Bombeiros e policiais militares querem piso salarial de R$ 4
mil
Bombeiros e policiais militares reivindicam piso
salarial de R$ 4 mil. Em reunião realizada pela Comissão de
Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
nesta quinta-feira (5/5/11), lideranças de entidades representativas
da categoria cobraram reajuste salarial como forma de valorização
profissional. O piso salarial dos militares do Estado é de R$ 2.041,
valor do vencimento pago aos soldados em início de carreira.
No ranking das remunerações dos policiais militares
do País, Minas Gerais ocupa a 17a posição, quando se
considera o salário pago aos soldados. Quando se considera o salário
dos oficiais, o Estado sobre para a 12a posição, segundo
o presidente da Associação dos Oficiais, major Márcio Ronaldo de
Assis. O piso dos oficiais é de R$ 4,3 mil, pagos a quem tem a
graduação de 2o-tenente.
A reclamação comum a todas as lideranças que
participaram da reunião é de desvalorização profissional, tendo em
vista que Minas Gerais é o Estado com a terceira maior arrecadação
do País. "Não consigo entender como conseguimos ganhar menos que os
policiais do Piauí e do Maranhão", lamentou o vereador Cabo Júlio
(PMDB). Segundo ele, os soldados da Polícia Militar do Distrito
Federal ganham mais que os tenentes de Minas Gerais.
Cabo Júlio falou do sentimento de frustração e
desespero que aflige muitos profissionais da Polícia Militar.
Segundo ele, o número de suicídios de servidores da corporação tem
aumentado sensivelmente nos últimos meses. "Somos uma classe
sofrida. Muitas vezes o policial morre sem saber por quê. Esta é uma
característica da nossa profissão", afirmou.
Além dos baixos salários e dos riscos inerentes à
profissão, tanto bombeiros quanto policiais militares reclamam da
sobrecarga de trabalho e das condições de vida precárias. Segundo o
presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados, cabo Álvaro
Rodrigues Coelho, muitos ainda moram em favelas. "Queremos um
salário digno para podermos chegar na MRV e comprar um apartamento
para morar onde quisermos", pediu.
Outra reivindicação da categoria é a paridade
salarial entre servidores da ativa e os inativos. As entidades de
classe repudiam o pagamento do bônus de produtividade apenas para os
militares da ativa, como propõe o governo. "Se há dinheiro para
pagar esse bônus, haverá também para pagar um abono compensatório
para o pessoal da reserva", cobrou o presidente da União dos
Militares de Minas Gerais, coronel César Braz Ladeira.
Negociação com o governo já está em curso
O deputado Sargento Rodrigues (PDT), que solicitou
a audiência pública, disse que apresentou a reivindicação dos
militares aos secretários de Estado de Defesa Social, Lafayette de
Andrada, e de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, em reunião
realizada na manhã desta quinta-feira (5) na Cidade Administrativa.
Foi marcada reunião para o dia 25 de maio para o Governo apresentar
uma proposta que atenda à demanda da categoria, segundo o
deputado.
"Estamos construindo uma negociação salarial. Esse
processo tem que ser construído passo a passo, não existe solução
imediata, da noite para o dia", argumentou Sargento Rodrigues. O
deputado lembrou promessa de campanha do governador Antonio
Anastasia, que, segundo ele, assumiu o compromisso de conceder
reajustes anuais para os militares a partir de 2011. "Portanto, essa
reivindicação da categoria é justa e legítima", arrematou.
O presidente da Comissão de Administração Pública,
deputado Gustavo Corrêa (DEM), lembrou o papel da ALMG na
intermediação dos interesses dos servidores junto ao Governo do
Estado. Segundo ele, o Governo está sensível à demanda dos
militares. Os deputados Ivair Nogueira (PMDB) e Bonifácio Mourão
(PSDB) também manifestaram solidariedade às reivindicações dos
bombeiros e policiais militares.
Presenças - Deputados
Gustavo Corrêa (DEM), presidente; Bonifácio Mourão (PSDB), Ivair
Nogueira (PMDB), Rogério Correia (PT) e Sargento Rodrigues (PDT).
Também participaram da reunião o presidente da Associação dos
Servidores do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, sargento
Alexandre Rodrigues; o presidente do Clube dos Oficiais, coronel
Edvaldo Piccinini Teixeira; o presidente da Associação dos Praças,
subtenente Raimundo Nonato Meneses Araújo; e a conselheira fiscal da
Associação das Mulheres Profissionais de Segurança Pública, Ângela
Maria de Carvalho Araújo.
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