Reunião tentará pôr fim a impasse sobre terceirização na silvicultura

Deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, empresários da área florestal, procuradores do Ministério Públic...

24/05/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Reunião tentará pôr fim a impasse sobre terceirização na silvicultura

Deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, empresários da área florestal, procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e representantes do Ministério do Trabalho e Emprego deverão se reunir, nos próximos dias, para tentar pôr fim ao impasse sobre a fiscalização de atividades florestais terceirizadas no Estado. A decisão de promover a reunião foi o principal resultado de visita da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial à Procuradoria Regional do Trabalho, nesta terça-feira (24/5/11), em Belo Horizonte.

No encontro, os deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente da comissão, e Doutor Viana (DEM) discutiram o assunto com o procurador-chefe do Trabalho em Minas, Arlélio de Carvalho Lage. Também participaram diretores da Associação Mineira de Silvicultura, atividade que diz respeito à manutenção, aproveitamento e uso racional de florestas.

No fim da visita, os dois parlamentares consideraram a conversa como um grande passo para o entendimento. De acordo com Antônio Carlos Arantes, o Ministério Público do Trabalho está compreendendo a necessidade da contratação de terceiros na silvicultura. Doutor Viana reforçou que a terceirização defendida por eles é aquela que respeita o trabalhador.

A nova reunião para discutir o assunto, ainda sem data definida, foi proposta pelo procurador-chefe e poderá ser o início de um acordo entre as partes, a ser firmado por meio de um convênio ou de um termo de ajustamento de conduta.

Fiscalização - O Ministério Público do Trabalho tem adotado como praxe, em suas fiscalizações, cobrar das empresas a contratação de mão de obra própria em todas as etapas de produção de madeira. Uma vez que os contratos sociais das empresas incluem como atividades-fim os diversos processos relacionados à silvicultura, qualquer terceirização seria irregular. O emprego de terceiros é permitido, por lei, apenas nas atividades-meio.

Na visita desta terça-feira, o presidente da Associação Mineira de Silvicultura, Bruno Melo Lima, argumentou que, graças à evolução tecnológica do setor, as diversas etapas da produção se especializaram e se segmentaram, tornando impossível não recorrer à terceirização. Ele deu como exemplo o plantio do eucalipto, que hoje é feito com mudas clonadas, e não mais com sementes. A produção das mudas exige conhecimentos técnicos que, segundo ele, as empresas de reflorestamento não detêm.

Outro exemplo, mencionado por Doutor Viana, diz respeito à pulverização aérea das plantações. Segundo o deputado, é inviável para uma empresa florestal manter um avião e um piloto contratado para uma atividade que é apenas eventual. Na avaliação de Antônio Carlos Arantes, a terceirização gera emprego e renda. Ele acredita que a repressão dessa prática poderá levar a uma mecanização acentuada da silvicultura.

Procurador relata casos de trabalho precário

O procurador-chefe do Trabalho em Minas concordou que algumas etapas da produção necessitam da contratação de mão de obra terceirizada, mas afirmou que a principal preocupação do Ministério Público é com as condições precárias às quais alguns trabalhadores são submetidos. Ele citou casos recentes de fiscalização em empresas florestais, nas quais foram flagradas pessoas em situações subumanas, sem acesso a água potável e moradia digna. Isso ocorre principalmente na etapa da produção de carvão.

Arlélio de Carvalho Lage pediu a colaboração da Associação Mineira de Silvicultura para combater as irregularidades no setor. Ele sugeriu, por exemplo, que a entidade proíba os associados de adquirir serviços ou produtos de empresas que utilizam trabalho escravo ou análogo a escravo. Essa exigência poderá fazer parte de um futuro termo de ajustamento de conduta. O acordo liberaria a terceirização de mão de obra em parte do processo de produção de madeira, desde que atendidas algumas condições, a serem acertadas entre as partes envolvidas.

A visita à Procuradoria Regional do Trabalho é resultado de requerimento dos deputados Antônio Carlos Arantes, Doutor Viana e Rômulo Viegas (PSDB), aprovado em audiência pública sobre a terceirização na silvicultura, realizada no mês passado. Na ocasião, o Ministério Público do Trabalho recebeu convite, mas não enviou representante. Por isso, nesta terça-feira, Doutor Viana entregou ao procurador as notas taquigráficas da audiência.

Presenças - Deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente, e Doutor Viana (DEM).

 

 

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