Dilzon Melo nega envolvimento com fraude em licitações no
interior
O 1º-secretário da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, deputado Dilzon Melo (PTB), negou seu envolvimento com os
fatos apurados pela Polícia Federal na operação "Convite Certo". Em
entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (13/4/11), o
parlamentar disse que a própria PF, em entrevista também nesta
tarde, isentou-o de qualquer envolvimento no esquema de fraude em
licitações de prefeituras do interior.
Dilzon esclareceu que foi surpresa para ele saber
que dois servidores de seu gabinete estariam envolvidos no esquema
criminoso. Questionado sobre se os dois seriam de sua confiança, o
parlamentar respondeu afirmativamente: "senão, eles não seriam meus
funcionários".
Ele acrescentou que o primeiro servidor atua no
gabinete há mais de 10 anos como motorista. Já o segundo trabalha em
Varginha, sua base eleitoral. Mas o parlamentar ressalvou que, "se
for apurada a culpa dos dois servidores, eles serão imediatamente
demitidos, para que isso sirva de exemplo". Dilzon disse que vai
esperar a apuração completa dos fatos para tomar as medidas
necessárias.
O deputado afirmou ainda que só em seu gabinete na
Assembleia trabalham mais de 23 servidores, além de estagiários, sem
falar nos mais de 80 funcionários que trabalham nas empresas,
fazendas e um haras que possui. Dessa forma, Dilzon Melo afirmou não
ter controle sobre tudo o que acontece no gabinete e nos seus
negócios.
Quanto ao valor de R$ 70 mil em espécie apreendido
em seu gabinete, o parlamentar justificou que faz parte de sua
movimentação diária, devido aos seus muitos negócios. Ele disse
ainda que toda a movimentação está devidamente declarada em seu
imposto de renda. "Essa importância (os R$ 70 mil) estava no meu
cofre particular e as minhas muitas atividades comportam a
movimentação desse valor e de muito mais. Não se trata de fraude ou
conluio com quem quer que seja", reforçou.
Os repórteres questionaram Dilzon Melo se a
investigação da PF poderia prejudicar sua imagem. "Pode vir a me
prejudicar para aqueles que me conhecem pouco", respondeu. Ele
concluiu dizendo que está há seis mandatos na ALMG, em função de seu
trabalho em favor principalmente das prefeituras do interior. "Minha
função é ajudar a tirar os prefeitos de suas dificuldades",
afirmou.
Polícia Federal - A Polícia Federal descartou a
possibilidade de envolvimento do 1o-secretário da ALMG no esquema de fraude
em licitações de prefeituras do interior investigado pela operação
"Convite Certo". Em entrevista coletiva nesta quarta (13), o
delegado responsável pela operação, Renato Sarkis, confirmou o
envolvimento de dois servidores do gabinete do deputado. Segundo o
delegado, os dois servidores são acusados de tráfico de
influência.
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