PM diz que policiais sob ameaça não serão despejados de imóveis

O diretor de Educação Escolar e Assistência Social da Polícia Militar, Jader Mendes Lourenço, afirmou que policiais m...

18/05/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

PM diz que policiais sob ameaça não serão despejados de imóveis

O diretor de Educação Escolar e Assistência Social da Polícia Militar, Jader Mendes Lourenço, afirmou que policiais militares sob proteção do Estado, e que vivem em imóveis funcionais há mais de quatro anos, não serão despejados até que se encontre uma solução definitiva para seu problema de moradia. Ele foi um dos representantes da PM que participaram, nesta quarta-feira (18/5/11), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, de audiência pública sobre o assunto, realizada pela Comissão de Direitos Humanos.

Na mesma reunião, os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e Sargento Rodrigues (PDT), autor do requerimento para realização da audiência, disseram que vão cobrar do Governo do Estado recursos extras para atender esses policiais e suas famílias.

Os PMs e familiares que estão nessa situação recebem moradia do Estado por sofrerem ameaças, inclusive de morte, devido ao exercício da profissão. Os imóveis, no entanto, só podem ser ocupados por dois anos, prorrogáveis por mais dois. Eles foram notificados pela Diretoria de Educação Escolar e Assistência Social sobre o fim do prazo e temem ser despejados, o que os levou a procurar a ALMG. Os policiais alegam que as ameaças de criminosos persistem e que eles não têm para onde ir.

Notificação - "A notificação não tem caráter de despejo, não será realizada nenhuma ação de despejo via Advocacia Geral do Estado", declarou Lourenço. Ele disse que a intenção é chamar os policiais a comparecerem à Diretoria de Educação Escolar e Assistência Social, a fim de estudar o caso de cada um. "Se ela (a situação de ameaça à vida) persiste, jamais colocaremos os policiais na rua", acrescentou.

Ficou acordado entre os deputados e os representantes da PM e de entidades de classe que não haverá despejo num primeiro momento e que os casos serão analisados individualmente, na busca por soluções. Uma das possibilidades é enquadrar os policiais no Programa de Apoio Habitacional dos Militares do Estado de Minas Gerais (Promorar Militar). O diretor-geral do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM), Eduardo Mendes de Sousa, disse que é possível absorver algumas situações, embora os recursos para o programa estejam comprometidos com o atendimento de 300 policiais sorteados para as vagas abertas este ano.

Diante dessa situação, os deputados Durval Ângelo e Sargento Rodrigues afirmaram que vão cobrar do governador Antonio Anastasia a liberação de recursos extras para o Promorar, a fim de contemplar os casos imediatos, até que se encontre uma solução permanente para o problema de moradia dos policiais ameaçados. De acordo com a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), 108 famílias estão nessa situação. A maior parte delas vive em um condomínio no bairro Betânia, visitado pela Comissão de Direitos Humanos na segunda-feira (16).

Projeto - Durval Ângelo lembrou que os policiais que vivem nos imóveis funcionais foram obrigados a deixar suas casas por não se curvarem aos criminosos. "Ninguém está em moradia funcional porque quer. Na realidade foi forçado a isso, e ninguém está lá por ser um mau policial, está por uma situação de defesa da sociedade", declarou o deputado. Ele também defendeu a aprovação pela ALMG de projeto de sua autoria, que cria o programa de proteção de policiais, e relatou alguns casos de agentes que foram vítimas de vinganças de criminosos. Um deles teve o filho de 12 anos assassinado de forma brutal.

"Não existe policial, na face da Terra, que consiga sair de casa para trabalhar e deixar o que ele tem de mais precioso, seu filho, sob ameaça, por mais treinado que ele seja", afirmou Sargento Rodrigues.

O coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Aspra, Luiz Gonzaga Ribeiro, defendeu que policiais transferidos para a reserva, mas que continuem sob ameaça, tenham direito ao financiamento do Promorar. Atualmente, o programa beneficia apenas policiais na ativa. O membro do Centro Social de Cabos e Soldados, José Arimatéia de Castro, afirmou que a categoria só terá acesso a moradia efetivamente digna quando tiver salário também digno.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual, Rodrigo Filgueira de Oliveira, disse que o sistema de defesa social do Estado evoluiu no investimento em recursos materiais, mas não fez o mesmo no que diz respeito aos recursos humanos.

Requerimentos - Durval Ângelo anunciou que a comissão vai votar, em reunião posterior, quatro requerimentos relacionados ao tema. Três são do Sargento Rodrigues, que pede envio de ofício ao secretário de Defesa Social, Lafayette de Andrada, solicitando reunião sobre o assunto; prorrogação pela Secretaria de Planejamento e Gestão do prazo de permanência dos policiais nos imóveis; e o encaminhamento, pela PM, da lista de policiais que vivem em imóveis funcionais. Outro requerimento, de Durval Ângelo, pede o envio das notas taquigráficas da reunião à Promotoria de Justiça de Direitos Humanos.

A comissão ainda aprovou dois requerimentos do Sargento Rodrigues, que solicita audiências públicas para apurar denúncia de irregularidade na anulação da homologação de dispensa médica da policial militar Rosemary Barbosa Ventura e para apurar denúncia de erro médico no tratamento de um filho de policial. Os deputados também aprovaram dois requerimentos de Durval Ângelo, que pede envio de ofícios ao comando da PM para tentar esclarecer o motivo da presença de uma viatura policial no local de um incêndio possivelmente criminoso em boate de Belo Horizonte, e à Secretaria de Defesa Social para apurar o comportamento de dois agentes penitenciários.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente, Sargento Rodrigues (PDT), Paulo Guedes (PT) e Antônio Carlos Arantes (PSC).

 

 

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