Fiscalização por radares em Coronel Fabriciano está suspensa

Denúncias de irregularidades na instalação de radares levaram deputados da Comissão de Defesa do Consumidor e do Cont...

08/04/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Fiscalização por radares em Coronel Fabriciano está suspensa

Denúncias de irregularidades na instalação de radares levaram deputados da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a Coronel Fabriciano (Vale do Aço), para uma audiência pública nesta sexta-feira (8/4/11). O serviço na cidade seria prestado pela empresa Engebrás S/A, denunciada recentemente pelo programa Fantástico por corrupção e contratos fraudulentos em vários municípios brasileiros.

O prefeito Chico Simões (PT) afirmou que o contrato se encerrou em 28 de fevereiro e que a empresa não tem recebido nenhum pagamento desde dezembro de 2010, por não fazer a manutenção dos equipamentos.

O deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) apresentou cópia de uma multa aplicada em 15 de março, mas Chico Simões colocou o documento em dúvida e garantiu que ninguém pagará qualquer infração aplicada após o encerramento do contrato. O prefeito disse que vai fazer uma nova licitação para manter o serviço. "Vamos continuar colocando radar. Prefiro perder um voto do que perder uma vida", afirmou.

O contrato com a Engebrás foi celebrado pelo prefeito anterior, Paulo Antunes, em 2004, no valor de R$ 6,96 milhões, com pagamentos mensais de R$ 145 mil. Em 2005, Chico Simões fez um aditivo retirando a obrigatoriedade do pagamento mensal e mudando o critério para a proporcionalidade em função do número de multas.

Esse critério é rechaçado pelo presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV), e pelo deputado Celinho do Sinttrocel, parlamentar da região. "O radar deve ter a função de educar e prever acidentes. O pagamento por produtividade inverte essa lógica e passa a ter função arrecadatória", criticou Celinho. "Não podemos tolerar que o radar seja instalado com a finalidade precípua de arrecadar", completou Délio.

Chico Simões justificou que, com a mudança, foi reduzido o pagamento para a empresa. Segundo ele, o máximo que a Engebrás recebeu por um mês de trabalho foi R$ 89 mil. Também disse que todo os recursos arrecadados com as multas são aplicados na melhoria do próprio trânsito, como a instalação de placas de sinalização, faixas de pedestres e campanhas educativas. Ele defendeu a aplicação das penalidades. "Tem que ter multa, senão ninguém obedece. Aqui em Fabriciano tem lei, tem regra", disse, inflamado.

Mudança de radar também gera reclamação

O vereador Querubim (PDT), que solicitou a audiência, reclamou também da rotatividade dos radares, citando o exemplo de dois que estão desativados em frente à Câmara Municipal, onde foi realizada a audiência pública. O prefeito, no entanto, reafirmou que continuará trocando os equipamentos de lugar, por entender que se o radar perde seu objetivo, que é condicionar o motorista, deve ser transferido de local. Afirmou que só faz as mudanças após estudo técnico realizado por engenheiros da prefeitura. "Enquanto a lei não me proibir, vou continuar fazendo", desafiou.

O diretor-geral do Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais, Tadeu José de Mendonça, alertou que as mudanças de lugar dos radares têm que ser acompanhadas por técnicos do instituto. "É preciso transparência", defendeu a deputada Rosângela Reis (PV). O deputado Luiz Carlos Miranda (PDT) ponderou que em Coronel Fabriciano não deve ocorrer o mesmo que em Ipatinga, município vizinho, onde foi vítima dos radares e arcou com R$ 12 mil em multas.

Délio Malheiros explicou que a comissão está fazendo audiências públicas por todas as regiões de Minas para apurar denúncias contra a utilização inadequada de radares. Segundo o parlamentar, é preciso critério para a instalação dos equipamentos e aferição das multas. Ele lamentou que Minas Gerais está sendo apontada como um "feudo da máfia dos radares" e se comprometeu a investigar todos os lugares suspeitos. Malheiros acredita que o trabalho da comissão leve mais de um ano para ser concluído.

Requerimentos - Durante a audiência pública, foram aprovados 22 requerimentos, entre eles pedidos de informações ao prefeito sobre o contrato com a Engebrás e o serviço prestado na cidade. Também foram aprovadas solicitações de cinco audiências públicas.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente, Celinho do Sinttrocel (PCdoB), Luiz Carlos Miranda (PDT) e deputada Rosângela Reis (PV).

 

 

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