Despejo de policiais em situação de risco será debatido em audiência

A Comissão de Direitos Humanos vai realizar audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater ...

16/05/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Despejo de policiais em situação de risco será debatido em audiência

A Comissão de Direitos Humanos vai realizar audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater a situação dos policiais e bombeiros militares que, por ordem do Comando da Polícia, estão sendo despejados dos apartamentos funcionais onde vivem provisoriamente. O anúncio foi feito durante visita da comissão, nesta segunda-feira (16/5/11), ao Condomínio Residencial das Américas, no Bairro Betânia, em Belo Horizonte. Lá estão mais de 90 das 120 famílias de policiais que vivem sob proteção do Estado. A audiência atende a requerimento do deputado Sargento Rodrigues (PDT) e deve ser realizada nesta quarta-feira (18), às 16 horas.

A visita ao condomínio foi motivada pelas notificações de despejo que já chegaram a cerca de 30 famílias de policiais. Para abrigar os servidores que estão sob ameaça em função do exercício da profissão, o governo adquiriu, em 2004, 138 apartamentos, onde os policiais poderiam ficar por dois anos, prorrogáveis por mais dois. Agora, o Comando Geral da Polícia informou que não irá mais prorrogar o prazo de permanência e as famílias terão que deixar os imóveis. Os servidores do Estado alegam, contudo, que não têm para onde ir.

De acordo com o deputado Durval Ângelo (PT), os programas Lares Geraes e Pró-Morar, que financiam a aquisição de imóveis também para policiais em situação de risco social ou sob ameaça, há mais de dois anos não recebem recursos por parte do Estado. O deputado Sargento Rodrigues lembrou que a Lei 17.949, de 2008, estabelece no artigo 3º que o policial e o bombeiro militar em situação de risco terão prioridade para a contratação de financiamento com recursos do Fundo de Apoio Habitacional aos Militares do Estado. Segundo o parlamentar, a determinação foi incluída na lei por emenda dele. Sargento Rodrigues criticou o fato de que os policiais, após serem obrigados a fugir de suas casas em função de ameaças, sejam expulsos agora pelo Estado, a quem caberia protegê-los. "O governo alega que o tempo que poderiam ficar nas moradias acabou. Mas, e a ameaça, acabou?", questionou.

Famílias contam histórias de perseguição por bandidos

Durante a visita, os deputados ouviram vários relatos das famílias, como o da esposa de policial militar, C. M., que é auxiliar de serviços gerais e já recebeu a ordem de despejo. Ela relatou que, após o marido ter prendido traficantes, a família passou a receber ameaças e precisou se mudar de Belo Horizonte. No período em que esteve fora, C.M. ficou sem o emprego, as crianças, que estudavam no Colégio Tiradentes, perderam o ano escolar. Apenas uma delas recuperou a vaga na escola. Agora, a mulher voltou a trabalhar, mas a família ainda não tem condições de adquirir outro imóvel. "Em quatro anos não tem como juntar dinheiro para comprar um apartamento", disse.

O deputado Durval Ângelo também relatou que um policial teve dois familiares assassinados por traficantes, apesar de ter registrado 15 ocorrências de ameaças recebidas. Um outro policial perdeu o filho de dez anos em um assassinato brutal.

O coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, ressaltou que não houve solução para os servidores da segurança que vivem em situação de risco. "A solução que se espera é a eliminação do risco", afirmou. Ele acrescentou que os bandidos que ameaçaram os policiais estão soltos, nenhum deles foi julgado ainda e os servidores não têm condições de adquirir a moradia definitiva. Para o representante da Aspra, interessa aos policiais e bombeiros que seja aprovado o projeto de lei que tramita na ALMG e que cria o programa de proteção aos profissionais sob ameaça, estabelecendo diversas medidas de minimização dos riscos.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Sargento Rodrigues (PDT).

 

 

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