Moradores reivindicam correção de trevo em Pará de Minas

Falta de segurança, isolamento de bairros e más condições do transporte intermunicipal em Pará de Minas (Região Centr...

29/03/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Moradores reivindicam correção de trevo em Pará de Minas

Falta de segurança, isolamento de bairros e más condições do transporte intermunicipal em Pará de Minas (Região Central) foram os principais pontos levantados por moradores e autoridades em audiência pública realizada no município pela Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião ocorreu na manhã desta terça-feira (29/3/11), na Câmara Municipal de Pará de Minas, para discutir as condições do novo trevo de acesso à cidade e do terminal rodoviário. O encontro foi antecedido por visita aos locais. A audiência e a visita foram solicitadas pelo deputado Antônio Júlio (PMDB).

Durante a visita da comissão ao trevo, uma das obras de melhoria da BR-262, deputados, moradores e autoridades presenciaram a travessia arriscada de pedestres ao desembarcarem de ônibus intermunicipais, uma vez que não há retorno para que os coletivos entrem na rodoviária. Além disso, os moradores reclamaram que a saída do trevo é mal sinalizada e que os coletivos circulam em péssimas condições de higiene. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Serra Verde, Torquato Izidio Monteiro, reivindicou a construção de uma saída para carros e veículos pesados, que facilite o acesso entre o bairro e o Centro da cidade.

De acordo com o vice-presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Pará de Minas, Ildes Antônio Soares Pacheco, a população não teve conhecimento prévio dos detalhes do projeto de construção do trevo. Devido aos problemas enfrentados no trecho, a associação elaborou um laudo técnico que indicaria erro na construção da obra. O documento, assinado pelo prefeito e pelo presidente da Câmara Municipal, entre outros, foi entregue ao ministro de Transportes, Alfredo Nascimento, para tomada de providências. Entretanto, a entidade ainda não teve resposta em relação ao laudo.

Sugestões - O chefe de policiamento da Delegacia Metropolitana da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Cendon, reforçou os problemas apontados pela comunidade e afirmou que o trevo tem capacidade de tráfego reduzida em relação à rodovia. Além disso, o embarque e desembarque de passageiros na via é passível de multa. O inspetor pontuou que nenhum acidente grave foi registrado ainda, mas ressaltou que podem acontecer batidas e atropelamentos. Ele sugeriu que a obra seja modificada para melhorar a circulação. "Rotatórias poderiam minimizar o problema, mas seriam um paliativo. O ideal seria um trevo de porte condizente com o tamanho da cidade".

Dnit alega que não há obra "100% perfeita"

Representantes dos Departamentos Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) salientaram que a obra na BR-262 ainda não foi concluída e que todas as etapas da execução seguem o projeto original. O engenheiro Erasmo Lemos de Azevedo, representante do Dnit, rebateu as críticas em relação à apresentação do projeto à comunidade. "Pará de Minas teve oportunidade de conhecer a proposta em três audiências públicas", afirmou. Ele destacou que o Dnit abriu processo para tratar das reivindicações dos moradores e que o parecer sobre o assunto será anexado ao projeto original, com o objetivo de aprimorar o trabalho. "Não temos um projeto 100% perfeito", defendeu.

Em relação ao terminal rodoviário do município, o responsável pela 3ª coordenadoria do DER/MG, Alípio Augusto Caram Guedes, esclareceu que a instituição havia autorizado o funcionamento de outras empresas de ônibus no local, mas o conselho da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) teria votado contra. Guedes não soube explicar os motivos da não-autorização e também não se pronunciou sobre a falta de retorno para que os ônibus entrem na rodoviária.

O deputado Antônio Júlio mostrou-se indignado com o que chamou de "descaso" do Dnit com o cidadão. "O Dnit, nem na pressão, costuma funcionar. O cidadão fica para depois. É muita incompetência", qualificou. Ele comparou o caso do trevo em Pará de Minas com o do Anel Rodoviário, em Belo Horizonte, ao mencionar que uma providência só será tomada depois que acontecer um acidente grave.

O presidente da comissão do Transporte, deputado Adalclever Lopes (PMDB), os deputados Célio Moreira (PSDB), Inácio Franco (PV) e Carlos Henrique (PRB) e o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB/MG) reforçaram as críticas às condições do trevo e pediram mais atenção às reivindicações dos moradores. O deputado Adalclever Lopes afirmou que os integrantes da comissão vão se reunir nesta quarta-feira (30/3) com o ministro dos Transportes, em Brasília, e prometeu discutir o assunto com ele.

A comissão aprovou três requerimentos relacionados à audiência. Dois pedem providências por parte do Dnit em relação à conclusão do parecer sobre as propostas de intervenção no trevo e à construção de uma passarela nas proximidades do bairro Serra Verde. O outro requerimento solicita uma visita da comissão ao presidente do Conselho Estadual de Transportes para discutir decisão sobre a concessão para empresas de ônibus no terminal rodoviário de Pará de Minas.

Anel Rodoviário - A comissão aprovou, ainda, outros quatro requerimentos. Dois são do deputado Gustavo Valadares (DEM), que pede que a Procuradoria da República de Minas Gerais intervenha na agilização do processo de contratação de obras de reforma do Anel Rodoviário, feito pelo Dnit. O parlamentar quer, ainda, que o diretor-geral do órgão, Luiz Antônio Pagot, seja convidado pela comissão para esclarecer a situação do Anel e as intervenções a serem feitas na via.

O deputado Luiz Henrique (PSDB) pede audiência pública para discutir e acompanhar as ações do transporte ferroviário no Estado. Já o deputado Carlos Henrique quer promover visita conjunta das comissões de Transporte e de Defesa do Consumidor e do Contribuinte aos trechos onde estão instalados radares em Belo Horizonte, com o objetivo de verificar a adequação dos equipamentos às necessidades dos locais e à legislação.

Presenças - Deputados Adalclever Lopes (PMDB), presidente; Célio Moreira (PSDB); Inácio Franco (PV); Carlos Henrique (PRB); Antônio Júlio (PMDB); e Vanderlei Miranda (PMDB). Além dos convidados citados na matéria, também participaram o prefeito de Pará de Minas, José Porfírio de Oliveira Filho e o vice, Eugênio Mansur; o presidente da Câmara Municipal, Vilson Antônio dos Santos; o promotor de Justiça da Comarca da cidade, Charles Daniel França Salomão; e o diretor da Egesa Engenharia S/A, Adalberto Otávio Campos.

 

 

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