, do Colégio Logosófico, da Capital, perguntou a Ermelinda Pedrosa se a disciplina música deverá ser obrigatória em todas as séries da educação básica (do ensino infantil ao médio) e se o professor deve ter formação específica em música. A representante da SEE respondeu que a música é um dos três eixos que compõem o conteúdo obrigatório da disciplina Artes, que inclui ainda artes cênicas e plásticas. "A música é um conteúdo obrigatório, mas não exclusivo", destacou. Sobre a formação dos professores, ela disse que somente para os anos finais de formação exige-se um professor com formação específica em música.

O ex-regente do Coral da Assembleia, Guilherme Bragança, pediu a opinião de Ermelinda Pedrosa sobre a utilização do canto coral como estratégia para o ensino da música. Ela disse que a secretaria incentiva as escolas a elaborarem seus projetos de acordo com suas realidades e neles pode estar incluído o uso do canto coral. Ela esclareceu que cada projeto deve ser enviado para a SEE, que o avalia e, no caso de aprovação, até custeia o projeto. E destacou que já há escolas estaduais com corais formados.

Presenças - Deputado Elismar Prado (PT), presidente; deputada Luzia Ferreira (PPS), vice; e deputado Carlos Mosconi (PSDB).

 

 

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