Goleiro Bruno será ouvido sobre suposta venda de habeas
corpus
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT),
anunciou que a comissão vai à Penitenciária Nelson Hungria na
próxima semana para ouvir do goleiro Bruno a sua versão sobre o
suposto envolvimento da juíza Maria José Starling , da comarca de
Esmeraldas, na venda de um habeas corpus que possibilitaria a
sua liberação. O anúncio foi feito em reunião realizada nesta
sexta-feira (17/6/11).
De acordo com Durval, o goleiro estaria disposto a
contar tudo o que sabe sobre o caso, inclusive se teria realmente
recebido a oferta de venda do seu habeas corpus. O
parlamentar também afirmou que na ocasião a comissão poderá obter
mais informações sobre o envolvimento no caso da juíza Maria José
Starling, bem como sobre uma suposta visita que ela teria feito ao
goleiro na penitenciária.
A denúncia da suposta negociação foi feita durante
um depoimento prestado na ALMG por Ingrid Calheiros Oliveira,
namorada de Bruno, na última sexta-feira (10). No depoimento, Ingrid
fez denúncias contra a magistrada, o ex- advogado de Bruno, Robson
Pinheiro, e um suposto policial de nome Leandro.
Segundo ela, Pinheiro, que seria advogado pessoal
de Maria José Starling, teria lhe proposto a assinatura de um
contrato com uma cláusula de impetração de habeas corpus a
favor de Bruno no valor de R$1,5 milhão. Ingrid teria então
procurado o advogado Cláudio Dalledone Júnior, que desconfiado de
uma tentativa de extorsão, teria aconselhado a namorada do goleiro a
destituir Robson Pinheiro do caso. No depoimento, Ingrid relatou que
também teria sido abordada por um policial de nome Leandro, que a
teria aconselhado a reconsiderar a permanência do advogado Pinheiro
no caso. "Não há hipótese de isso ser uma montagem, pois
prejudicaria o próprio Bruno", considerou Durval.
Durante a reunião o parlamentar também anunciou a
existência de uma vídeo, gravado pela TV Record e pelo advogado
Cláudio Dalledone Júnior, no qual Robson Pinheiro garantiria que o
habeas corpus que seria acatado pela Justiça seria aquele por
ele impetrado. Na reunião também estiveram presentes o membro da
Comissão de Direitos Humanos da OAB, Wagner Dias Ferreira, e a
delegada de polícia Silvana Fiorillo, que também confirmou as
denúncias feitas por Ingrid durante depoimento na Ouvidoria de
Polícia.
Para Durval Ângelo, a participação da Comissão de
Direitos Humanos da ALMG se encerraria com a visita ao goleiro
Bruno, uma vez que, na sua avaliação, o caso se encontra sob
investigação da Corregedoria e do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O deputado se mostrou ainda preocupado com a atuação da juíza
Maria José Starling, que, segundo Durval, já seria conhecida por
agir de forma suspeita e irregular em outros casos.
Ao fim da reunião a comissão ouviu outra denúncia
sobre a atuação da juíza de Esmeraldas. Márcia Andréia Martins
afirmou que a magistrada teria atuado em um processo que culminou no
seu despejo. De acordo com Márcia, ela teria ganhado uma ação
judicial iniciada pelo marido, em 2005, através da qual teria obtido
a posse da residência na qual morava. No entanto, mesmo com a
decisão favorável, Márcia alegou ter sido despejada, em 2010, por
meio de uma ação assinada pela juíza Maria José Starling.
Presenças - Deputados
Durval Ângelo (PT), presidente; Paulo Lamac (PT), vice-presidente; e
Adelmo Carneiro Leão (PT).
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