Comunidade de Contagem reivindica acesso a água, luz e esgoto

Moradores da região conhecida como Nascente Imperial reclamaram, em reunião da Comissão de Participação Popular da As...

15/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comunidade de Contagem reivindica acesso a água, luz e esgoto

Moradores da região conhecida como Nascente Imperial reclamaram, em reunião da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada em Contagem nesta quarta-feira (15/6/11), da falta de serviços básicos, como água, luz e esgoto. Eles cobraram uma solução por parte da Cemig e da Copasa, que por sua vez, alegam que não podem atender a reivindicação enquanto a área não for regularizada.

Para ter energia em casa, os moradores têm que improvisar ligações clandestinas, os conhecidos gatos, que sobrecarregam a rede elétrica e representam risco de acidentes. A água vem de ligações clandestinas, de cisternas e também de um córrego próximo, sem tratamento, enquanto o esgoto é lançado em fossas. A comunidade do Nascente Imperial também não conta com asfalto, coleta de lixo, linhas de ônibus, escola pública e posto de saúde.

Como o bairro nasceu de uma ocupação irregular, os moradores não têm sequer um endereço oficial. "Se alguém passa mal aqui à noite, é difícil. Quando ligamos para o Samu, eles não conhecem nosso endereço", reclamou o presidente da Associação Comunitária do Nascente Imperial, Sílvio Márcio dos Santos. O menino Humberto Gomes dos Reis, de 8 anos, reclamou dos banhos frios no inverno e da necessidade de buscar água em um córrego poluído. "Tem gente vendendo gato de água e luz", denunciou.

Um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde aponta que 251 famílias vivem no Nascente Imperial, informou o deputado Carlin Moura (PCdoB), que solicitou a reunião. Há pessoas que moram no bairro há pelo menos 15 anos, mesmo sem ter a posse dos terrenos registrada em cartório. Na Procuradoria Geral do Município, não existe registro do bairro, apenas de uma área particular pertencente à construtora Del Rei, que nunca ajuizou nenhuma ação de despejo dos moradores, de acordo com o administrador regional Sudoeste/Petrolândia, Edwaldo Novais.

A Cemig tem interesse em instalar iluminação pública e fazer as ligações de energia no Nascente Imperial, mas é impedida pela ausência de ruas regularizadas, segundo o agente comercial Inésio de Lima e Souza. "Como a área foi declarada de interesse social no Plano Diretor do município, existe a possibilidade de fazer essa eletrificação, em parceria com o poder público", sinalizou.

Já a Copasa alega estar impedida de atender os moradores do Nascente Imperial em virtude de um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado com o Ministério Público (MP), que veda a realização de novas ligações de água em áreas de ocupação irregular. De acordo com o engenheiro do setor de Estudos Técnicos da empresa, Ronaldo Pereira da Costa, para a instalação da rede de esgoto será necessário construir uma estação de bombeamento, para evitar a poluição da lagoa Várzea das Flores.

O administrador regional Edwaldo Novais defendeu que a associação de moradores ajuíze uma ação requerendo a posse dos terrenos pelo princípio do usucapião (posse por um longo período de tempo, mesmo sem documentação). Ele disse que é impossível implantar coleta de lixo no Nascente Imperial porque os caminhões não conseguem transitar pelas ruas estreitas cheias de ligações de energia clandestinas. Mas assegurou que a prefeitura vai oferecer a limpeza das fossas sépticas do bairro. "Estamos fazendo o que pode ser feito", garantiu.

Deputado critica omissão da prefeitura

O deputado Carlin Moura criticou a omissão da prefeitura e defendeu o direito dos moradores aos serviços públicos essenciais. O parlamentar lembrou a recente regularização fundiária que a prefeitura promoveu em Nova Contagem, com a entrega dos títulos de propriedade de 1,5 mil imóveis, segundo ele.

O parlamentar também criticou a atuação do MP. "É inadmisssível que o Ministério Público se omita em situações como essa", afirmou. Ele disse que vai apresentar um requerimento propondo uma visita ao procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques, para negociar uma mudança no TAC que impede as ligações de água e luz em ocupações irregulares, com o estabelecimento de responsabilidades e prazos para prefeitura, Copasa e Cemig.

Presenças - Deputado Carlin Moura (PCdoB), que presidiu a reunião. Também participaram da reunião o representante comunitário do bairro Tropical 2, Márcio de Oliveira Júnior; o presidente da Câmara Municipal de Contagem, Irineu Inácio; e o vereador Rogério Braz de Almeida.

 

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715