Comissão da Reforma Política na Câmara deve prorrogar os trabalhos

A Comissão Especial da Reforma Política da Câmara dos Deputados deve adiar a apresentação de seu relatório até que au...

23/05/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão da Reforma Política na Câmara deve prorrogar os trabalhos

A Comissão Especial da Reforma Política da Câmara dos Deputados deve adiar a apresentação de seu relatório até que audiências públicas sobre o tema sejam realizadas nos estados. A informação foi dada nesta segunda-feira (23/5/11) pelo presidente da comissão, deputado Almeida Lima (PMDB-SE), na abertura do Debate Público Minas na Reforma Política, realizado no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ele garantiu que a comissão fará o possível para antecipar os trabalhos, mas sem prejudicar os debates, que têm sido proveitosos "para o acúmulo de massa crítica" e darão mais representatividade ao relatório.

O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), também salientou que a discussão política deve ser feita com a sociedade e com os cientistas políticos. "Nada melhor que fazer esse chamamento em Minas para colher sugestões produtivas que vão fortalecer a democracia e dar ao Brasil uma melhor perspectiva de futuro", frisou. Almeida Lima completou que a comissão tem feito ainda audiências com especialistas, além das reuniões semanais de trabalho. Minas Gerais é o sexto estado visitado pela comissão. Outras cinco conferências já estão agendadas e seis estados aguardam a definição de datas das audiências.

O deputado Carlos Mosconi (PSDB), que coordena a Comissão Extraordinária de Acompanhamento da Reforma Política da ALMG, fez um relato dos trabalhos iniciados em março. Ele salientou que já foram ouvidos os deputados federais mineiros que integram a comissão da Câmara, além de líderes de partidos, representantes da mídia e de entidades sociais. "Convidamos 50 entidades, e esses debates ainda não se encerraram", salientou. Mosconi afirmou ainda que o assunto tem sido tratado com cuidado, já que é polêmico e complexo. "Em Minas já estamos construindo o consenso em alguns pontos", adiantou.

Deputados admitem ceticismo quanto à aprovação da reforma

O deputado federal Newton Cardoso (PMDB-MG), membro da comissão da Reforma Política na Câmara, e a deputada estadual Luzia Ferreira (PPS), relatora da comissão da ALMG, admitiram um certo ceticismo da sociedade em relação à reforma política. "A mídia está duvidando, mas seria uma grande frustração se não aprovássemos a reforma. Temos certeza de que vamos aprovar", salientou o ex-governador de Minas.

Já Luzia Ferreira enfatizou que o ceticismo cerca os temas mas relevantes da reforma. Ela mencionou ainda a dificuldade que os deputados, vitoriosos no atual sistema, poderiam ter para arriscar uma mudança mais radical. "A reforma diz respeito ao aperfeiçoamento do nosso sistema democrático e das nossas instituições", frisou a parlamentar, que defende um modelo mais permeável à participação do eleitor.

O controle social também foi defendido pelo deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), outro membro da comissão da Câmara. "Nosso sistema não cria vínculo; 70% dos eleitores não sabem em qual deputado ou vereador votaram, dois anos depois das eleições", exemplificou. Ele classifica o atual sistema partidário brasileiro como "um entrave ao avanço democrático" e defende que a reforma precisa fortalecer os partidos e baratear as campanhas, para acabar com a corrupção.

Mudança gradual - Outro mineiro na comissão da Câmara, o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), sinalizou que a reforma política já avançou e está "caminhando para propostas viáveis dentro da realidade brasileira". Ele defende, porém, que as mudanças sejam implantadas de forma gradativa. "Os interesses imediatos dificultam as decisões. Não há condições políticas para que todas as mudanças sejam imediatas", afirmou.

Na mesa de abertura estavam também os deputados estaduais Antônio Júlio (PMDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Fábio Cherem (PSL). O debate na ALMG foi solicitado pelos três e ainda pelos deputados Carlos Mosconi e Rogério Correia (PT), pelo ex-deputado Romeu Queiroz (PSB) e pela deputada Luzia Ferreira. Estavam também na mesa a doutora em Ciência Política e professora da PUC Minas Fátima Anastasia, o vice-presidente da Federação das Industrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Cavalieri, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Marco Antônio de Jesus. Também estavam presentes outros deputados federais, prefeitos e vereadores.

 

 

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