Tarifa de energia e novos medidores são questionados em audiência

Críticas ao reajuste nas contas de energia elétrica e dúvidas em relação aos medidores inteligentes, que serão testad...

05/04/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Tarifa de energia e novos medidores são questionados em audiência

Críticas ao reajuste nas contas de energia elétrica e dúvidas em relação aos medidores inteligentes, que serão testados em Minas Gerais a partir do 2º semestre, marcaram a audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta terça-feira (5/4/11). A audiência foi requerida pelos deputados Délio Malheiros (PV), presidente da Comissão, e Antônio Júlio (PMDB).

A reunião coincidiu com audiência pública realizada em Brasília pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que aprovou o aumento de 6,61% na tarifa de consumidores residenciais e 9,02% de industriais no Estado. Conforme a agência, as novas tarifas começam a vigorar na próxima sexta (8). Por esse motivo, não houve representante de Aneel na audiência da Comissão.

O coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Jairo Nogueira Filho, questionou o motivo do aumento, pois, a Cemig teria obtido lucros de R$ 14 bilhões entre 2003 e 2010, sendo R$ 2 bilhões apenas em 2010. "A quem está servindo todo o lucro da empresa? Qual a proposta da Cemig para os consumidores?", quis saber.

A vice-presidente do Conselho de Consumidores da Cemig e representante do Movimento das Donas de Casa, Solange Medeiros, pediu a revisão de encargos que compõem a tarifa de energia e manifestou insatisfação quanto ao reajuste aprovado pela Aneel. "6,61% não me agrada porque a inflação do período foi de 5% e a correção deveria se basear nesse valor", comentou.

Imposto - O gerente de Tarifas da Cemig, Ronalde Xavier Moreira Júnior, explicou que o reajuste pedido pela Cemig à Aneel foi de 8,8% e que a companhia figura no 14º lugar no ranking da agência nacional, que lista as tarifas praticadas no País. De acordo com Ronalde, a empresa tem política de subsídios para consumidores de baixa renda, argumentando que quem gasta até 90 kW/h de energia ao mês não paga ICMS, que chega a 30% no Estado.

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), Fernando Ferreira Duarte, afirmou que o ICMS é um imposto muito criticado, mas reconheceu que ele é necessário para a arrecadação do Estado. Entretanto, o economista destacou que a tarifa da Cemig só aparece no 14º lugar no ranking das taxas mais altas no Brasil porque não incluiria o ICMS no cálculo.

Medidor inteligente gera dúvidas

Outro ponto debatido na audiência pública foi a adoção de um medidor inteligente, que está sendo discutido pela Aneel. A agência pretende implementar medidores com tecnologia avançada para aprimorar o sistema de coleta de informações sobre o consumo de energia. De acordo com o gestor de novas tecnologias da Cemig, Daniel Senna Guimarães, ainda não foi definido qual será o equipamento. O cronograma da agência prevê que no segundo semestre seja discutido como os medidores atuais serão substituídos. Daniel Guimarães informou que os primeiros testes em Minas Gerais serão feitos em Sete Lagoas e entorno, o que totaliza 12 municípios.

O gerente de tarifas Ronalde Xavier Moreira Júnior afirmou que os novos medidores poderão praticar duas tarifas: uma, mais alta, para os horários de pico (entre 18 e 21 horas) e outra, mais baixa, para os períodos de menor consumo, como ocorre com as tarifas telefônicas.

O coordenador do Procon da Assembleia, Marcelo Barbosa, salientou que os medidores inteligentes ainda geram dúvidas, como custos para o consumidor e a possibilidade de fraudes, como acontece com a medição atual, que permite roubo de energia, conhecido como "gato". Ele sugeriu que a Cemig elabore e distribua uma cartilha para explicar como os novos equipamentos vão funcionar.

Os deputados Antônio Júlio (PMDB) e Duilio de Castro (PMN) e a deputada Liza Prado (PSB) pediram que a Cemig tenha atenção para os novos equipamentos, para que eles não signifiquem aumento de custos para o consumidor. O deputado Gustavo Valadares (DEM) criticou a ausência de parlamentares do PT na audiência e as taxas do Governo Federal, incluídas nas contas de luz.

Presenças - Deputada Liza Prado (PSB), vice-presidente da Comissão, que presidiu os trabalhos; e deputados Antônio Júlio (PMDB), Duilio de Castro (PMN), Bonifácio Mourão (PSDB) e Gustavo Valadares (DEM). Além dos convidados citados na notícia, participaram da audiência o diretor de Relacionamento Institucional e Comunicação, Luiz Henrique Michalick e o superintendente da Assessoria de Representação e Distribuição, Márcio Barbosa de Rezende, ambos da Cemig; o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor da Área de Serviços, Edson Antenor Lima Paula; o diretor-geral e o assessor técnico do Instituto de Metrologia e Qualidade de Minas Gerais, Tadeu José de Mendonça e Gilmar Coelho.

 

 

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