Comissão aponta projeto como solução para policiais ameaçados

A solução para o problema de moradia dos policiais ameaçados em função de sua atividade funcional pode estar no Proje...

04/04/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão aponta projeto como solução para policiais ameaçados

A solução para o problema de moradia dos policiais ameaçados em função de sua atividade funcional pode estar no Projeto de Lei 4.655/10, que dispõe sobre a proteção, o auxílio e a assistência aos policiais e bombeiros militares, policiais civis e agentes penitenciários do Estado. Esta foi uma das conclusões da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, realizada na tarde desta segunda-feira (4/3/11), no auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para debater as violações de direitos humanos sofridas por esses agentes de segurança e seus familiares.

De autoria do deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão, o PL, arquivado no fim da legislatura, em 31 de janeiro, foi desarquivado em 30 de março, a requerimento do autor. O parlamentar alerta, porém, que o PL tem de ser aprovado com o artigo 3o e o inciso 9, que tratam da política habitacional.

A audiência realizada nesta segunda-feira reuniu um grande número de policiais e seus familiares. Eles manifestaram sua preocupação com a situação de insegurança e tensão permanentes em que passam a viver, a partir do momento em que recebem ameaças em função do exercício de sua atividade profissional. Uma das maiores dificuldades diz respeito à questão da moradia. Fugindo de bandidos, muitos têm que abandonar seus lares às pressas, buscando outro lugar para viver com suas famílias. Segundo relatos, o programa Lares Geraes Segurança Pública, de apoio habitacional, nem sempre atende às necessidades, já que, ao término do prazo de proteção oferecido pelo Estado (dois anos de moradia em edificações próprias para esse atendimento, prorrogáveis por mais dois), as ameaças continuam e os agentes de segurança pública não têm para onde ir com segurança.

O deputado Sargento Rodrigues mencionou ofício da corporação dirigido a um policial ocupante de moradia funcional dando ordem para que o agente e sua família desocupassem rapidamente o imóvel. O documento foi criticado tanto pelos parlamentares como pelos policiais na plateia. Entretanto, o coronel Matusail Martins da Cruz, do Corpo de Bombeiros, explicou que o ofício apenas dava um prazo de sete meses para a desocupação do imóvel.

Na avaliação do subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), "o risco do policial é permanente, inerente à profissão" e não se encerra necessariamente findo o prazo de dois ou quatro anos. Ele defende que o grupo coordenador do programa Lares Geraes, "que não se reúne há dois anos", segundo o subtenente, passe a se reunir periodicamente buscando uma solução para a questão dos policiais ameaçados.

Crimes - Confirmando a situação de risco por que passam os policiais, o coronel PM Peterson Rodrigo Brandão Silveira, assessor da Corregedoria da Polícia Militar, disse que em 2010 a Polícia Militar de Minas Gerais registrou nove homicídios e 114 tentativas de homicídios contra policiais. Segundo ele, todos os casos que chegam à Corregedoria são averiguados, tanto os que envolvem os policiais como autores de crimes como os que envolvem os policiais na condição de vítimas.

O promotor de Justiça Rodrigo Filgueira de Oliveira, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e Defesa dos Direitos Humanos e de Apoio Comunitário, admitiu que a polícia "é muito mal remunerada, mal treinada e insatisfeita" e disse que sua instituição "vê com preocupação esse quadro de tensionamento interno" por que passa a corporação. Ele se dispôs a acompanhar a situação dos policiais, contribuindo para o debate.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), Denilson Aparecido Martins, lamentou que a categoria dos policiais e agentes de segurança tenha sido excluída da lei sobre assédio moral, recentemente aprovada.

Requerimentos - Na reunião desta segunda-feira, a Comissão de Direitos Humanos aprovou três requerimentos. Um deles, assinado pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), propõe a realização de audiência pública da Comissão, para solicitar esclarecimentos sobre transferência de policiais sem o devido processo legal. Segundo o deputado, o 3o sargento PM Agnaldo Pereira da Silva teria sido transferido de Matozinhos (região Central) para Poços de Caldas (Sul) e o cabo PM Alexandre Dias Félix, de Matozinhos para Unaí (Noroeste). As transferências teriam ocorrido de forma arbitrária e sem justificativa, o que motivou o pedido de audiência pública. A essas denúncias, o deputado Durval Ângelo juntou uma terceira, envolvendo o major Antônio José Zinato, transferido de Belo Horizonte para Uberaba (Triângulo).

O segundo requerimento, de autoria de Durval Ângelo, propõe a realização de audiência pública conjunta com a comissão de Segurança Pública, visando a realização de uma campanha de entrega voluntária de armas e munições. A campanha conta com o apoio da Associação dos Praças, Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra) e do Sindicato dos Servidores da Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindpol).

Um terceiro requerimento, também assinado pelo presidente da Comissão, propõe acionar o Ministério Público em Sete Lagoas para investigar denúncia de bloqueio indevido da Estrada Real, no trecho entre os municípios de Funilândia e Lagoa Trindade, na região do Médio Rio das Velhas, por fazendeiros da região.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Paulo Lamac (PT), vice-presidente; e Sargento Rodrigues (PDT).

 

 

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