Famílias sob torres da Cemig esperam indenização para
sair
A remoção de residências e a construção de uma
praça sob as torres de transmissão de energia da Cemig no bairro
Independência, região do Barreiro, em Belo Horizonte, ainda pode
demorar dois anos. Na audiência pública que a Comissão de
Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais realizou nesta terça-feira (7/6/11), o autor do
requerimento para a reunião, deputado Célio Moreira (PSDB), informou
que vai solicitar à Cemig e à Prefeitura de Belo Horizonte a redução
desse prazo para até seis meses.
No local vivem 87 famílias que estão constantemente
expostas a riscos causados por descargas elétricas. O custo para a
remoção dos imóveis e construção de uma área de segurança é estimado
em R$ 4,317 milhões. A Cemig e a Prefeitura da Capital, por meio da
Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), estão negociando
os termos do convênio a ser assinado para a desocupação do local.
Célio Moreira cobrou mais agilidade nesse acordo para reduzir a
possibilidade de acidentes.
Precauções - Será
necessário desapropriar os imóveis localizados num raio de 11,5
metros das torres de transmissão, além daqueles cuja altura superem
6,5 metros sob os fios de alta tensão. Enquanto o problema não é
resolvido, os moradores precisam tomar uma série de cuidados,
alertou o gestor de Faixas de Linha de Transmissão da Cemig, Rodolfo
de Souza Monteiro. Para evitar choques elétricos, eles devem evitar
possuir antena externa de TV e, em dias de chuva, desligar todos os
equipamentos elétricos de casa.
Na visita que os deputados e técnicos da Cemig
fizeram à base de uma das torres de transmissão, foram detectadas
várias situações de risco. Uma delas foi a colocação, por um
morador, de uma tela metálica junto à torre. Segundo o gestor da
empresa, isso representa um perigo muito grande de descarga elétrica
e aconselhou o morador a retirá-la dali imediatamente.
Os moradores foram orientados também sobre o
impedimento legal de a Cemig regularizar o fornecimento de energia
para as residências abaixo das linhas de transmissão. Todas as
ligações são clandestinas ("gatos"), sujeitas a variações de tensão
mais bruscas e, por isso, provocando queimas mais frequentes dos
aparelhos elétricos. Rodolfo Monteiro também aconselhou que ninguém
realize obras de reforma em suas casas, a não ser as que forem
consideradas emergenciais.
Moradores querem indenização justa
Representando a comunidade, o presidente da
Associação Jovem do Petrópolis, Aelson Pereira dos Santos, garantiu
que todos querem ter a situação regularizada, e só recorreram aos
"gatos" porque não há outra opção, já que a Cemig não pode fazer as
instalações. Ele manifestou sua preocupação com a satisfação das
famílias com o valor da indenização a ser pago. Segundo o morador, o
pagamento tem que ser condizente com o que elas gastaram para morar
ali.
Iniciativas de remoção de moradores em áreas de
linhas de transmissão já foram realizadas com sucesso em Belo
Horizonte, informou o secretário adjunto de Administração da
Regional Municipal Barreiro, Wanderley Araújo Porto Filho. Ele disse
que compreende a ansiedade dos moradores, mas garantiu que o
processo será o mais ágil possível. O gestor da Cemig lembrou que
atualmente 376 famílias estão sendo retiradas pelo mesmo motivo no
Morro das Pedras.
O engenheiro da Urbel, Aloísio Rocha Moreira, disse
que os custos serão um pouco maiores do que o previsto porque além
da indenização dos moradores, haverá despesas com remoção e limpeza
do local, com a construção de uma praça de segurança para evitar
novas ocupações e com a mudança dos móveis das famílias
removidas.
Presenças - Deputados
Adalclever Lopes (PMDB), presidente, e Célio Moreira (PSDB).
Participou ainda o líder comunitário Wellington Rosário de Bessa
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