Cetebio vai oferecer pele para vítimas de queimaduras em setembro

Em setembro de 2011, o Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais (Cetebio) já deve começa a oferecer, através do S...

15/06/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Cetebio vai oferecer pele para vítimas de queimaduras em setembro

Em setembro de 2011, o Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais (Cetebio) já deve começa a oferecer, através do Sistema Único de Saúde (SUS), pele para as vítimas de queimaduras. A informação foi trazida pela assessora de Projetos Internacionais e pesquisadora do Hemominas, Anna Bárbara de Freitas Carneiro Proietti, que participou de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (15/6/11). Ela explicou que, enquanto a sede do Cetebio está sendo construída em Lagoa Santa (Região Central), os pesquisadores já estão desenvolvendo paralelamente bancos pilotos para disponibilizar os tecidos para a população.

Segundo Anna Bárbara de Freitas, o Cetebio, que faz parte da estrutura do Hemominas, será o maior centro público integrado de tecidos biológicos da América Latina. Serão criados bancos de sangue raros, de sangue de cordão umbilical e placentário, de medula óssea, de pele, de tecidos musculoesqueléticos e de válvulas cardíacas. "Em relação ao banco do cordão umbilical, nós fazemos parte da rede mundial, que reúne os bancos de vários países, aumentando as possibilidades de tratamento dos pacientes", explicou.

O centro irá oferecer para a população usuária do SUS hemácias fenotipadas raras, células-tronco hematopoéticas, pele alógena, peças ósseas, tecidos musculares e válvulas cardíacas. Os tecidos poderão ser usados na recuperação e tratamento de pacientes com doenças como leucemia e anemia, queimaduras de alto grau, doenças degenerativas e cardiovasculares, vítimas de politraumatismo, entre outros.

A primeira fase das obras de construção da sede do Cetebio deve terminar no final de 2012, sendo que estão sendo utilizados R$ 12 milhões, disponibilizados pelo Bano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Na segunda fase, estão previstos o investimento de R$ 8 milhões. O coordenador administrativo do Centro de Tecidos Biológicos, Alexandre Vertelo, destacou que, por se tratar de um banco com tecidos diferentes, são vários os desafios enfrentados pela equipe de pesquisadores e administrativa.

Redução de custos - Em relação ao banco de pele, a bióloga e pesquisadora da Hemominas, Flávia Marques de Mello, explicou que o único banco do Brasil se localiza em Porto Alegre. Assim, de acordo com ela, todas as peles utilizadas hoje no Hospital João XXIII são trazidas da capital gaúcha. "O novo banco de pele irá reduzir os custos para a saúde pública de Minas Gerais", considerou.

Tecidos serão disponibilizados a partir das demandas dos médicos

Questionada pelos parlamentares e por outros convidados, Anna Bárbara de Freitas ainda explicou que os tecidos desenvolvidos pelo Cetebio serão disponibilizados na rede de hospitais do SUS por meio da demanda dos médicos. "O funcionamento será semelhante ao que acontece com o banco de sangue hoje. Os médicos verificam a necessidade e fazem o pedido", explicou. Em relação à coleta, ela também será feita dentro dos hospitais parceiros da rede do SUS, de acordo com a determinações da Coordenação Estadual do Sistema Nacional de Transplantes.

A pesquisadora destacou que ainda existe um grande leque de pesquisas na área de implante de tecidos. "Nós acreditamos que centros como o Cetebio devem investir em pesquisas para ampliar a utilização e o alcance dos tecidos", considerou. Ela explicou que já está previsto que o Cetebio, além de cuidar dos bancos, irá desenvolver pesquisas na área. Outra questão destacada por Anna Bárbara de Freitas é de que os doadores serão mais aproveitados já que, além dos órgãos, será possível também colher tecidos.

A autora do requerimento para a reunião, deputada Luzia Ferreira (PPS), destacou a importância do centro para a saúde pública e o seu pionerismo no Brasil, por reunir vários tecidos diferentes. "O Cetebio vai preencher uma lacuna", considerou. O presidente da comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), afirmou que a criação do Cetebio é uma iniciativa inovadora. "O centro será de grande importância não só para Minas Gerais, mas para todo o país", afirmou. Já o deputado Neider Moreira (PPS) considerou que Minas Gerais ainda deve avançar na questão da captação dos órgãos e tecidos.

A professora do Departamento de Morfologia da UFMG, Luciana de Oliveira Andrade, também elogiou a iniciativa e considerou que será um grande avanço para Minas Gerais. O representante do Conselho Regional de Biologia, Igor Noronha, destacou que o Cetebio irá representar um novo mercado de trabalho para os biólogos mineiros.

Requerimentos - Na reunião, foram aprovados dois requerimentos. O primeiro, da deputada Liza Prado (PSB), pede a realização de audiência pública conjunta com a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização para debater o uso dos telefones celulares diante de pesquisa divulgada de que a sua utilização pode aumentar a incidência de alguns tipos de câncer. O outro requerimento, dos deputados Carlos Mosconi, Fred Costa (PHS) e Doutor Wilson Batista (PSL), solicita que seja enviado ofício ao Ministério da Saúde para que se posicione sobre a utilização de vacina canina contra leishmaniose viceral.

Presenças - Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice-presidente; Doutor Wison Batista (PSL) e Neider Moreira (PPS); e a deputada Luzia Ferreira (PPS).

 

 

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