Deputados criticam repasse de custos com cartões de crédito

Um abuso ao consumidor que paga com o cartão de crédito. Essa é a opinião da Comissão de Defesa do Consumidor e do Co...

17/05/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados criticam repasse de custos com cartões de crédito

Um abuso ao consumidor que paga com o cartão de crédito. Essa é a opinião da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que realizou audiência pública para discutir porque o comércio não repassou a redução dos custos com aluguel de máquinas de cartão ao consumidor. A reunião foi realizada na manhã desta terça-feira (17/5/11), a pedido do seu presidente, deputado Délio Malheiros (PV), que lamentou a ausência de representantes das operadoras de cartões de crédito, convidadas para o debate.

De acordo com o deputado, a Assembleia apoiou o uso de apenas uma máquina para passar os cartões de crédito, independentemente da bandeira, para que o consumidor também fosse beneficiado. Contudo, quando a ação entrou em prática, os lojistas não reduziram os preços das mercadorias.

A vice-presidente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), Cláudia Volpini, rebateu as afirmações e explicou que os consumidores não estão sentindo a diminuição dos custos com cartão de crédito porque o valor do aluguel da máquina foi diluído nos demais custos dos lojistas e tornou-se insignificante. De acordo com Cláudia, o aluguel da máquina custa R$ 80. "Se uma loja atende cerca de duas mil pessoas ao mês, o valor repassado ao consumidor é de centavos, o que é irrisório", reforçou.

Preços diferentes - O deputado Délio Malheiros também destacou que os lojistas não poderiam praticar preços diferenciados para quem paga com cartões de crédito e débito e dinheiro, o que tem sido comum no Estado. "Incentivar o consumidor a utilizar dinheiro é um risco, pois há os roubos em saídas de banco e a possibilidade de sonegação por parte das lojas", ponderou o parlamentar.

O deputado Duilio de Castro (PMN) também criticou o posicionamento do comércio e defendeu que as relações de consumo sejam mais equilibradas, para que o consumidor não fique com prejuízos.

Segundo a vice-presidentre da ACMinas, os comerciantes filiados ao Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) podem praticar preços diferentes devido a uma liminar. Cláudia justificou, ainda, que cobrar preços diferentes é uma forma de desonerar o consumidor que paga com dinheiro, à vista. Ela explicou que cada operação financeira tem um custo e é justo que o pagamento com dinheiro tenha descontos de até 5%, que seria o custo da operação com cartão de crédito.

Boicote - O gerente do Procon Assembleia, Gilberto Dias de Souza, salientou que a ideia de que os consumidores devem pagar por todos os custos deve ser combatida. Ele afirmou que o lojista só aceita o cartão de crédito se quiser e que, por isso, a prática de preços diferenciados é abusiva. "Dar desconto para quem paga em dinheiro é uma forma educada de burlar a lei", enfatizou. O Procon Assembleia orienta que os consumidores deixem de comprar em estabelecimentos que adotem esse tipo de prática.

Obrigatoriedade de bebedouros e sanitários em bancos tem parecer favorável

A comissão aprovou parecer de 1º turno a três projetos de lei (PLs). Um é o PL 812/11, do deputado Zé Maia (PSDB), que dispõe sobre a obrigatoriedade de as instituições bancárias instalarem bebedouros e sanitários em locais de atendimento ao público, aprovado na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relator foi o deputado Carlos Henrique (PRB). A instalação de bebedouros e sanitários já está prevista na Lei nº 14.235, de 2002, que dispõe sobre o atendimento a clientes em estabelecimento bancário. Por isso, o substitutivo propõe apenas a alteração do art. 4º do projeto, tornando obrigatória a instalação e, ainda, a adequação dos equipamentos às necessidades de pessoas com deficiência física.

SAC - As outras duas proposições dizem respeito ao atendimento ao consumidor. O PL 416/11, do deputado Elismar Prado (PT), que dispõe sobre os serviços telefônicos de atendimento ao cliente, teve parecer favorável, na forma do substitutivo nº 1, da CCJ. O relator foi o deputado Délio Malheiros. A matéria pretende disciplinar os serviços de atendimento ao consumidor por telefone, mais conhecidos como SAC's, assegurando-se aos usuários o direito de conhecimento prévio do tempo estimado de espera. O substitutivo nº 1 determina que o fornecedor que utiliza SAC's fica obrigado a informar ao usuário do serviço, no início da ligação, a previsão do tempo de espera para atendimento que não poderá exceder um minuto.

Já o PL 724/11, do deputado Gilberto Abramo (PRB) obriga as empresas, que mantêm serviço de atendimento ao cliente (SAC), a disponibilizarem também um serviço gratuito de teleatendimento. O parecer, emitido pelo deputado Délio Malheiros, é pela aprovação na forma do substitutivo nº 2, apresentado pela comissão, que restringe a norma às empresas que não possuam atendimento "in loco" ao consumidor e amplia a aplicação a empresas de qualquer porte, exceto às microempresas.

Consumo consciente - A comissão aprovou, ainda, parecer favorável à criação da Semana do Consumo Consciente, objeto do PL 842/11, do deputado Délio Malheiros. O relator foi o deputado Duilio de Castro, que opinou pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, da CCJ, em turno único. O substitutivo altera a Lei 13.136, de 1999, que institui o Dia do Consumidor de Minas Gerais, acrescentando que, nesta data, serão promovidas atividades educativas sobre o consumo consciente. A semana será lembrada anualmente, no período que contiver o dia 15 de março.

Sacolas plásticas serão tema de visita de parlamentares

A comissão aprovou a realização de visita, em conjunto com a comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, aos maiores supermercados de Belo Horizonte para verificar o comportamento dos consumidores diante da proibição de distribuição gratuita de sacolas plásticas. Além disso, os parlamentares vão avaliar o excesso de plástico em embalagens de produtos. O requerimento é do deputado Délio Malheiros.

Os parlamentares também aprovaram requerimento do deputado Rômulo Veneroso (PV), que pede que o Governo do Estado faça um estudo sobre a melhor forma de incentivar as empresas que produzem sacolas plásticas a se adaptarem à confecção de embalagens biodegradáveis.

Dietéticos - A rotulagem de produtos dietéticos no Estado será discutida em audiência pública solicitada pela deputada Liza Prado (PSB). A reunião será feita em conjunto com a Comissão de Saúde.

Os parlamentares aprovaram dois requerimentos que dispensam apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Antônio Júlio (PMDB); Carlos Henrique (PRB); e Duilio de Castro (PMN); e a deputada Liza Prado (PSB), vice-presidente.

 

 

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