Comissão vai ao Ministério Público por terceirização na silvicultura

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial aprovou requerimento que prevê a visita de deputados, produtores...

13/04/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão vai ao Ministério Público por terceirização na silvicultura

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial aprovou requerimento que prevê a visita de deputados, produtores rurais e trabalhadores do setor ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em Minas Gerais. A intenção é discutir e propor soluções para problemas relacionados à terceirização de mão de obra na silvicultura, atividade que diz respeito à manutenção, aproveitamento e uso racional das florestas. A aprovação da visita foi um dos resultados de audiência pública realizada pela comissão nesta quarta-feira (13/4/11), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O requerimento é assinado pelos deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), que preside a comissão, Doutor Viana (DEM) e Rômulo Viegas (PSDB).

A audiência pública desta quarta foi requerida por Doutor Viana, presidente da Frente Parlamentar da Silvicultura. Segundo ele, o principal objetivo da reunião era buscar um entendimento com o MPT, que exige das empresas que utilizam matéria-prima florestal a contratação de mão de obra própria em todas as fases de sua atividade. O MPT adotou essa posição com base em denúncias de que empresários estariam transferindo a terceiros as diversas etapas de sua atividade, desobrigando o produtor de responsabilidades trabalhistas. O principal alvo são as relações precárias de trabalho nas indústrias que utilizam carvão de origem vegetal.

Entretanto, os dois representantes do Ministério Público do Trabalho convidados para a audiência pública não compareceram, fato que foi lamentado por Doutor Viana. O deputado disse que a comissão vai levar aos procuradores do órgão as notas taquigráficas da reunião e pedir que eles se pronunciem sobre o assunto. Doutor Viana afirmou que as empresas estudam a possibilidade de efetivar funcionários em atividades que demandam mais tempo, mas que é inviável fazer o mesmo em todas as etapas de produção. Para isso, de acordo com o parlamentar, os empresários teriam de comprar até mesmo aviões e contratar pilotos para fazer a pulverização de suas plantações.

Os deputados Fabiano Tolentino (PRTB) e Rômulo Viegas manifestaram apoio à posição de Doutor Viana.

O deputado Antônio Carlos Arantes reconheceu a importância da atuação do Ministério Público do Trabalho, mas criticou o que ele considera como generalização. Na opinião dele, a maioria das empresas do setor é comandada por pessoas sérias e a terceirização gera emprego e renda. "Há vantagens e desvantagens na terceirização, mas tenho certeza de que as vantagens são muito maiores", afirmou o presidente da comissão.

Para empresários, contratação de terceiros amplia competitividade

A audiência pública teve a participação de representantes do setor de silvicultura, que criticaram as restrições do MPT à terceirização e pediram apoio aos deputados para convencer o órgão a rever sua posição. O presidente da Associação Mineira de Silvicultura, Bruno Melo Lima, disse que a produção de madeira tem diferentes etapas e algumas delas exigem conhecimentos técnicos especializados, daí a necessidade de terceirizá-las. Entre outros exemplos, ele citou o plantio de mudas. "No momento em que você impede que a empresa vá ao mercado e compre a muda mais adequada, você está impedindo que ela tenha competitividade", afirmou.

O diretor-executivo da Associação Brasileira de Prestadores de Serviços Florestais, José Batuíra de Assis, fez críticas ao Código Florestal Brasileiro, que, segundo ele, impede o exercício do livre mercado no setor. Ele citou, ainda, uma decisão da Justiça do Espírito Santo, que reconhece a necessidade de terceirização na silvicultura, em interpretação oposta à adotada pelo Ministério Público do Trabalho em Minas.

O assessor especial de Florestas da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Henrique Reis, também manifestou apoio à terceirização de mão de obra na silvicultura. Ele disse que esse tipo de prática é necessária para garantir a qualidade da produção e a competitividade do setor.

Trabalhadores - O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva, manifestou preocupação com a situação dos funcionários de empresas terceirizadas. "Até hoje, terceirização nenhuma no campo trouxe benefícios para os trabalhadores", acrescentou a diretora do Departamento de Política Agrária e Meio Ambiente da Fetaemg, Maria Rita Fernandes de Figueiredo, que fez um pronunciamento na fase de debates da audiência. Ambos também lamentaram a ausência dos representantes do MPT.

Requerimentos - Além da visita ao MPT, a comissão aprovou mais dois requerimentos relacionados ao tema, também assinados por Antônio Carlos Arantes, Doutor Viana e Rômulo Viegas. Eles pedem envio de ofícios à Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego, sugerindo a criação de grupo de trabalho para fazer gestões junto ao Governo Federal, no sentido de buscar uma solução para o problema; e à Comissão de Agropecuária da Câmara dos Deputados, sugerindo a realização de reunião para debater a terceirização de mão de obra na silvicultura.

Também foi apresentado requerimento do deputado Rogério Correia (PT), a ser votado na próxima reunião, propondo a realização de debate público sobre a inspeção de produtos de origem animal e vegetal, em conjunto com a Comissão de Saúde.

Presenças - Deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente, Fabiano Tolentino (PRTB), vice-presidente, Doutor Viana (DEM), Romel Anízio (PP), Rômulo Viegas (PSDB) e Liza Prado (PSB). Também participaram do debate o vice-presidente da Fiemg, José Maria Meireles Junqueira; o assessor de Meio Ambiente da Federação da Agricultura e Pecuária dos Estado de Minas Gerais (Faemg), Carlos Alberto Santos Oliveira; o presidente do sindicato das empresas de ferro gusa (Sindifer), Fausto Varela Cançado; e o superintendente de Formação e Qualificação para o Trabalho da Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego, Agnus Rodrigues da Silva.

 

 

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