Prefeitos querem alternativa à nova redistribuição do ICMS Solidário

Prefeitos da Associação Mineira de Municípios (AMM) se reuniram na manhã desta terça-feira (22/3/11) com o presidente...

22/03/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Prefeitos querem alternativa à nova redistribuição do ICMS Solidário

Prefeitos da Associação Mineira de Municípios (AMM) se reuniram na manhã desta terça-feira (22/3/11) com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e pediram o apoio da Casa para rever e discutir a Lei 18.030, aprovada em 2009, que trata do ICMS Solidário. O parlamentar se comprometeu a indicar um servidor para fazer parte de uma equipe técnica, composta também por representantes dos municípios e do governo estadual, cujo objetivo seria estudar os novos critérios de redistribuição da receita do ICMS entre os municípios, e propor alternativas para as cidades prejudicadas pela lei. O encontro aconteceu no Salão Nobre da Assembleia.

O prefeito de Timóteo, Sérgio Mendes, que solicitou a reunião, afirmou que cerca de 30 municípios mineiros estão com seus orçamentos inviabilizados, devido ao somatório das perdas causadas pelo ICMS Solidário e pela queda do Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata a movimentação econômica do município. Segundo o prefeito, com a crise econômica de 2008/2009, diversos municípios do Estado, em especial os mais industrializados, sofreram perdas representativas em seus agregados fiscais, afetando ainda mais os seus orçamentos. Sérgio Mendes afirmou que Timóteo teve uma perda anual de R$ 22,5 milhões em seu orçamento, sendo, deste total, R$ 4, 5 milhões devido ao ICMS Solidário.

Sérgio Mendes afirmou ainda que os prefeitos dos municípios mais atingidos não têm a intenção de prejudicar aqueles que foram beneficiados pelo ICMS Solidário, mas acredita ser necessária uma atenção especial à situação das cidades que tiveram perdas com a redistribuição da arrecadação. Ele afirma que a AMM já se reuniu com o governador Antonio Anastasia para pedir uma recomposição do orçamento dos municípios. "Esta seria uma solução pontual para o problema. Esperamos que a Assembleia abra uma porta de comunicação, para que possamos assegurar o futuro dos municípios mineiros", comenta.

O deputado Dinis Pinheiro disse que a Assembleia está aberta e solidária à causa dos prefeitos, embora acredite que a discussão deva envolver também o governo federal, não se restringindo ao âmbito estadual. O deputado afirmou ainda que considera positivo o avanço do ICMS Solidário, que atualmente beneficia 15 milhões de mineiros.

Políticas públicas são afetadas por falta de recursos

De acordo com a prefeita de Betim, Maria do Carmo Lara, a formação de um grupo técnico para estudar a Lei 18.030, de 2009, e suas consequências seria fundamental para que se pudesse chegar a uma proposta que atendesse a todos os municípios. "Não vamos resolver a situação dos municípios mais pobres tirando recursos de outros municípios", afirma.

O prefeito de São Gonçalo do Pará e presidente eleito da AMM, Ângelo Roncalli, admite que a lei que determina a nova distribuição do ICMS foi amplamente discutida no Estado e trouxe benefícios para mais de 700 municípios de Minas. No entanto, ele pondera que, na prática, alguns municípios tiveram perdas consideráveis, bloqueando a possibilidade de investimento em políticas públicas. Esse seria o caso da cidade de Belo Oriente. Segundo o prefeito, Humberto Lopes, o município teve que paralisar as obras em uma escola e corre o risco de fechar um hospital, devido à falta de recursos.

O superintendente da AMM, Waldir Salvador, avalia que a única solução é repensar a lei, adotando novos critérios de distribuição do ICMS, de maneira a não penalizar alguns municípios.

O prefeito de Conselheiro Lafaiete e atual presidente da AMM, José Milton, apresentou como contraponto a situação do seu município, um dos beneficiados com o ICMS Solidário. De acordo com o prefeito, exatamente por ter sido contemplada pela nova distribuição da arrecadação, a cidade sofre com um aumento significativo da demanda de certos serviços, como por exemplo na área da saúde.

O deputado Bonifácio Mourão (PSDB), que também participou do encontro, disse que a lei faz justiça a mais de 700 municípios do Estado, além de ter um grande alcance social. Ele considerou, entretanto, que as consequências trazidas pelo ICMS Solidário aos municípios devem ser examinadas e defendeu que a situação deva ser enfrentada não apenas pelo Estado de Minas Gerais, mas também pelo governo federal.

Entenda o ICMS Solidário - De acordo com a Constituição Federal, de todo o ICMS arrecadado no Estado, 25% destinam-se aos municípios. Desse montante, pelo menos 75% devem ser distribuídos de acordo com o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata o movimento econômico, e até 25% conforme determinar a lei estadual. Originada do Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), a Lei 18.030, de 2009, aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, é o resultado de anos de debates entre deputados, especialistas, gestores públicos e sociedade organizada.

Os critérios de distribuição do ICMS Solidário são agrupados da seguinte forma: VAF (75%), área geográfica (1%), população (2,70%), população dos 50 municípios mais populosos (2%), educação (2%), produção de alimentos (1%), patrimônio cultural (1%), meio ambiente (1,10%), gasto com saúde (2%), receita própria (1,90%), cota mínima (5,50%), municípios mineradores (0,01%), recursos hídricos (0,25%), municípios-sede de estabelecimentos penitenciários (0,10%), esportes (0,10%), turismo (0,10%), mínimo per capita (0,10%) e ICMS Solidário (4,14%).

 

 

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