Compromisso prevê rede sanitária completa em Nova Lima em 4 anos

Implementar um sistema de esgoto completo em Nova Lima em um prazo de 48 meses. É o que prevê o termo de ajustamento ...

21/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Compromisso prevê rede sanitária completa em Nova Lima em 4 anos

Implementar um sistema de esgoto completo em Nova Lima em um prazo de 48 meses. É o que prevê o termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado em abril de 2011 pela prefeitura de Nova Lima e o Ministério Público de Minas Gerais, que foi anunciado nesta terça-feira (21/6/11), durante audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Foram discutidos na reunião a captação deficiente de esgoto e os possíveis impactos ambientais para o município.

Ao falar sobre a viabilidade do acordo, o prefeito do município, Carlos Roberto Rodrigues, defendeu a concessão dos serviços de tratamento de esgoto à Copasa, para que o prazo estabelecido possa ser efetivamente cumprido.

Segundo o prefeito, apesar do município contar com uma boa arrecadação, seria impossível, apenas com recursos próprios, concluir o acordo no tempo estabelecido, tendo em vista que a prefeitura tem outras obrigações e investimentos a serem efetivados em outras áreas. "Defendemos a concessão à Copasa para que ela faça a rede de esgoto no tempo que nos interessa. Em caso contrário, gastaríamos de 20 a 30 anos", afirmou.

De acordo com Rodrigues, a parceria com a Copasa dependeria de um plano de saneamento, a ser concluído em até três meses, que seria enviado à Câmara Municipal de Nova Lima, juntamente com um projeto de lei que autorizaria a concessão.

O prefeito lembrou ainda que o município trata atualmente apenas 13% do seu esgoto, situação que, na sua avaliação, seria fruto da falta de investimentos na área. Segundo ele, até 2005 a cidade não contava com nenhum sistema de tratamento de esgoto. Pelos dados apresentados por Rodrigues, Nova Lima já possui hoje mais de 60 mil metros de rede de esgoto de tratamento sanitário instalados nos bairros Jardim Canadá e Vale do Sol, além de duas estações de tratamento de esgoto em funcionamento e uma terceira que está em processo de licitação.

Negligência - Na avaliação da promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, de Habitação e Urbanismo de Nova Lima, Andressa de Oliveira Lanchotti, a deficiência nos investimentos em saneamento básico são resultado da negligência no município. Ao falar sobre o grande número de empreendimentos imobiliários na região, ela classificou o uso e a ocupação do solo nessas áreas como permissiva, uma vez que os efeitos e as consequências ambientais não são devidamente avaliados e as licenças ambientais são quase sempre emitidas.

Ao destacar a importância do termo de ajustamento de conduta firmado, ela esclareceu que o não cumprimento do prazo estabelecido poderia gerar a aplicação de multas diárias à prefeitura.

Copasa - O superintendente de serviços e tratamento de efluentes da Copasa, Eugênio Álvares da Lima e Silva, garantiu, ao ser questionado por um morador de Nova Lima, que se a empresa ganhar a concessão do serviço de tratamento do esgoto em Nova Lima terá condições de cumprir o prazo de 48 meses estabelecido pelo termo de conduta firmado entre a prefeitura e o Ministério Público.

Sobre a atuação do empresa no Estado, ele disse que a Copasa coleta 80% e trata 72% do esgoto proveniente das cidades que atende, e afirmou que a meta da concessionária é chegar ao cumprimento de 95% desses serviços. No caso de Belo Horizonte, ele afirmou que 96% do esgoto coletado recebe tratamento.

Ainda de acordo com Silva, estão em construção 87 estações de tratamento de esgoto em Minas Gerais, das quais 14 estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele também afirmou que a universalização do saneamento em todo o Estado demandaria um investimento médio de R$ 25 bilhões.

Regularização - O gerente de resíduos sólidos urbanos da Feam, Francisco Pinto da Fonseca, afirmou que apenas 42% dos municípios mineiros possuem sistemas de tratamento de esgoto no Estado. Sobre o caso específico de Nova Lima, ele disse que a cidade já foi autuada por não ter cumprido a Deliberação Normativa 96 do Copam, de 2006, que convoca os municípios para a regularização de seus sistemas de tratamento de esgoto, por meio do licenciamento ambiental. Segundo ele, os prazos inicialmente estabelecidos já foram prorrogados por outra norma, a Deliberação 128, de 2008.

Na avaliação de Fonseca, a principal atuação da Feam nessa questão seria buscar parcerias com os municípios para que eles entendam a importância e cumpram as determinações legais de licenciamento.

Representante da IAB defende planejamento urbano sustentável

A diretora de cidades do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Maria Auxiliadora Alvarenga, defendeu que a questão sanitária de Nova Lima seja resolvida a partir de uma perspectiva de sustentabilidade. Para ela, o planejamento urbano e o investimento em novas tecnologias seriam essenciais para sanar a ocupação desordenada do espaço urbano e seus impactos ambientais, de forma a adotar uma postura preventiva e não apenas curativa.

Ela citou o exemplo de iniciativas sustentáveis que já estão sendo implantadas em alguns municípios brasileiros, como a utilização do lixo ou o tratamento do esgoto como fontes de geração de energia.

A deputada Luzia Ferreira (PPS), que solicitou a audiência juntamente com o deputado Délio Malheiros (PV), também enfatizou a necessidade de planejamento metropolitano de Nova Lima como forma de garantir a preservação ambiental de uma área que, segundo ela, é importante por suas nascentes, córregos e reservas florestais. Ela também destacou o problema da mobilidade urbana como outra consequência da ocupação e da expansão sem planejamento.

O deputado Délio Malheiros, por sua vez, considerou que Nova Lima, apesar de contar com duas estações de esgoto e 170 mil quilômetros de redes coletoras, ainda possui uma estrutura insuficiente para atender a população.

Requerimentos - Ao final da reunião foram apresentados três requerimentos. Dois deles, do deputado Délio Malheiros, enviando ofícios à prefeitura de Nova Lima que solicitam o cronograma das obras de saneamento previstas por meio do termo de compromisso assinado com a Promotoria de Justiça; e informações sobre o empreendimento residencial situado ao lado do Condomínio Veredas. Da deputada Luzia Ferreira, o requerimento é para que a Secretaria de Meio Ambiente envie a relação dos empreendimentos em processo de licenciamento ambiental, inclusive corretivo, relativos às obras previstas no termo de ajustamento de conduta firmado em 2009 entre a secretaria, o município de Nova Lima e o Ministério Público.

Presenças - Deputados Duarte Bechir (PMN); Délio Malheiros (PV); e a deputada Luzia Ferreira (PPS).

 

 

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