Copasa afirma: obras vão solucionar problemas em Lagoa Santa
Problemas como a cor escura da água e as
interrupções na rede de abastecimento de Lagoa Santa (Região
Metropolitana de Belo Horizonte) deverão ser resolvidos até 2012.
Foi o que garantiu o superintendente da Companhia de Saneamento de
Minas Gerais (Copasa), Clébio Antônio Batista, durante audiência
pública realizada na manhã desta segunda-feira (18/4/11) pela
Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais.
De acordo com o superintendente, a Copasa está
finalizando as obras de uma adutora que vai abastecer a região.
Ainda faltam redes de abastecimento e um reservatório para concluir
as intervenções. O esclarecimento foi prestado por causa das
reclamações de moradores de Lagoa Santa, que questionam a falta de
água durante a semana e a cor do líquido, que impossibilita a
lavagem de roupas e o consumo. As denúncias foram feitas à
vice-presidente da Comissão, deputada Liza Prado (PSB), que
solicitou a audiência.
Durante a reunião, vereadores do município
reforçaram as denúncias e pediram soluções à Copasa. A vereadora
Aline Aires de Souza afirmou que muitos moradores têm que comprar
água mineral para lavar roupas e cozinhar, e quis explicações sobre
boatos de que a rede de abastecimento está contaminada com manganês
e ferro.
Clébio Batista desmentiu o rumor e garantiu que
qualquer água contém esses elementos químicos, que são oxidados pelo
cloro usado para tratar o líquido e acabam se tornando partículas.
Conforme o superintendente, durante o período de estiagem, faltou
água no município e isso fez com que o manganês e o ferro ficassem
acumulados na tubulação. Quando o abastecimento foi normalizado, o
líquido saiu das torneiras na cor marrom. "Já implantamos um sistema
para tratar os poços, para evitar aglutinação de ferro e manganês
nas tubulações", esclareceu.
Superintendente nega problemas causados à saúde por
calcário
Os vereadores comentaram, ainda, sobre a quantidade
de calcário na água, que faz com que resistências de chuveiro durem
menos e desperte desconfiança em relação ao aparecimento de
problemas à saúde. O médico Fernando Pereira Gomes Neto destacou
que, assim como o calcário se prende à resistência do chuveiro,
poderia haver prejuízo aos rins dos consumidores, que se queixam de
cólicas renais com frequência.
Clébio Batista refutou a afirmação do médico e
disse que o índice de calcário na água de Lagoa Santa é de 180
partes por milhão (ppm), inferior, por exemplo, ao de Londres
(Inglaterra), que é de 450 ppm. "A Copasa nunca faria distribuição
de água que pudesse causar mal à saúde da população", defendeu.
O secretário municipal de Planejamento de Lagoa
Santa, Breno Salomão Gomes, reforçou que a cidade faz parte de uma
região calcária (que engloba municípios como Pedro Leopoldo,
Vespasiano e Santa Bárbara) e que a prefeitura está fazendo
investimentos para melhorar a qualidade do serviço de abastecimento.
Ele mencionou que um dos objetivos do Executivo municipal é que, até
o fim de 2011, cerca de 80% da população tenha acesso a rede de
esgoto. Em 2006, esse número era de 13%. Breno salientou que a
prefeitura realiza encontros quinzenais com representantes da Copasa
para tentar planejar um cronograma conjunto para evitar que obras de
recuperação das vias públicas sejam, depois, desfeitas pela
companhia de saneamento para construção de redes.
Esgoto - A representante
do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Derza Costa
Nogueira, cobrou esforços da Copasa para evitar que o esgoto seja
despejado sem tratamento nos rios. Para Clébio Batista, a população
tem responsabilidade nessa ação, já que não adere à ligação à rede
de esgoto. "A rede já existe, mas os consumidores não querem pagar
60% a mais na conta de água para que também haja o tratamento do
esgoto", pontuou. O secretário de Planejamento, Breno Gomes, sugeriu
que a Copasa faça uma campanha de conscientização para estimular a
adesão por parte dos moradores.
A deputada Liza Prado pediu empenho por parte da
Copasa para que as comunidades não tenham sua renda familiar
comprometida com gastos com água mineral e o pagamento da taxa de
tratamento de esgoto.
Presenças - Deputada Liza
Prado (PSB), vice-presidente, que presidiu a audiência. Além dos
convidados citados na matéria, participaram da reunião o presidente
da Câmara Municipal de Lagoa Santa, Joaquim Rufino de Carvalho; os
vereadores Carlos Alberto Barbosa, José Quintino Marques, Genesco
Aparecido de Oliveira Neto e Roberto Pereira; e o morador de
Vespasiano, Valdir Gomes.
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