Greve de professores de Betim pode terminar nesta quinta-feira

O representante do Sind-Ute no comando de greve dos professores de Betim, Alaor José Duarte Souza, anunciou "avanços"...

11/05/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Greve de professores de Betim pode terminar nesta quinta-feira

O representante do Sind-Ute no comando de greve dos professores de Betim, Alaor José Duarte Souza, anunciou "avanços" na negociação com a prefeitura que serão apresentados para a assembleia da categoria marcada para quinta-feira (12/5/11), quando será definido o destino do movimento, que começou em 24 de março. O anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na manhã desta quarta-feira (11).

A diretora do Sindicato, Denise de Paula Romano, explicou que continua o impasse sobre o reajuste salarial da classe. Ela afirmou que, segundo estudos do Dieese, a perda salarial dos professores daquele município acumulam 23% desde 1996, reposição inicialmente reivindicada pelos grevistas que foi abandonada na fase da negociação. A prefeitura propôs aumento de 2% retroativo a fevereiro deste ano e outros 3% em janeiro de 2012. O sindicato sugere que o índice do ano que vem seja retroativo a fevereiro deste ano, data-base da categoria, mas conforme Denise a prefeita Maria do Carmo Lara está irredutível.

Denise Romano explicou que a pauta de reivindicações tem 31 itens que dizem respeito a salários e carreira, democratização da gestão escolar; políticas públicas para melhorar a qualidade da educação e condições de trabalho.

Uma das conquistas citadas por ela foi a limitação da contratação de professores substitutos apenas para os cargos que não tenham interessados entre os efetivos. Outro avanço foi o pagamento dos dias que foram cortados. "É preciso tentar achar uma saída mais favorável para a questão salarial porque 2% de reajuste não repõe sequer a inflação", reclamou.

A secretária Municipal de Educação de Betim, Sandra Angélica Castro Gomes, disse que não é possível atender à demanda dos professores, porque a prefeitura praticamente atingiu o limite prudencial de gasto com folha de pagamento, previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e já está sob acompanhamento do Tribunal de Contas. De acordo com ela, o limite é de 51,30% da receita corrente líquida e a despesa de Betim já atinge 50,19%. Advertiu que a folha cresce naturalmente, mesmo sem qualquer reajuste, 7,5% ao ano. "Se não tomarmos cuidado, as contas do município podem entrar em colapso", alertou.

Sandra Angélica afirmou, ainda, que apesar de perdas nas receitas nos últimos anos, o município aumentou o investimento em educação de 20,29%, em 2009, para 33% da arrecadação, no ano passado. A receita, segundo a deputada Maria Tereza Lara (PT), irmã da prefeita, caiu R$ 100 milhões no último ano, metade em função da crise mundial e a outra por conta da nova distribuição prevista pela lei do ICMS solidário. A deputada acrescentou que a atual administração municipal herdou uma dívida de R$ 30 milhões que precisou ser saldada.

Solidariedade - Todos os deputados presentes à audiência pública reforçaram apoio aos professores em greve. Maria Tereza Lara afirmou que, embora apoie o governo de Betim, como professora defende a valorização da categoria. "Não podemos perder de vista que nosso objetivo maior é o aluno", reforçou para defender a reposição das aulas perdidas. O município tem 61 mil alunos, dos quais 43 mil no ensino fundamental.

O autor do requerimento, deputado Rômulo Veneroso (PV), lamentou o impasse sobre o reajuste salarial da categoria e sugeriu um choque de gestão para acertar as contas do município e permitir melhorar os salários da categoria.

Os deputados Carlin Moura (PCdoB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e o presidente da comissão, deputado Bosco (PTdoB), demonstraram otimismo e confiança numa negociação entre grevistas e prefeitura, além de ressaltarem a importância do papel da Assembleia como intermediadora.

O parlamentar tucano sugeriu que Rômulo Veneroso acompanhe o andamento das negociações e o deputado Bosco avisou que caso não chegue ao fim o movimento, a comissão irá indicar um representante para participar dos próximos encontros entre professores e prefeitura.

Presenças - Deputados Bosco (PTdoB), presidente; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), vice; Carlin Moura (PCdoB), Neilando Pimenta (PHS), Paulo Lamac (PT), Rômulo Veneroso (PV), Ivair Nogueira (PMDB) e Elismar Prado (PT), e deputada Maria Tereza Lara (PT).

 

 

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