Presidente da Assembleia é agraciado com a Medalha da
Inconfidência
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), recebeu nesta quinta-feira
(21/4/11) a Medalha da Inconfidência. Ele foi um dos homenageados na
solenidade de entrega da comenda, em Ouro Preto (Região Central).
Foram agraciadas outras 238 personalidades, entre elas a presidente
da República, Dilma Rousseff, oradora oficial da cerimônia. Dinis
Pinheiro, que é presidente do Conselho Permanente da Medalha da
Inconfidência, foi também o responsável por condecorar os agraciados
com a Medalha de Honra, um dos graus da comenda.
Em entrevista após a solenidade, o presidente da
ALMG destacou o significado da cerimônia. "Esse espírito de
liberdade é o espírito dos mineiros, sempre a iluminar o povo
brasileiro. Certamente, ele vai continuar inspirando nossos
corações, inspirando nossa consciência, de modo que a gente possa
construir um Estado e uma nação cada dia melhores, cada dia mais
desenvolvidos e mais prósperos", afirmou Dinis Pinheiro. Ele disse,
ainda, que Minas sempre ocupou uma posição de vanguarda no cenário
da política nacional, por causa de seu espírito libertário e de
justiça.
Outro deputado estadual mineiro homenageado nesta
quinta-feira, em Ouro Preto, foi Tenente Lúcio (PDT), que recebeu a
Medalha de Honra. Lafayette de Andrada, deputado estadual licenciado
do mandato para exercer o cargo de secretário de Estado de Defesa
Social, recebeu a Grande Medalha.
Maior comenda do Estado de Minas Gerais, a Medalha
da Inconfidência foi criada em 1952, pela Lei 882, quando Juscelino
Kubitschek era governador. Desde então, é concedida anualmente a
pessoas e instituições que contribuem para o desenvolvimento do
Estado e do País. Ela é dividida em quatro graus: Grande Colar,
exclusivo para chefes de estado e de governo, Grande Medalha,
Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. Dinis Pinheiro foi
agraciado com a Grande Medalha e Dilma Rousseff, com o Grande
Colar.
O governador Antonio Anastasia presidiu a
solenidade desta quinta-feira, quando, em cumprimento à tradição de
21 de abril, assinou ato de transferência simbólica da capital de
Minas Gerais para Ouro Preto.
Dilma assume compromisso com marco regulatório da
mineração
Em sua primeira participação como presidente da
República na cerimônia de 21 de abril, Dilma Rousseff assumiu o
compromisso de enviar ao Congresso Nacional projeto que revê o marco
regulatório do setor de mineração. Este foi um dos temas de seu
pronunciamento, que encerrou a solenidade.
Um pouco antes, Anastasia havia reivindicado novas
alíquotas para a exploração mineral. "O minério de ferro vem sendo
tirado de nosso solo por pouca ou quase nenhuma compensação",
discursou o governador. O mesmo tema foi tratado pelo prefeito de
Ouro Preto, Ângelo Oswaldo. "Eu, mais uma vez, externo aqui meu
compromisso pelo envio do marco regulatório do setor de mineração",
respondeu Dilma Rousseff.
Homenagens - Durante a
solenidade, houve homenagens especiais ao mártir Tiradentes e a três
mulheres que participaram da Inconfidência Mineira: Maria Dorotéia
Joaquina de Seixas (Marília de Dirceu), Bárbara Heliodora
Guilhermina da Silveira e Hipólita Jacinta Teixeira de Mello,
citadas nos discursos de Anastasia e Dilma, primeira mulher a ocupar
a presidência da República. Ela destacou "a coragem dos
inconfidentes, compartilhada por mulheres de fibra".
Outro homenageado na cerimônia foi o
ex-vice-presidente José Alencar, falecido em 29 de março deste ano.
Ele recebeu uma salva de palmas dos presentes.
Também nesta quinta-feira, foram sepultados os
restos mortais dos inconfidentes José de Resende Costa, João Dias da
Mota e Domingos Vidal Barbosa. Eles tiveram, este ano, suas ossadas
oficialmente identificadas por pesquisadores da Faculdade de
Odontologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os
restos foram depositados no panteão localizado no Museu da
Inconfidência, em Ouro Preto, onde já estavam enterrados os corpos
de outros 13 inconfidentes.
A Inconfidência Mineira foi um movimento de
contestação ao poder da Coroa Portuguesa, que teve seu auge em 1789,
na então Vila Rica (atualmente Ouro Preto). Ele é lembrado em 21 de
abril por ter sido esta a data de morte de Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes. Único inconfidente condenado à pena capital,
Tiradentes foi enforcado por ordem das autoridades portuguesas, em
1792, no Rio de Janeiro.
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