Servidores querem jornada de 6h para compensar atrasos no trânsito

A extensão da jornada de seis horas para todos os servidores da Cidade Administrativa (cerca de 14 mil) é a principal...

09/06/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Servidores querem jornada de 6h para compensar atrasos no trânsito

A extensão da jornada de seis horas para todos os servidores da Cidade Administrativa (cerca de 14 mil) é a principal reivindicação dos trabalhadores do Estado, que participaram nesta quinta-feira (9/6/11), da audiência da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião foi convocada para discutir os problemas enfrentados pelos servidores, em questões como engarrafamentos no caminho para a região, alimentação, condições de trabalho e problemas estruturais nos prédios.

A jornada de seis horas foi concedida, de forma temporária, a servidores efetivos, menos de 50% do total que hoje está na Cidade Administrativa, segundo os sindicatos presentes. A reivindicação é que ela seja estendida para todas as categorias, incluindo os terceirizados e celetistas e de forma definitiva. A alegação é de que a transferência para o local tem levado os trabalhadores a gastarem pelo menos mais três horas no deslocamento, o que aumentou a jornada de trabalho, sem compensação salarial. Os motivos foram enfatizados pelos representantes do Sindifisco, Sind-UTE, Sind-Saúde, Sindados e Comissão de Trabalhadores da Cidade Administrativa.

A audiência foi solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), em nome do bloco de oposição Minas Sem Censura, e teve como consenso, em todos os depoimentos, a insatisfação dos trabalhadores. Os relatos de dificuldades incluíram as instalações já deterioradas, como rachaduras, alagamentos, entupimentos, alimentação cara e de qualidade ruim.

A audiência foi conduzida pelo vice-presidente da comissão, Délio Malheiros (PV), que estabeleceu o mesmo tempo de exposição para representantes do governo e dos servidores. E também determinou o prazo de encerramento da audiência, alegando a previsão do Regimento Interno, de duas horas de duração. Ao encerrar a audiência, após este prazo, provocou a indignação dos trabalhadores que reclamaram muito e permaneceram no Auditório, continuando os debates, de forma não oficial, com os deputados Rogério Correia e Antônio Júlio(PMDB).

Intendente afirma que os problemas estão sendo sanados

A reunião começou com a apresentação da intendente da Cidade Administrativa, Kênnya Kreppel Dias, que explicou os motivos da transferência da administração estadual para um local único, baseados na concepção de eficiência e economia.

Segundo ela, com a transferência de todos os órgãos, o Estado passaria a economizar R$ 92 milhões por ano com aluguéis, contas públicas e outros serviços. Além disso, ganharia eficiência com a implantação de compartilhamento de equipamentos, sistema de redes, planejamento de espaços.

Ela se deteve na questão do transporte, informando que foram criadas seis novas linhas de coletivos para a região, pela BHTrans, com 100 veículos, além do reforço das já existentes e da ampliação do quadro de horários. E informou que será inaugurada uma nova linha, saindo da Savassi, em julho. Disse ainda que foram disponibilizadas 2.760 vagas de estacionamento gratuitas para os servidores e que todas as reclamações sobre ônibus são encaminhadas a BHTrans, que faz o monitoramento. Kênnya Kreppel discorreu ainda sobre segurança do local, limpeza, refeitórios e restaurantes.

Servidores contestam - Os representantes dos sindicatos contestaram a intendente, apontando os inúmeros problemas, ilustrando com fotos dos locais, onde foram mostrados banheiros entupidos, rachaduras e as longas distâncias. Para eles, o que há é ineficiência, ao contrário do que argumentou o Governo do Estado.

A representante da Comissão de Trabalhadores da Cidade Administrativa, Carla Anunciatta de Carvalho, pediu que o Estado apresente um balanço com os atendimentos de saúde feitos no "samuzinho" do local, para mostrar como a mudança tem afetado a saúde dos trabalhadores.

Exemplos diversos foram citados, como os do representante do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), Denilson Martins. Ele disse que não há local para recebimento e retirada das armas dos policiais, o que é feito em outro prédio, fora da Cidade Administrativa. E que também não há mais a facilidade para denúncias junto à Ouvidoria, que antes tinham como característica o sigilo pessoal e "agora, com a identificação do denunciante na portaria, isso acabou", desestimulando denúncias.

Para o representante do Sindicato dos Fiscais do Estado de Minas Gerais (Sindifisco), Lindolfo de Castro, a construção da Cidade Administrativa foi uma opção de uso do dinheiro do Estado em obras, em detrimento do investimento nos trabalhadores. "É o modelo de gestão Robin Hood às avessas, tira dos pobres para dar aos ricos".

Mesmo raciocínio foi seguido pela coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores na Educação, (Sin-UTE), Beatriz Cerqueira, para quem o Estado adotou um modelo administrativo que embute o controle da vida do trabalhador. E pediu que fosse apresentado um balanço real do que o Estado economizou até agora com a mudança "e não só que fique apresentando o que estava previsto nas metas". Para os dois sindicalistas, a Cidade Administrativa "serviu à especulação imobiliária e não aos servidores ou à eficiência".

O autor do requerimento da audiência, deputado Rogério Correia, disse que tentou fazer o debate desde fevereiro, diante das denúncias constantes dos servidores. E informou que vai apresentar requerimentos para serem apreciados em reuniões posteriores, para solicitar informações do Estado, entre elas, o custo total da construção da Cidade Administrativa; e o cronograma e andamento das obras. E que vai solicitar uma visita da comissão ao Ministério Público para conhecer as ações que a instituição instaurou sobre a construção. Outro requerimento a ser apresentado será a solicitação de jornada permanente de seis horas para todos os trabalhadores da Cidade Administrativa.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), vice-presidente; Rogério Correia (PT); Tiago Ulisses (PV), Antônio Júlio (PMDB), Bosco (PTdoB), Ivair Nogueira (PMDB), Sebastião Costa (PPS), João Leite (PSDB), Delvito Alves (PTB); e a deputada Luzia Ferreira (PPS). Representante do Sind-Saúde, Reginaldo Tomaz de Jesus; e a diretora do Sindidados, Rosane Cordeiro.

 

 

 

 

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