Indicação para a Fhemig é aprovada por Comissão Especial

"Saio daqui, depois de ouvir os deputados desta Comissão, com uma responsabilidade muito maior do que quando entrei",...

30/03/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Indicação para a Fhemig é aprovada por Comissão Especial

"Saio daqui, depois de ouvir os deputados desta Comissão, com uma responsabilidade muito maior do que quando entrei", declarou o médico Antônio Carlos Barros Martins, indicado pelo governador Antonio Anastasia para o cargo de presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A declaração foi feita na tarde desta quarta-feira (30/3/11), no encerramento da reunião da Comissão Especial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais criada para analisar a indicação. Na ocasião, após arguir o médico, a Comissão aprovou o parecer do relator, deputado Carlos Mosconi (PSDB), favorável à nomeação.

O relator exaltou as qualidades do médico Antônio Carlos Barros Martins, que já ocupava o cargo de presidente da instituição desde o governo anterior, tendo sido mantido pelo governador Anastasia. "Não conheço ninguém mais capacitado, mais identificado com a Fhemig do que o doutor Antônio Carlos, que desde a sua formação viveu intensamente a Fhemig. Foi um ato extremamente feliz do governador mantê-lo nessa posição", disse o parlamentar, frisando a importância da Fhemig para o Estado de Minas Gerais, "uma instituição de ponta, de vanguarda, que presta inestimável serviço à população".

Fhemig em números - Antes de ser sabatinado pelos parlamentares da Comissão Especial, Antônio Carlos Martins fez um histórico do trabalho desenvolvido por ele e sua equipe à frente da Fhemig, instituição à qual está ligado desde a década de 1970, quando ingressou no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, referência em politraumatismos, grandes queimaduras e outras situações clínicas e cirúrgicas de risco. O hospital é uma das 22 unidades ligadas à fundação, das quais 21 são assistenciais e uma de transplante. Treze são localizadas na capital.

Segundo o médico, a rede Fhemig atende 800 mil pessoas por ano, 500 mil só no Hospital João XXIII. A rede dispõe de 43 programas de residência médica instalados em todas as suas unidades, cerca de 340 residentes e mais de 20 escolas de medicina credenciadas. Em 2010, 38 mil cirurgias foram realizadas na rede Fhemig, que contabilizou também 64 mil internações. A equipe conta, hoje, com 13 mil profissionais.

Salários e condições de trabalho ainda são desafios

Antônio Carlos Martins admitiu que, apesar dos avanços registrados nos últimos anos, a rede Fhemig tem pela frente ainda muitos desafios a vencer, entre eles, problemas relacionados a recursos humanos, condições de trabalho e questões salariais. O deputado Bruno Siqueira (PMDB) arguiu a respeito do grande número de contratados nos hospitais da rede, como o João Penido, em Juiz de Fora (Zona da Mata), indagando se isso não criaria uma certa insegurança no sistema. O presidente da Fhemig reconheceu que uma das dificuldades resulta exatamente da necessidade de substituição dos antigos profissionais contratados pelos concursados, em atendimento às exigências da Constituição. Lembrou que alguns dos antigos profissionais prestam serviços à instituição há 15 e até 18 anos e acumularam conhecimento que deverá, inclusive, ser repassado aos novos, para que não haja descontinuidade ou prejuízo dos tratamentos em curso. Dos 13 mil funcionários, 2.600 são contratados e começam a ser substituídos ainda esta semana, quando serão chamados, segundo o presidente nomeado, cerca de 600 novos concursados. Até outubro, acredita, todos os contratados serão substituídos por concursados.

Ao ser arguído pelo deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) sobre como ficará a situação desses profissionais que serão dispensados, garantiu que todos os direitos trabalhistas serão assegurados, acrescentando que tem mantido reuniões com Secretarias de Estado e com entidades classistas visando buscar uma saída favorável.

O presidente da Fhemig também admitiu dificuldades de atrair e fixar médicos para cidades do interior. Apontou, como exemplo, o município de Patos de Minas (Alto Paranaíba), carente de profissionais de saúde. Em resposta ao deputado Carlos Mosconi, que arguiu sobre a crise da falta de médicos em determinados setores, como pediatria, psiquiatria, neurologia, neurocirurgia e clínica médica, reconheceu que o Estado tem, hoje, aproximadamente cem municípios sem nenhum médico.

O deputado Neider Moreira, vice-presidente da Comissão, quis saber se os problemas de evasão médica não estariam relacionados a questões salariais. Ele respondeu que em alguns casos isso pode ocorrer, quando o profissional recebe uma oferta melhor, por exemplo. Mas acrescentou que há outras variantes. A realização dos concursos, por exemplo, muitas vezes precipita a saída de antigos profissionais, que sabem que serão dispensados futuramente. Além disso, por questões técnicas, explicou, muitos médicos preferem ganhar menos na capital do que transferir-se para o interior. Ele afirmou que a instituição está atenta ao problema e estudando uma saída junto com outros órgãos do Estado ligados à área de saúde.

Transplante - Antônio Carlos também deu informações sobre transplantes, afirmando que o Estado, atualmente, registra 2.100 captações de órgãos/ano, das quais 1.300 correspondem a transplantes de córnea. A intenção é ampliar esses números, o que, acredita, deverá melhorar a partir do ano que vem com a readequação do Hospital Júlia Kubitschek e a construção do Hospital Metropolitano do Barreiro.

Antes de encerrar a reunião, o presidente da Comissão, deputado Hely Tarqüínio (PV), falou de sua satisfação com a presença do presidente da Fhemig na Assembleia. Tendo se aposentado pela Fhemig, declarou-se por isso testemunha do trabalho dedicado de Antônio Carlos Martins à frente da instituição. "O doutor Antônio Carlos é modelo, paradigma de um servidor público dedicado, que nasceu naquela instituição e gastou todas as suas energias de forma ética, buscando o melhor para a saúde no que tange à parte assistencial. Quero expressar o meu testemunho, a minha certeza de que a sua continuação na Fhemig é uma segurança para todos nós", concluiu.

Presenças - Deputados Hely Tarqüínio (PV), presidente, Neider Moreira (PPS), vice-presidente, Carlos Mosconi (PSDB), relator, Adelmo Carneiro Leão (PT) e Bruno Siqueira (PMDB).

 

 

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