Deputados esperam que Lagoa da Pampulha esteja saneada até 2013

Até junho de 2013, antes da Copa das Confederações, a Lagoa da Pampulha estará quase inteiramente saneada, com 95% do...

24/05/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados esperam que Lagoa da Pampulha esteja saneada até 2013

Até junho de 2013, antes da Copa das Confederações, a Lagoa da Pampulha estará quase inteiramente saneada, com 95% do seu esgoto tratados. A estimativa é dos deputados que participaram de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia, na tarde desta terça-feira (24/5/11). A reunião teve por finalidade debater os investimentos feitos pelos governos federal e estadual e pelas prefeituras de Belo Horizonte e Contagem na recuperação da Lagoa da Pampulha.

"Estamos otimistas e esperamos que até a Copa do Mundo, em 2014, a lagoa esteja praticamente saneada", afirmou o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento para realização da audiência. O parlamentar fez essa consideração com base em informações colhidas, pela manhã, com técnicos da Copasa e das prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, durante visita à lagoa e a obras de saneamento nos córregos que a abastecem.

A maior parte dos recursos destinados às obras de saneamento da Lagoa (R$ 102 milhões) foram liberados pelo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), do governo federal, com contrapartida da Copasa e da Prefeitura de Contagem. A Prefeitura de Belo Horizonte também tem responsabilidade no tocante à limpeza e ao desassoreamento.

O parlamentar esclareceu que tomou a iniciativa da audiência pública em função dos preparativos da Capital para a Copa do Mundo de Futebol, considerando o descuido da Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões postais de Belo Horizonte. Ele observou que não só o espelho d'água da lagoa, mas os córregos que a abastecem e as populações que vivem às suas margens estão merecendo cuidados.

O otimismo do deputado petista foi partilhado pelos demais parlamentares presentes e por alguns convidados. O deputado Fred Costa (PHS), por exemplo, se disse otimista por ver que, desta vez, não se trata de ações isoladas, mas de ações integradas entre as Prefeitura de Belo Horizonte, Contagem, governo estadual e governo federal. Fred louvou a iniciativa da Prefeitura de Contagem que, entre tantas obras prioritárias, privilegiou o saneamento dos córregos Sarandi e Ressaca, localizados naquele município da Região Metropolitana, e que respondem por 70% do esgoto que deságua na Lagoa da Pampulha.

Ele acrescentou, ainda, que, para a complementação das obras, serão necessários investimentos da ordem de R$ 300 milhões a serem aplicados em três etapas: saneamento, desassoreamento e limpeza. Fred Costa destacou o caráter social das obras, que, segundo ele, beneficiarão a população de 26 aglomerados na região de Contagem e nove em Belo Horizonte.

A deputada Luzia Ferreira (PPS) ressaltou a dimensão ética que representa a recuperação da Lagoa da Pampulha e de toda a bacia hidrográfica que a abastece, afirmando que os seres humanos, "têm um compromisso ético de preservar a vida dos cursos d'água". "Os primeiros seres vivos surgiram nas águas e nossa memória evolutiva tem esse vínculo de gênese com a água", frisou.

O presidente da comissão, deputado Célio Moreira (PSDB), que presidiu a audiência em sua fase inicial, lembrou que a Lagoa da Pampulha já teve uma capacidade acumulada de 18 milhões de metros cúbicos de água, caindo depois para 13 milhões de metros cúbicos, em razão da má conservação, ocupação desordenada do entorno e assoreamento, entre outros problemas. Segundo afirmou, nos últimos dez anos cerca de R$ 220 milhões foram investidos em sua recuperação. Agora, porém, ele acredita que a ação integrada entre as diversas instâncias de governo poderá ter resultado positivo.

Já o deputado Neider Moreira acha que a solução para a Lagoa da Pampulha "é difícil e multifatorial". Ele defendeu o uso de tecnologia avançada na recuperação do local, se necessário, importando conhecimento de outros países. Na sua opinião, com investimento financeiro, alta tecnologia e vontade política é possível fazer com que a água da lagoa chegue à classe 3, de forma que possa ser utilizada para esportes náuticos.

Críticas - Nem todos os presentes, porém, mostraram-se otimistas. Alguns convidados manifestaram ceticismo quanto à conclusão das obras até 2013, levando-se em conta que o problema de saneamento da lagoa arrasta-se há anos sem solução. "É como enxugar gelo", criticou o representante do projeto Manuelzão, Apolo Heringer Lisboa, para quem não adianta fazer obras "de maquiagem, de olho na Copa, só para melhorar a imagem da cidade e de políticos, para inglês ver". Para ele, isso não passa de "oportunismo político e bobeira científica".

Na opinião dele, o trabalho correto deveria passar pelo conjunto da bacia hidrográfica, pois "não se pode administrar o meio ambiente com visão de regiões administrativas, por territórios político-administrativos." Ele afirmou que temos tecnologia nacional para recuperar a lagoa e criticou as propostas que defendem a importação de tecnologia da Europa e dos Estados Unidos, afirmando que isso não passa de "colonialismo explícito".

O presidente da Associação Amigos da Pampulha, Flávio Marcos Ribeiro de Campos, também teceu críticas ao modelo de administração adotado pelos sucessivos governos. Ele exibiu slides mostrando a real situação da Lagoa e afirmou que entre 2002 e 2006 foram retirados da lagoa 800 metros cúbicos de terra e 500 toneladas de lixo.

Na fase de debates, a engenheira Eunice Tavares de Paiva, da Associação Amigos do Trevo, bairro da região da Pampulha, entregou aos membros da comissão cópia de Proposta de Ação Legislativa aprovada no ano passado na Assembleia, requerendo a criação do Parque da Pampulha e do Museu de Água e Meio Ambiente.

Requerimentos aprovados - Em sua fase inicial, a Comissão aprovou requerimentos:

* do deputado Arlen Santiago (PTB), em que solicita seja realizada reunião de audiência pública em Montes Claros para debater a Mata Seca no Novo Código Florestal Brasileiro, em razão da importância da agricultura na economia e da nova realidade rural brasileira;

* do deputado Rômulo Veneroso (PV), em que solicita seja encaminhado ao governador do Estado pedido de providências para realizar estudo sobre o melhor modo de incentivar as empresas produtoras de sacolas plásticas tradicionais a se adaptarem para a produção de sacolas oxibiodegradáveis e/ou biodegradáveis;

* do deputado Délio Malheiros (PV), em que solicita seja realizada visita conjunta com a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte aos maiores supermercados de Belo Horizonte para verificar o comportamento dos consumidores diante da proibição da distribuição gratuita das sacolas plásticas pelo comércio varejista, bem como o excesso de plástico utilizado nas embalagens dos diversos produtos.

* do deputados Almir Paraca (PT), Célio Moreira (PSDB) e Sávio Souza Cruz (PMDB), em que solicitam seja realizado debate público conjunto com as Comissões de Assuntos Municipais e Regionalização e de Minas e Energia para debater os termos do Plano Nacional de Mineração, do qual originará o Novo Código de Mineração do país.

Presenças - Deputados Célio Moreira (PSDB), Gustavo Corrêa (DEM), Rogério Correia (PT), Fred Costa (PHS), Duarte Bechir (PMN) e Neider Moreira (PPS) e deputada Luzia Ferreira (PPS). Além dos citados na matéria, estavam presentes: Osmando Pereira da Silva, secretário de Administração Regional Municipal Pampulha; Benerval Alves Laranjeira Filho, da Fundação Estadual do Meio Ambiente; Weber Coutinho, gerente do Planejamentos e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Antônio Carlos Pereira, da Prefeitura Municipal de Contagem; Wanderlene Ferreira Nacif, do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) e major PM Gilson de Oliveira.

 

 

 

 

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