Comissão vai à Seplag para garantir equoterapia no Estado

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15/06/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 
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Apontada como o único serviço do tipo totalmente filantrópico no Brasil, a equoterapia oferecida no Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (Recat), em Belo Horizonte, corre o risco de fechar as portas, segundo admitiu nesta quarta-feira (15/6/11) o comando da unidade da Polícia Militar. As razões seriam entraves legais que estão impedindo a contratação de pessoal de saúde para dar suporte ao atendimento, segundo justificou a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) na primeira audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Método que utiliza o cavalo para fins terapêuticos, a equoterapia envolve vários profissionais de saúde e, segundo o comandante do Regimento, major William Reimer Rathje, a equipe multidisciplinar mantida na unidade por convênio firmado com a Fhemig foi reduzida pela metade de um ano para cá. Dos 12 profissionais que atuavam, hoje há apenas seis.

Com a redução de pessoal, ele afirmou que o atendimento, antes de 180 pacientes, caiu para 113. Outras 488 pessoas estão na fila de espera. "Temos sete cavalos à disposição, nove policiais militares em condições de auxiliar o serviço e instalações próprias. Mas sem técnicos em saúde não sei como ficará o atendimento", frisou o major.

Seplag será acionada - Defendendo que se cobre uma solução do governo, o vice-presidente e autor do requerimento do debate, deputado Sargento Rodrigues (PDT), considerou alarmante a possibilidade de fechamento do serviço dada a importância reconhecida da equoterapia para o tratamento de pessoas com deficiência e auxílio em situações relacionadas ao comportamento social.

A comissão aprovou requerimentos para envio de ofício à secretária de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) pedindo a disponibilização de pessoal suficiente para a manutenção do atendimento, bem como de visita para tratar diretamente do assunto. Outro requerimento é para que a comissão faça gestões visando à inclusão da equoterapia entre as modalidades de terapias oferecidas pelo SUS.

Fhemig aponta entrave legal para manter convênio

Segundo o chefe de gabinete da presidência da Fhemig, Fernando Eduardo Guimarães, a fundação está impedida pela Lei 18.185, de 2009, de contratar pessoal nos moldes que permitiam o convênio com a PMMG para o serviço de equoterapia. Segundo ele, o convênio foi firmado antes da lei, em 2005, quando ainda era permitido ao Estado manter contratos temporários em caso de excepcionalidade por seis meses, podendo renová-los uma vez, por mais seis meses.

Guimarães frisa que a nova lei prevê contratos por dois anos, prorrogáveis por um ano, mediante processo seletivo e somente para ocupar cargos quando não há servidor concursado correspondente. Além de haver concursados nas especialidades relacionadas à equoterapia (médicos, fisioterapeutas, psicólgos e outros), a Fhemig somente poderia chamá-los para uma de suas 22 unidades hospitalares. "A Cavalaria Alferes Tiradentes não é unidade da Fhemig, e sim da Polícia Militar", frisou Fernando.

Elogiando o debate e o serviço de equoterapia, ele disse que a Fhemig entrou como parceira contratando pessoal enquanto podia, e até mesmo deslocando servidores recentemente na expectativa de uma solução. O convênio em questão deveria ter sido encerrado em 2010. Um termo de aditamento prorrogou sua duração para até o próximo dia 1º de agosto.

Deputados criticam ameaças de fechamento

Criticando a ausência de representante do Ministério Público do Estado na audiência, uma vez que o órgão estaria questionando as contratações da Fhemig, o deputado Sargento Rodrigues criticou o fato de empecilhos legais estarem pondo em risco um serviço importante. "Qual deputado ou promotor pode questionar o empréstimo de pessoal de um ente público para o outro se não há desvio de função pública? O que não pode ocorrer é a promiscuidade com a coisa pública, e este não é o caso", afirmou.

O deputado Elismar Prado (PT) defendeu a mobilização da Assembleia para solucionar o problema. "Se há entraves legais ou burocráticos eles não são irremediáveis", ressaltou. Fazendo alusão aos gastos do Estado para a Copa de 2014 e à recente delegação dada ao governo para fazer a reforma administrativa do Estado, ele defendeu que não devem faltar recursos também para projetos importantes e de cunho social.

Destacando a importância do debate para mostrar à sociedade os benefícios da equoterapia, o deputado Marques Abreu (PTB) defendeu que as dificuldades enfrentadas pelo Regimento da Cavalaria sejam tratadas diretamente com o governador e com a Seplag.

O presidente da comissão, deputado Doutor Wilson Batista (PSL), ressaltou que a equoterapia é um método terapêutico reconhecido pela comunidade científica e pelo Conselho Federal de Medicina, resultando em benefícios psíquicos e sociais. Ele defendeu que a terapia passe a fazer parte das modalidades de atendimento oferecidas pelo SUS.

Debate - Familiares de pessoas com necessidades especiais também deram seu testemunho sobre a eficácia da equoterapia para autistas e mesmo jovens com hiperatividade. Também na platéia, Ana Lúcia de Oliveira, da Coordenadoria Especial de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado de Defesa Social (Sedese), anunciou que o órgão está em entendimentos com a Secretaria de Estado de Saúde para buscar uma solução que possa garantir a continuidade do serviço.

Presenças - Deputados Doutor Wilson Batista (PSL), presidente; SargentoRodrigues (PDT), vice-presidente; Elismar Prado (PT) e Marques Abreu (PTB).

 

 

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