Famílias pretendem se reunir com governador para cobrar indenização

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento que solicita uma audiên...

04/04/2011 - 00:04
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Famílias pretendem se reunir com governador para cobrar indenização

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento que solicita uma audiência com o governador do Estado, Antonio Anastasia, para pedir o pagamento da indenização de famílias desapropriadas para a construção da Cidade Industrial, em Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte). O caso voltou a ser discutido pelos parlamentares na manhã desta segunda-feira (4/4/11), no Auditório da Assembleia, que recebeu dezenas de familiares dos herdeiros das famílias Hilário e Abreu, proprietárias das fazendas Ferrugem e Peroba, que esperam pela indenização há 70 anos. Eles se manifestaram com faixas que questionam a agilidade do Poder Judiciário e a atuação do governo no caso.

De acordo com o advogado de parte das famílias, Evandro Brandão, o Supremo Tribunal Federal (STF) já determinou que o governo de Minas pague os desapropriados, mas o Estado alega que há dificuldades para identificar quem seriam os herdeiros dos terrenos, declarados como de utilidade pública pelo Decreto-Lei 770, de 1941. Brandão afirmou que as árvores genealógicas já foram elaboradas e cerca de 1.300 herdeiros, identificados. "Se a justiça fosse mais rígida, teria aplicado multa ao Estado porque ele não cumpre a decisão", criticou o advogado.

Emocionada, uma das integrantes da família proprietária da Fazenda Peroba, Carla Marques Barbosa, relatou o trabalho dos parentes para ter seus direitos garantidos e afirmou que "é muito triste alimentar o ser humano com uma falsa ilusão". Além disso, ela criticou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabeleceu metas para que os casos de 2010 fossem resolvidos, mas não realiza esforços para solucionar pendências antigas.

Familiares pretendem ir à Brasília pedir apoio

O deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão e autor do requerimento para a realização da audiência, mencionou que apresentou o Projeto de Lei (PL) 749/11, que autoriza o Estado a pagar a indenização, para pressionar o governo a cumprir a decisão do STF. O PL foi distribuído às comissões de Constituição e Justiça (CCJ); Direitos Humanos; e Fiscalização Financeira e Orçamentária. A proposição ainda não está na pauta da CCJ, a primeira comissão a analisar os projetos. "Talvez tenhamos que formar uma comissão para conversar com os deputados da CCJ, para que o projeto seja colocado na pauta e aprovado", sugeriu o parlamentar.

A deputada Liza Prado (PSB) manifestou apoio às famílias e destacou a importância de o assunto ter voltado à pauta do Legislativo mineiro. O deputado Sargento Rodrigues (PDT) salientou que o poder público não pode dar "mau exemplo" e demorar a julgar os processos.

A integrante da família Abreu, Geovania Abreu, reconheceu o empenho do Legislativo, mas lembrou que "há 70 anos existem leis e ordens que o Estado não cumpre". Para ela, não adiantaria mais esperar por um posicionamento por parte do governo de Minas, mas pedir apoio aos deputados federais e senadores em Brasília para que o caso ganhe mais visibilidade e tenha uma solução. Durval Ângelo se comprometeu a fazer parte da comitiva que deve ir à Capital Federal e solicitar a presença dos congressistas de Minas Gerais no encontro.

O advogado-geral adjunto e procurador do Estado, Alberto Guimarães Andrade, foi convidado para participar da audiência, mas não compareceu e nem enviou representante.

Providências - Além da audiência com o governador, a comissão aprovou quatro requerimentos sobre o caso. Um solicita que o CNJ declare o governo do Estado litigante de má-fé no processo movido pelas famílias e determine que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cumpra a decisão do STF, que estabelece o pagamento da indenização. Outro requerimento pede a realização de um debate público com juristas e estudantes de Direito para analisar o caso.

Os deputados aprovaram o envio de notas taquigráficas da reunião para o governador, o CNJ, o juiz da 5ª Vara, as 2ª e 7ª Câmaras Cíveis do TJMG, as corregedorias do STF, do TJMG e do CNJ e o advogado Evandro Brandão.

Comissão aprova duas audiências públicas

A comissão também aprovou dois requerimentos do deputado Durval Ângelo, que solicita duas audiências públicas. Uma será realizada em 18 de abril, às 14 horas, na Assembleia Legislativa, para tratar de possível violação de direitos de artistas mineiros que participaram da montagem do espetáculo "Cordel épico nordestino". De acordo com o requerimento, a peça foi produzida pela empresa Taboca Produções e Eventos, com recursos da Lei Federal de incentivo à cultura.

A outra audiência pública é para ouvir o policial militar Ronilson Eustáquio Marteleto, que alega ter sofrido constrangimento ilegal, tortura psicológica, ameaça e omissão de socorro, que teriam sido praticados por seus superiores. A data da reunião ainda não foi definida.

Também foi aprovado requerimento do deputado Paulo Lamac (PT), que pede que seja encaminhado apelo à TV Assembleia para que promova debates sobre exploração sexual de crianças e adolescentes, pornografia infantil e pedofilia.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Sargento Rodrigues (PDT); e deputada Liza Prado (PSB). Além dos convidados citados na notícia, participou Carla Abreu.

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715