Embate entre médicos e planos de saúde é tema de programa na
TVA
Demora na marcação de consultas, mensalidades caras
e dificuldade para a realização de alguns tipos específicos de
exames são reclamações comuns de quem tem plano de saúde no Brasil.
Agora é a vez dos médicos engrossarem o coro dos insatisfeitos. Eles
querem o aumento dos honorários pagos pelas consultas e reclamam de
interferências das operadoras nos procedimentos e exames médicos
solicitados aos pacientes. O programa Panorama desta
terça-feira (12/4/11) discute esses assuntos com o diretor da
Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira, e com o
presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/MG, Bruno
Burgarelli.
No último dia 7 de abril, médicos de todo o País
fizeram uma paralisação de 24 horas e ficaram sem atender consultas
de clientes de planos de saúde. Em Minas, representantes dos médicos
estiveram na Assembleia Legislativa, pedindo apoio dos deputados
estaduais para um diálogo mais efetivo com as operadoras.
Para Lincoln Lopes Ferreira, o principal objetivo
da paralisação foi colocar o assunto em debate. "Quando se fecha um
hospital, isso é notícia e a sociedade se mobiliza. Quando um médico
fecha um consultório nada acontece e ninguém se importa", justifica
ele. O diretor da Associação Médica explica que o médico é um
profissional liberal e que tem de arcar com todos os custos de um
consultório. Por isso, muitas vezes, ele se vê obrigado a limitar os
horários de atendimento aos conveniados de planos de saúde e
priorizar os clientes particulares.
Número de clientes aumenta e rede de atendimento
permanece igual
"O número de clientes dos planos de saúde vem
aumentando ano a ano, e as operadores não aumentam a rede de
atendimento na mesma proporção", afirma o advogado Bruno Burgarelli.
Para ele, o consumidor não pode ser prejudicado em nenhuma hipótese.
O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/MG afirma
que a maioria absoluta dos atendimentos feitos pelos planos de saúde
é realizada nos consultórios e não nos hospitais.
Ele alerta ainda sobre a interferência das
operadoras nos procedimentos médicos. "Toda interferência deve ser
denunciada aos órgãos de defesa do consumidor. Quem tem que
determinar os exames necessários ao paciente é o médico e não a
operadora", afirma ele. Nos casos polêmicos, o advogado aconselha
que o paciente obtenha um laudo médico sobre a urgência da
realização de determinado exame e recorra a Justiça. "Só com esse
laudo, o juiz pode autorizar o exame", diz Burgarelli.
O Brasil tem hoje 347 mil médicos e cerca de 160
mil atuam na área de saúde suplementar. Os médicos realizam 223
milhões de consultas por ano, por meio de planos de saúde. Em
dezembro de 2010, eram 45,5 milhões de clientes de planos em todo o
País, o que representa 24% da população. O faturamento das 1.044
operadoras chega aos R$ 70 bilhões anuais.
O programa Panorama vai ao ar nesta terça
(12) às 19h com reprise na quarta (13), à 1 da manhã, e na
sexta-feira (15) às 8h30min e 19h. A TV Assembleia é transmitida
pelo canal 11 da TV a cabo em Belo Horizonte. Verifique a sintonia
no interior no site www.almg.gov.br.
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