Comissão destaca pioneirismo de BH na substituição de sacola plástica

Dúvidas sobre a fiscalização e a cobrança pelas sacolas plásticas no comércio de Belo Horizonte foram o ponto central...

22/03/2011 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão destaca pioneirismo de BH na substituição de sacola plástica

Dúvidas sobre a fiscalização e a cobrança pelas sacolas plásticas no comércio de Belo Horizonte foram o ponto central da audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta terça-feira (22/3/11). A reunião foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV), para discutir a Lei Municipal 9.529, de 2008, que dispõe sobre a substituição de sacos e sacolas de plástico por outros, de materiais ecológicos. O Decreto 13.446, de 2008, que regulamenta a lei municipal, passará a valer a partir de 18 de abril deste ano.

De acordo com a coordenadora interina do Procon municipal, Maria Laura Santos, a lei não proíbe a cobrança pelo fornecimento de sacolas plásticas. Ela destacou que o consumidor tem várias opções para substituir materiais de plástico, como sacolas de tecido, cestas e caixas de papelão. Segundo Maria Laura, a fiscalização em relação à troca de sacolas por embalagens ecológicas, por parte dos estabelecimentos comerciais, será feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e pelo Procon de Belo Horizonte.

O assessor da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Benerval Alves Laranjeira Filho, afirmou que o objetivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) é "abolir a distribuição de sacolas plásticas". Ele criticou a defesa de sacolas oxibiodegradáveis, que são apontadas como adequadas para a preservação ambiental. Segundo Benerval, a sacola oxibiodegradável é feita de petróleo, a mesma matéria-prima das sacolas de plástico. A diferença seria a adição de um produto que acelera a desintegração do material. "Há estudos que mostram que ele pode ser pior, pois facilitaria a ingestão das partes por animais marinhos", exemplificou.

A presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais, Lúcia Pacífico, reforçou a adesão às campanhas de conscientização para uso de sacolas retornáveis e lembrou que, há trinta anos, os consumidores usavam cestas de palha, sacolas de retalhos e carrinhos para transportar suas compras. "A reeducação de hábitos hoje comprova a preocupação com o planeta Terra e a segurança das pessoas", comentou. Dezenas de representantes do Movimento acompanharam a audiência.

Cobrança - Entidades que lidam com o varejo já preparam campanhas para evitar o uso de sacolas plásticas. É o caso da Associação Mineira de Supermercados (Amis). De acordo com o superintendente da instituição, Adilson Rodrigues, em abril será feita divulgação para incentivar o uso de sacolas retornáveis, que serão vendidas pelos supermercados a R$ 1,98.

O representante da Federação do Comércio de Minas Gerais, Conrado di Mambro, afirmou que a cobrança pelas sacolas desestimula o consumidor, mas cada sindicato filiado à instituição foi orientado a discutir as melhores formas para atender às exigências da lei.

Deputados sugerem ampliação da lei e incentivos fiscais

O deputado Délio Malheiros considera a lei municipal "salutar para a preservação do meio ambiente", mas lembrou que deve haver uma discussão sobre a extensão da lei para todo o Estado. O presidente da comissão e o deputado Antônio Júlio (PMDB) mencionaram um projeto de lei do parlamentar Leonardo Moreira (PSDB), de 2007, que estabelece normas para o fornecimento de sacola plástica por estabelecimento comercial, arquivado ao final da legislatura passada. Antônio Júlio sugeriu que a proposição seja desarquivada ou apresentada nova matéria sobre o assunto.

O deputado Carlos Henrique (PRB) propôs redução de ICMS para empresas que produzem sacolas biodegradáveis, para que não houvesse repasse de custos aos consumidores. O representante da Secretaria de Estado de Fazenda, Itamar Peixoto de Melo, ponderou que a lei ainda é municipal e que o governo do Estado vai acompanhar seus desdobramentos para avaliar se é possível conceder incentivos a indústrias do ramo, caso a norma seja adotada em Minas.

Audiência - A comissão aprovou dois requerimentos de autoria do deputado Délio Malheiros. Um deles solicita realização de audiência pública para discutir suposta ilegalidade por parte da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em relação à comercialização de normas elaboradas pela instituição, como a NBR 15514, de 2007, que estabelece requisitos mínimos para armazenamento de recipientes que transportam gás liquefeito de petróleo.

O outro requerimento pede que o presidente e o 1º-Secretário da ALMG adotem medidas para disponibilizar um ônibus e um automóvel ao Procon Assembleia. A intenção é implementar o projeto "Procon Itinerante", além de criar novos postos de atendimento nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) das regiões Barreiro e Venda Nova, em Belo Horizonte, e no aeroporto de Confins, na Região Metropolitana da Capital.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Antônio Júlio (PMDB); Carlos Henrique (PRB); Duilio de Castro (PMN); e Sávio Souza Cruz (PMDB); e deputadas Liza Prado (PSB), vice-presidente; e Luzia Ferreira (PPS). Além dos convidados citados na matéria, participaram o coordenador do Procon ALMG, Marcelo Barbosa, e a servidora Margareth Cintra, do Programa de Educação para o Consumo; os presidentes do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, Francisco de Assis Esmeraldo; e da Associação Mineira da Indústria de Panificação, Antônio de Pádua Moreira; e os integrantes da Associação Comercial de Minas, Gilberto Mourão Moreira;; e da Câmara de Dirigentes Lojistas, Edilson José da Cruz.

 

 

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