Transferência de fábrica da Petrobras para Bahia recebe
críticas
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), afirmou nesta quarta-feira
(23/3/11), após encontro com o presidente da Petrobras, Sérgio
Gabrielli, na Cidade Administrativa, que lamenta a decisão da
empresa de não garantir a instalação em Minas Gerais de uma fábrica
de ácido acrílico. "Minas foi relegada ao segundo plano. Minha
tristeza é dupla, por Minas e por Ibirité, minha cidade, onde seria
instalada a fábrica", afirmou.
Dinis Pinheiro relembrou que há cinco anos a
Petrobras assinou um protocolo de intenções, no Palácio da
Liberdade, durante o Governo Aécio Neves, para que fossem realizados
investimentos em Minas Gerais, sendo que a construção da fábrica em
Ibirité estava orçada em R$ 600 milhões. "É lamentável que a empresa
tenha anunciado os investimentos para Minas e agora resolva
transferir a fábrica para a Bahia", disse, ressaltando ainda que
tratou com Gabrielli do descaso da empresa com a Lagoa da Petrobrás,
que se encontra totalmente poluída.
Em 12 de abril de 2005, durante reunião da Comissão
do Trabalho, da Previdência e Ação Social da Assembleia,
representantes da Petrobras afirmaram a nove deputados que a empresa
pretendia investir R$ 2,7 bilhões em Minas até 2011. Um terço desse
dinheiro iria para a construção de uma planta petroquímica em
Ibirité, que os técnicos preferiram chamar de complexo acrílico. O
restante seria gasto na modernização da Refinaria Gabriel Passos, em
Betim, com novas instalações para produção de óleo diesel e gastos
expressivos para melhorar a qualidade dos combustíveis. As obras
seriam iniciadas em 2006 e o começo das operações estava previsto
para 2010.
Participaram da reunião em 2005 Silvestre de
Vasconcelos Calmon, gerente-geral da Petrobras, e os técnicos
Ricardo Cestari e Dora Oliveira, que expuseram o projeto para os
derivados do ácido acrílico, que seriam principalmente as resinas
para tintas e adesivos e os polímeros super-absorventes para fraldas
descartáveis. À época, o deputado Rogério Correia (PT), cujo
requerimento motivou a reunião, comemorou a iniciativa como "o maior
empreendimento recente em Minas", e previu que marcaria o início de
um novo tempo para a população de Ibirité.
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