Dengue recua, mas vírus tipo 4 já se aproxima do
Estado
O número de casos de dengue em Minas Gerais caiu
85% de janeiro a meados de maio de 2011 em relação ao mesmo período
do ano passado. Os dados sobre o combate à doença no Estado foram
apresentados pelo secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de
Souza Marques, durante audiência pública da Comissão de Saúde da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quinta-feira
(19/5/11). A reunião atendeu a requerimento dos deputados Fred Costa
(PHS), Bonifácio Mourão (PSDB), Gustavo Valadares (DEM), Luiz
Humberto Carneiro (PSDB) e Tiago Ulisses (PV).
Os dados mais recentes da secretaria demonstram que
este ano foram registrados 35 mil casos da doença no Estado, contra
239 mil no mesmo período de 2010. O ano passado foi o que teve o
maior número de ocorrências desde 1993: 261.915 casos, com 105
mortes, de acordo com o órgão. Este ano já morreram quatro pessoas
em decorrência da doença em Minas.
Em seu pronunciamento, o secretário falou sobre as
ações desenvolvidas desde novembro de 2009, por meio do Programa
Estadual de Enfrentamento Permanente da Dengue, que conta com
investimentos da ordem de R$ 60 milhões. Segundo ele, o Governo de
Minas tomou para si a responsabilidade sobre essa questão e
transformou o combate à dengue em uma política de Estado.
Alerta - Apesar disso,
Antônio Jorge reconheceu que os esforços das esferas públicas
federal, estadual e municipal não têm sido suficientes para
erradicar a doença, o que só deverá acontecer após o desenvolvimento
da vacina, que está prevista para daqui a cinco ou seis anos.
O secretário também disse que a chegada ao Estado
do vírus tipo 4 da dengue é inevitável, uma vez que ele já está na
Região Sudeste, com casos confirmados em São Paulo e no Rio de
Janeiro. Alertou também para o risco de número de ocorrências
crescer a partir de outubro deste ano, com a chegada do período
chuvoso.
Deputados pedem regulamentação da Emenda 29
O deputado Bonifácio Mourão disse que o recuo da
incidência de dengue em Minas comprova o sucesso do trabalho
desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde. Ele aproveitou para
fazer a defesa da regulamentação da Emenda à Constituição 29, que
define o percentual de gastos da União, Estados e municípios com a
saúde. Os deputados Doutor Wilson Batista (PSL) e Hely Tarqüínio
(PV) concordaram com Bonifácio. Tarqüínio lembrou, porém, que essa
regulamentação é aguardada há 20 anos.
O deputado Fred Costa lamentou a ausência de um
representante da Prefeitura de Belo Horizonte para falar sobre as
ações de combate à dengue na Capital. Com relação às ações dos
municípios, o secretário Antônio Jorge informou que ainda neste ano
deve ser realizada uma feira para que os prefeitos apresentem suas
experiências locais de combate à dengue.
A deputada Luzia Ferreira (PPS) destacou que a
população já tem conhecimento sobre a forma de reprodução do
mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, e o que deve
fazer para impedi-la. "Porém, o problema é transformar esse
conhecimento em ação", lamentou.
Também presente à reunião, o deputado Duarte Bechir
(PMN) disse que a saúde no Brasil tem se deteriorado por falta de
responsabilidade da União. Já Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) fez elogios
aos programas estaduais voltados para a saúde que, segundo ele, têm
trazido melhorias em todos os municípios mineiros. Para 2011,
segundo o secretário Antônio Jorge, os gastos com saúde em Minas
devem chegar a R$ 3 bilhões.
Presenças - Deputados
Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice; Doutor
Wilson Batista (PSL), Bonifácio Mourão (PSDB), Fred Costa (PHS),
Duarte Bechir (PMN), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e deputadas Luzia
Ferreira (PPS) e Rosângela Reis (PV).
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