Indicado para Ademg defende parceria público-privada para
estádios
O modelo de parceria público-privada (PPP) adotado
para a administração do Mineirão poderá ser útil também na gestão
dos estádios Independência, em Belo Horizonte, e Arena do Jacaré, em
Sete Lagoas. Um grupo de estudos do Governo do Estado está
analisando essa possibilidade. A defesa das PPPs foi feita na tarde
desta terça-feira (21/6/11) pelo engenheiro civil Ricardo Afonso
Raso, durante arguição pública da Comissão Especial da Assembleia
Legislativa criada para emitir parecer sobre a indicação de seu nome
para o cargo de diretor-geral da Ademg, autarquia responsável pela
administração de estádios de Minas Gerais.
A sabatina foi concluída com a aprovação do parecer
do relator, deputado Marques Abreu (PTB), favorável à indicação de
Raso para a Ademg. Todos os parlamentares presentes, da base do
governo e da situação, expressaram sua satisfação pela indicação de
Raso para o cargo, exaltando as suas qualidades como administrador
na área de esporte, o seu currículo e experiência profissional. Raso
justificou sua defesa das PPPs alegando que os clubes são empresas,
mas os jogos "envolvem enorme interesse público e mexem com toda a
cidade".
O novo diretor da Ademg, que tomou posse no dia 19
de maio, explicou que a missão da autarquia, hoje, é administrar o
ginásio do Mineirinho, e os estádios Independência e Arena do
Jacaré. Quanto ao Mineirão, esclareceu, desde que entrou em obras
para a Copa do Mundo de 2014, deixou de ser administrado pela
autarquia. Com isso, a Ademg passou também por algumas mudanças,
perdendo vários funcionários e diversas funções, e está tendo que se
adaptar à nova situação.
Para Raso, o grande desafio que a Ademg tem pela
frente, hoje, é a administração do Mineirinho e a preparação do
ginásio para a Copa do Mundo de 2014, como parte do complexo
esportivo da Pampulha, e para as Olimpíadas de 2016. "O Mineirinho é
um espaço tão grande quanto o Mineirão, embora a maioria das pessoas
não saiba disso", afirmou. Ele ressaltou que o governo terá que se
movimentar com rapidez para atender às demandas de 2014 e 2016.
Violência nos estádios é uma das
preocupações
Ao iniciar a arguição, o vice-presidente e relator
da comissão, deputado Marques Abreu (PTB), manifestou sua
preocupação com relação à violência das torcidas organizadas rivais
em torno dos estádios de futebol. Ricardo Afonso Raso respondeu que
o assunto, de fato, é preocupante, mas que o problema não é local, e
sim, global. Ele afirmou que o controle da violência tem avançado,
principalmente dentro dos estádios, com ações coordenadas do governo
e atuação do serviço de inteligência da polícia, que tem procurado
se aproximar mais das torcidas. Por isso, segundo ele, a violência
dentro dos estádios está mais controlada. Contudo, admitiu que o
problema persiste em pontos estratégicos da cidade, em áreas de
grande concentração, como a Praça da Estação, e outros locais onde
as torcidas marcam encontro. Uma das saídas, disse, foi a adoção de
torcida única em grandes jogos com times rivais. Ele não acha que é
a solução ideal e sabe que desagrada muitas pessoas, mas entende
que, no momento, é a alternativa possível.
O deputado Antônio Júlio (PMDB) elogiou a escolha
de Raso para a Ademg, afirmando que, graças a seu currículo e
experiência no ramo, terá "uma grande contribuição a dar ao esporte
de Minas Gerais". Ele provocou a pergunta sobre a administração dos
estádios Independência e Arena do Jacaré, o que gerou, por parte de
Raso, a defesa das PPPs.
O deputado Rômulo Viegas (PSDB) quis saber se mesmo
com a adoção das parcerias público-privadas caberia à Ademg a
responsabilidade pelo controle e fiscalização dos estádios. Raso
respondeu positivamente, afirmando que os clubes se responsabilizam
pelos seus torcedores, mas que a Ademg tem que se preocupar com
todos os torcedores, com o público em geral e com a repercussão dos
jogos em toda a cidade.
O presidente da Comissão Especial, Tadeu Martins
Leite (PMDB), e o deputado Duarte Bechir (PMN) também elogiaram a
indicação de Raso para a diretoria-geral da Ademg. Após afirmar que
o novo diretor "reúne as melhores condições e as principais
qualidades e experiência para assumir o cargo", Bechir quis saber o
grau de eficiência da Arena do Jacaré, do Mineirão e do Mineirinho.
Raso respondeu que a Ademg já não responde mais pelo Mineirão, que o
Mineirinho é o grande desafio e que a cidade de Sete Lagoas "cada
vez mais abraça a Arena do Jacaré", facilitando a sua administração.
Antes da leitura do parecer favorável do relator, o
presidente da comissão, deputado Tadeu Martins Leite (PMDB), indagou
o que Raso responderia hoje aos que criticaram as condições do
gramado da Arena do Jacaré quando os jogos foram transferidos para
aquele estádio. O novo diretor da Ademg respondeu que o tempo
mostrou que ele tinha razão, pois hoje todos aceitam bem as
condições do estádio e assimilaram a realização dos jogos em Sete
Lagoas.
Presenças - Deputados Tadeu
Martins Leite (PMDB), presidente; Marques Abreu (PTB),
vice-presidente e relator; Antônio Júlio (PMDB), Duarte Bechir (PMN)
e Rômulo Viegas (PSDB).
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