Mais de 400 municípios continuam sem acesso ao serviço de roaming

O representante do Sindicato das Operadoras de Telefonia Fixa e Móvel, Luís de Melo Júnior, afirmou que irá levar às ...

12/04/2011 - 00:04
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Mais de 400 municípios continuam sem acesso ao serviço de roaming

O representante do Sindicato das Operadoras de Telefonia Fixa e Móvel, Luís de Melo Júnior, afirmou que irá levar às diretorias das empresas Vivo, Claro, Oi e TIM, bem como à Anatel, os questionamentos feitos pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa quanto às negociações entre as operadoras, no que diz respeito ao estabelecimento do serviço de roaming em 412 municípios mineiros. A declaração foi feita durante audiência pública da comissão na manhã desta terça-feira (12/4/11), destinada a discutir o assunto.

O autor do requerimento que originou o debate, deputado Antônio Júlio (PMDB), cobrou um comprometimento das operadoras para resolver o problema, que surgiu com o lançamento do Programa de Universalização do Acesso aos serviços de Telecomunicações do Estado de Minas Gerais, conhecido como Minas Comunica, em 2007.

Destinado a viabilizar o acesso ao serviço móvel de telefonia e transmissão de dados em todos os municípios mineiros, o Minas Comunica previu, por meio de um edital de licitação, que as operadoras vencedoras da concorrência loteassem entre si os espaços de operação no Estado. No entanto, na opinião do deputado, o edital, ao não contemplar a implementação do roaming (que abre o sinal para as demais operadoras), permitiu que os serviços de telefonia fossem prestados de forma exclusiva por uma empresa, limitando a possibilidade de escolha do consumidor.

Durante a reunião, Antônio Júlio lembrou que o assunto já foi discutido pela Assembleia em abril de 2008 e que, na ocasião, as operadoras se comprometeram a acelerar as negociações para implantação do roaming em todo o Estado. "Foi dada uma esperança ao povo de que isso seria resolvido e até hoje não temos uma solução", afirmou o parlamentar.

Na opinião do representante do Sindicato das operadoras, Luís de Melo Júnior, não se pode dizer em exclusividade de prestação do serviço em certos municípios e também não existe nenhum impedimento para que as empresas se instalem em todas as regiões do Estado. Segundo ele, o que acontece é que cada operadora montou sua estrutura e investiu mais recursos em uma determinada região, conforme estabelecia o edital de licitação. Ele também disse que as negociações entre as operadoras para a implantação do roaming não estão paradas, mas considerou que o processo é lento e os acordos são complexos.

O gerente regional da Anatel, José Dias Coelho Neto, também se comprometeu a colher informações junto às operadoras de telefonia sobre as negociações quanto ao roaming. De acordo com a deputada Liza Prado (PSB), a comissão espera receber, dentro de um prazo de 15 dias, informações atuais sobre a questão.

André Gustavo Rosa, gerente de relações institucionais da TIM, e Renato Gomes, representante da Vivo, também ratificaram a existência de iniciativa por parte das operadoras em discutir e colocar em pauta os assuntos referentes ao roaming nas cidades do interior de Minas.

Acessibilidade - Ao falar sobre o alcance dos serviços de telefonia no Estado, Luís de Melo apontou como um dificultador o elevado número de leis municipais que, segundo ele, restringem a instalação de estações de transmissão, limitando, dessa forma, a prestação dos serviços.

O representante do sindicato também lembrou da Resolução 558/10, da Anatel, que regulamenta as condições de uso de radiofrequência de 450 a 470 MHz. Segundo ele, a característica dessa faixa permite a cobertura de grandes áreas geográficas, o que poderia facilitar os serviços de transmissão em áreas rurais.

Luís Melo também apresentou os avanços da telefonia em Minas Gerais. Segundo ele, o Estado conta hoje com um total de 20,795 milhões de aparelhos celulares, atendendo a 99,08% da população.

Fust - De acordo com o representante da TIM, André Gustavo Rosa, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) teria hoje um montante de R$ 22 bilhões, recurso que, segundo ele, estaria parado. André explica que os recursos do fundo provém da arrecadação de 1% do faturamento bruto das prestadoras de telecomunicação do País.

O Fust, instituído pela Lei 9.998, de 2000, teria como finalidade cobrir os custos de expansão dos serviços de caráter social nas áreas que não geram lucro para as operadoras. O deputado Carlos Henrique (PRB) defendeu que os recursos do fundo cheguem à sua destinação final e o deputado Duílio de Castro (PMN) afirmou que "o dinheiro parado no Fust mostra a ineficácia do governo federal".

Moradores do interior de Minas reclamam da falta de sinal

A vice-presidente da Câmara Municipal de Onça de Pitangui, Maria Conceição Ferreira, relatou a preocupação com a limitada prestação do serviço de telefonia no município. José Antônio Pereira, morador de Capoeira Grande, distrito de Onça de Pitangui, afirmou que na localidade não há sinal da operadora Oi, que presta serviços na região, e nem telefonia fixa.

Para Gilberto Dias de Souza, representante do Procon Assembleia, independentemente da forma como as operadoras exploram a telefonia no País, os consumidores têm o direito de receber uma prestação de serviço eficaz. "É inaceitável a falta de comunicação entre as operadoras", concluiu.

Requerimentos - A comissão aprovou seis requerimentos sobre a audiência pública. Da deputada Liza Prado: solicitando ao governador Antonio Anastasia que seja reduzida a carga tributária incidente sobre a telefonia, de forma a facilitar a implementação dos serviços de banda larga; à presidência da Anatel e à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, solicitando o atendimento ao povoado de Capoeira Grande, no que diz respeito aos serviços de telefonia fixa e móvel; solicitando ao Ministério das Comunicações que sejam empreendidas ações junto ao executivo federal e estadual, com o propósito de reduzir a carga tributária incidente sobre a telefonia, além de disponibilizar os recursos contabilizados no Fust. De autoria conjunta da deputada Liza Prado e dos deputados Antônio Júlio e Carlos Henrique, solicitando à Associação Mineira de Municípios o encaminhamento à comissão das demandas dos municípios do Estado em relação à implementação dos serviços de telefonia fixa e móvel; da deputada Liza Prado e dos deputados Antônio Júlio e Elismar Prado (PT), pedindo esclarecimentos à Anatel sobre a obrigação de atendimento das telefonias fixa e móvel nas áreas rurais, bem como sobre os regulamentos acerca do serviço de telefonia rural - Ruralcel.

Também foram aprovados outros três requerimento do deputado Elismar Prado. O primeiro, encaminhando as notas taquigráficas da reunião à Anatel e aos Procons Estadual e Municipal. Os outros dois, solicitando a realização de audiências públicas para discutir o Projeto de Lei (PL) 7/11, que reduz a carga tributária para 12% nas operações internas com álcool combustível, e sobre o PL 10/11, que revoga dispositivos que criam e disciplinam a cobrança da taxa de segurança pública pela utilização potencial do serviço de extinção de incêndio em imóvel não residencial.

A comissão também designou o deputado Antônio Júlio como relator do Projeto de Lei (PL) 155/11, que veda a inscrição do nome de consumidor de serviço público em cadastro de restrição ao crédito. O projeto é de autoria do deputado Elismar Prado.

Presenças - Deputados Liza Prado (PSB), vice-presidente; Antônio Júlio (PMDB); Carlos Henrique (PRB); Duílio de Castro (PMN); e Elismar Prado (PT). Além dos convidados citados na matéria, participaram da audiência Saulo de Souza Queiroz, representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico; Cláudia Salviano, representante da Operadora Oi; e André Luíz Barbosa Carvalho, advogado da operadora Claro, Adilson Washington Greco, ex-prefeito de Piracema


 

 

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