Comissão de Reforma Política prioriza debate com sociedade civil

Envolver a sociedade civil organizada no debate sobre reforma política em curso no Congresso Nacional, de forma a con...

20/04/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão de Reforma Política prioriza debate com sociedade civil

Envolver a sociedade civil organizada no debate sobre reforma política em curso no Congresso Nacional, de forma a contribuir na construção de um projeto o mais representativo possível. Esse é o principal objetivo da Comissão Extraordinária de Acompanhamento da Reforma Política da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Para isso, a comissão está ouvindo diversos segmentos da sociedade mineira.

Pouco mais de um mês e meio após a sua criação, em 3 de março, a comissão já se reuniu com ex-governadores, deputados federais e jornalistas especializados, além de lideranças da própria Assembleia. E já se prepara para novas reuniões. No último encontro, terça-feira (19), o coordenador da comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), ouviu representantes de uma dezena de entidades da sociedade civil, entre cientistas políticos e lideranças da área jurídica, do meio acadêmico e de movimentos sociais, como grupos de combate à corrupção eleitoral.

Entre outros, participaram do encontro representantes do Ministério Público, da OAB-MG, do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, da Arquidiocese de Belo Horizonte, da Associação de Juízes Federais de Minas Gerais, da UFMG e lideranças de movimentos sociais.

O deputado Carlos Mosconi destacou a importância da reunião, por sua representatividade e riqueza de opiniões, e considerou que o resultado foi além da expectativa, considerando-se a complexidade do tema.

Defesa do voto distrital misto

Na ocasião, a deputada Luzia Ferreira (PPS) apresentou um resumo das propostas de reforma política entregues por seu partido no Congresso Nacional, na mesma data. O documento defende o voto distrital misto, porque, "ao mesmo tempo em que se elegem os representantes com um comprometimento maior com a região, se aposta no fortalecimento político-partidário, com o voto na legenda".

O partido propõe ainda a ampliação da eleição em dois turnos também para os municípios com mais de 50 mil habitantes (atualmente o mínimo é 200 mil) e defende o fim das coligações e da reeleição (em nome da alternância de poder). O financiamento público de campanha, o parlamentarismo e as candidaturas avulsas foram outros pontos apresentados.

O deputado Fábio Cherem (PSL) fez uma defesa enfática do voto distrital misto, apresentando uma proposta inédita, elaborada por ele, com base em acurado estudo técnico que envolve gráficos e comparações. Estudioso do assunto, há tempos o parlamentar faz pesquisa nessa área e pretende entregar a proposta à Comissão de Acompanhamento da Reforma Política, como forma de subsidiar o debate.

Consenso - Para o representante do Ministério Público, promotor de justiça Edson Resende, apesar das inúmeras divergências sobre a reforma política, dois pontos parecem consensuais: a necessidade de mudança no sistema eleitoral e o financiamento público de campanha. Ele destacou também a importância de se debater o relacionamento entre o cidadão e seus representantes, bem como de fixar regras mais democráticas para projetos de lei de iniciativa popular.

Mário Quintão, da OAB-MG, criticou o processo de condução da reforma política em nível nacional, "entre quatro paredes". E enalteceu a iniciativa da ALMG de abrir o debate para a sociedade civil. Segundo ele, no Congresso Nacional, "que vive hoje uma crise de legitimidade", a interlocução com a sociedade tem sido feita "de forma vaga e diluída".

O presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, José Anchieta, manifestou o receio de que população se decepcione profundamente com a reforma em curso, pois "a montanha pode parir um rato". Afirmou que, por enquanto, o instituto não tem posição fechada e está preferindo ouvir e colher opiniões, neste primeiro momento. Informou que a instituição reunirá um grupo de profissionais da área jurídica em um almoço no próximo dia 28, para discutir o assunto.

Deputados analisam processo

O deputado Antônio Júlio (PMDB) fez críticas ao atual sistema eleitoral, admitindo que favorece a criação de "verdadeiros partidos de aluguel". Ele entende que esse é um dos pontos que devem ser discutidos com profundidade no debate sobre reforma política.

O deputado Romeu Queiroz (PSB) informou que esteve no Senado Federal, na semana passada, e voltou "muito desanimado", achando que "muito pouca coisa vai avançar". Ele considera o prazo de discussão muito restrito e, por isso, sugere que se usem as redes sociais da internet, de forma a ampliar ao máximo o debate.

Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) também considerou "tímida" a discussão sobre reforma política em nível nacional. Na sua opinião, o processo já começou errado, dividido entre as duas Casas legislativas. "O ideal é que Senado e Câmara tivessem caminhado juntos", disse. E finalizou louvando a iniciativa da Assembleia Legislativa com a criação da Comissão Extraordinária.

Ciclo de debates - Na reunião de terça-feira, o diretor de Processo Legislativo, Sabino José Fortes Fleury, anunciou a realização de um ciclo de debates, no segundo semestre deste ano, para discutir o tema da reforma política.

Para organizar esse processo, que se estenderá até o final de setembro, a Assembleia realizará uma primeira reunião preparatória no dia 10 de maio, aberta a entidades e instituições da sociedade civil. Paralelamente, o Parlamento mineiro colocará à disposição, em sua página na internet, a sua terceira consulta pública, com o objetivo de colher sugestões da população. É também propósito da Assembleia ampliar a discussão através do processo de interiorização dos debates e da distribuição de publicações sobre o tema.

 

 

 

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