Deputados e moradores pedem mais atenção aos distritos mineiros

Falta de saneamento básico, de postos de saúde e de atividades culturais foram destacados como pontos que precisam se...

16/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados e moradores pedem mais atenção aos distritos mineiros

Falta de saneamento básico, de postos de saúde e de atividades culturais foram destacados como pontos que precisam ser resolvidos em distritos mineiros. As queixas foram apresentadas durante audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta quinta-feira (16/6/11). A requerimento do deputado João Leite (PSDB), a audiência teve como objetivo debater a situação de municípios que alegam não receber assistência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

As críticas à falta de estrutura nos vilarejos foram feitas pelo médico nefrologista Lermino Pimenta, que também é professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Ele disse que acompanha a situação dos distritos por ter nascido em um, com sede em São João Evangelista (Rio Doce), e conviver com pacientes que procuram atendimento em cidades maiores por não encontrarem o serviço em suas localidades.

Lermino mencionou que a malária, a hanseníase e a febre amarela são doenças comuns nos distritos e que as prefeituras não criam atividades culturais para as comunidades. Para o médico, as prefeituras se preocupariam apenas com as sedes dos municípios e não investiriam na qualidade de vida dos moradores de vilarejos e povoados.

O vereador de Carmo do Rio Claro (Sul de Minas), Filipe Carielo, relatou que o município tem dois distritos, que não têm infraestrutura e tratamento de água e esgoto. Ele afirmou que não há atendimento de saúde nas localidades e que os moradores têm que ir à sede para conseguir consultas médicas. Ele alegou que essa situação se repete em outras regiões porque prefeitos e vereadores não sabem a quem recorrer para resolver os problemas e o que é disponibilizado pelo poder público para ajudar.

Funasa argumenta que recursos existem, mas faltam bons projetos

O superintendente da Funasa em Minas, Ronaldo Cerqueira Lima, explicou que a instituição atende municípios com até 50 mil habitantes e cerca de 780 se enquadram nesse critério. O órgão, ligado ao Ministério da Saúde, é responsável por ações de saneamento e de promoção e proteção à saúde. Segundo Ronaldo, a Funasa tem trabalhado com os prefeitos e mencionou que grande parte dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1, do Governo Federal, não pôde ser liberada aos municípios porque teria havido inconsistência e baixa qualidade nos projetos. Para evitar que os projetos inscritos no PAC 2 não sejam aprovados, a Funasa vai financiar a confecção dos documentos. O cadastramento de propostas no PAC 2 está aberto até 15 de julho. Outras informações podem ser acessadas no site www.funasa.gov.br.

Conforme o superintendente, outra dificuldade para a liberação dos recursos do PAC 1 foi a falta de documentação comprovando a propriedade de terrenos pelo Executivo municipal, o que inviabilizaria a construção de estruturas para a rede de água e esgoto, por exemplo. Além disso, há casos de municípios inadimplentes, que ainda não quitaram outros empréstimos e que, por isso, não podem receber recursos de outros fundos. O superintendente substituto da Funasa em Minas, Antônio Divino de Souza, salientou que o prefeito é quem escolhe se vai investir nos distritos e povoados.

O representante da Associação Mineira de Municípios (AMM), Licínio Eustáquio Xavier, confirmou que muitos municípios não têm acesso aos recursos por falta de projetos ou erros na apresentação das ideias. Ele salientou que a AMM tem divulgado o PAC 2 para as prefeituras por meio eletrônico e se coloca à disposição para esclarecer como os municípios podem participar do programa.

Deputados pedem mais ações e destacam necessidade de planejamento dos municípios

O autor do requerimento para a audiência, deputado João Leite (PSDB), afirmou que a falta de estrutura é preocupante. "Se os municípios enfrentam muitas dificuldades, nos distritos a situação é pior", comparou. A deputada Liza Prado (PSB) citou sua cidade natal, Uberlândia, que tem quatro distritos que enfrentam problemas como o acúmulo de lixo e a proliferação de doenças que poderiam ser facilmente tratadas. Ela também pediu mais atenção para os lugarejos. "Uma pequena ação pode trazer mais qualidade de vida para as comunidades", comentou.

O presidente da comissão, deputado Almir Paraca (PT), afirmou que é necessário que os municípios se organizem para participar do PAC 2, para fazer o levantamento das prioridades e elaborar informações para o projeto. O deputado quis saber se a Funasa desenvolve ações integradas com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para preservação da bacia hidrográfica do Rio São Francisco.

O superintendente substituto da Funasa, Antônio Divino de Souza, respondeu que o PAC 1 liberou recursos para muitos municípios banhados pelo rio e que a Funasa incentiva a formação de consórcios intermunicipais para que eles recebam recursos para executar ações de saneamento nas bacias.

Presenças - Deputados Almir Paraca (PT), presidente; e João Leite (PSDB); e deputada Liza Prado (PSB). Além dos convidados citados na matéria, participaram o presidente da Câmara Municipal de Carmo do Rio Claro, Luiz Floriano Avelino, e o vereador Juliano Alves da Silva.

 

 

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