Deputados vão verificar condições de trabalho em obras no
Mineirão
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais vai visitar as obras do Estádio
Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, e os alojamentos dos
trabalhadores da construção civil, na próxima segunda-feira
(20/6/11), às 11 horas, para verificar as condições denunciadas
pelos operários, em greve desde quarta-feira (15). Representantes da
Superintendência Regional do Trabalho e do Ministério Público do
Trabalho de Minas Gerais serão convidados.
A visita atende a requerimento dos deputados Adelmo
Carneiro Leão (PT), Duarte Bechir (PMN) e Rogério Correia (PT), e do
vice-presidente da comissão, deputado Paulo Lamac (PT), aprovado em
reunião na manhã desta sexta (17).
Além disso, será enviado ofício com apelo ao
secretário extraordinário da Copa do Mundo, Sérgio Barroso, para
providências em relação à abertura de negociação com os operários. O
requerimento é dos deputados Adelmo Carneiro Leão e Duarte
Bechir.
A reunião desta sexta foi solicitada pelo deputado
Adelmo, contou com a participação de cerca de 40 operários e teve
como objetivo apresentar as reivindicações aos parlamentares.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
da Construção de Belo Horizonte e Região, Osmir Venuto da Silva, os
operários da obra no estádio pedem aumento salarial e melhores
condições de trabalho. O sindicato quer que o valor pago aos
pedreiros seja de R$ 1.250 e aos serventes, R$ 850. Atualmente, os
salários são de R$ 926 e R$ 600, respectivamente.
Conforme Osmir, 42 trabalhadores moram em
alojamento no bairro São Paulo, na região Nordeste da Capital, mas
contam com apenas dois banheiros. Na obra, a situação se repete: o
sindicalista informou que existem apenas três chuveiros para 500
operários. "A lei exige que haja um para cada 10 trabalhadores",
afirmou. Alguns dos funcionários se manifestaram para confirmar as
dificuldades enfrentadas no canteiro. Vantuil José da Silva, por
exemplo, disse que se sente "envergonhado pela atitude das
empreiteiras no Estado" e que, em pleno século XXI, muitas seriam
negligentes em relação às garantias dos trabalhadores.
Deputados cobram valorização e transparência
O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo,
explicou que representantes do Governo do Estado e das empreiteiras
não foram convidados para a reunião porque não houve tempo, já que o
encontro foi acertado com os operários na tarde anterior.
O deputado Rogério Correia considerou a
reivindicação compatível com os custos da reforma. Conforme o
parlamentar, o projeto básico do estádio custou R$ 17,8 milhões,
enquanto o do estádio de Brasília, o Mané Garrincha, R$ 2
milhões.
O deputado Duarte Bechir parabenizou os operários
pela tentativa de busca de soluções e pediu para que eles sejam
reconhecidos e valorizados. Para Adelmo Carneiro Leão, a expectativa
é de que o Governo haja com transparência em relação às obras. Já
Paulo Lamac ponderou que há escassez de mão-de-obra para a
construção civil no Estado e que os valores pagos estão "abaixo do
razoável".
Presenças - Deputados
Durval Ângelo (PT), presidente; Paulo Lamac (PT), vice; Duarte
Bechir (PMN); Adelmo Carneiro Leão (PT); e Rogério Correia (PT).
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