Indicação de diretora da Faop recebe parecer favorável
A indicação de Ana Maria Pacheco para presidir a
Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) recebeu, nesta quarta-feira
(30/3/11), parecer favorável da Comissão Especial criada na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O parecer da relatora da
comissão, deputada Luzia Ferreira (PPS), foi pela aprovação da
indicada para continuar à frente da Faop, entidade que ela preside
desde 2005. Agora a indicação segue para votação em Plenário.
Ana Maria Pacheco explicou aos deputados as
principais atividades e projetos desenvolvidos pela Faop. "Nosso
negócio é arte, patrimônio e cultura. Trabalhamos com assuntos que
vão desde a arte contemporânea até o resgate da memória de ofícios
tradicionais", exemplificou. Segundo a diretora, a Faop procura
beneficiar a população mais carente de Ouro Preto, por meio de
atividades como cursos para jovens em situação de risco e
capacitação de mão de obra local.
A entidade atua basicamente em três frentes: arte,
restauro e ofícios. A Escola de Arte, fundada há 40 anos, oferece
cursos de história da arte, artes plásticas e música para crianças,
adolescentes e adultos. Já o Núcleo de Restauração e Conservação,
criado nos anos 1970, mantém o único curso técnico de recuperação de
documentos em papel, pinturas em cavalete e esculturas policromadas
da América Latina. Por meio do Núcleo de Ofícios, montado em 2006,
são oferecidas oficinas de capacitação para profissionais da
construção civil que trabalham em obras de reforma de edifícios de
valor histórico.
Entre as atividades de extensão desenvolvidas pela
Faop, está o projeto de recuperação do casario da ladeira de Santa
Efigênia, em Ouro Preto. O projeto, desenvolvido com o patrocínio
das Tintas Coral, possibilitou a revitalização das fachadas dos
casarões históricos, utilizando como mão de obra jovens formados
pelo Núcleo de Ofícios. A entidade também firma parcerias com
prefeituras para o fornecimento de profissionais especializados para
a recuperação de bens de valor histórico. É caso da igreja Nossa
Senhora do Rosário, em Betim, que está sendo restaurada por técnicos
da Faop.
Trabalho é desenvolvido com poucos recursos
Todas essas atividades são desenvolvidas pela Faop
com poucos recursos, conforme explicou Ana Maria Pacheco ao
responder questionamento da deputada Luzia Ferreira. Segundo a
diretora, o orçamento anual da instituição é de apenas R$ 400 mil, e
o restante dos recursos para o seu funcionamento tem que ser captado
junto à iniciativa privada por meio das leis de incentivo à cultura.
Outro problema, de acordo com a diretora, é o
número reduzido de profissionais que compõem o quadro funcional da
Faop. "A gente canta, descasca cana e assobia ao mesmo tempo. Quem
trabalha com cultura é apaixonado", brincou Ana Maria Pacheco. De
acordo com ela, essa situação começa a ser enfrentada, com a criação
de nove cargos para a instituição, por meio de lei delegada editada
em janeiro pelo governador Antonio Anastasia.
Deputados elogiam atuação da diretora
Os deputados Luiz Henrique (PSDB) e Elismar Prado
(PT) manifestaram interesse na possibilidade de se firmar parcerias
com prefeituras para a restauração de imóveis de valor histórico e
cultural. O presidente da comissão, deputado Tenente Lúcio (PDT),
elogiou a atuação de Ana Maria Pacheco à frente da Faop nos últimos
seis anos. O parecer da deputada Luzia Ferreira foi pela aprovação
de seu nome, tendo em vista que ela demonstrou ter os conhecimentos
necessários para o desempenho das tarefas do cargo.
Currículo - Em sua gestão
à frente da Faop, Ana Maria Pacheco liderou a restauração e
ampliação dos espaços físicos da instituição e o aumento do número
de cursos e de vagas oferecidos. Com formação em Engenharia Civil e
Matemática, atuou 26 anos como professora e engenheira, tanto nas
áreas técnica e executiva quanto em gerência administrativa. Há 18
anos, começou a atuar na produção de eventos musicais e teatrais,
além de promover oficinas, colóquios e seminários nas áreas de
patrimônio e artes.
Presenças - Deputados
Tenente Lúcio (PDT), presidente; Elismar Prado (PT) e Luiz Henrique
(PSDB); e deputada Luzia Ferreira (PPS), relatora.
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