Especialistas recomendam integração de serviços entre municípios

Os principais desafios de Belo Horizonte na área de gestão urbana são assumir um papel central no Brasil no setor de ...

22/02/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Especialistas recomendam integração de serviços entre municípios

Os principais desafios de Belo Horizonte na área de gestão urbana são assumir um papel central no Brasil no setor de serviços e promover a integração intermunicipal e interestadual de seu transporte público. A avaliação foi feita nesta terça-feira (22/2/11), por palestrantes do Fórum Democrático para o Desenvolvimento de Minas Gerais, que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais realiza até quinta-feira (24).

A análise foi feita por dois dos palestrantes do painel sobre "Governança Regional e Urbana", o reitor da UFMG, Clélio Campolina, e o presidente do Instituto de Mobilidade Sustentável Rua Viva, João Luz da Silva Dias. Ambos focaram sua atenção nos desafios que Belo Horizonte e sua região metropolitana enfrentarão nos próximos anos, sobretudo na área de gestão urbana e transporte público.

Clélio Campolina falou sobre a urbanização no Estado e no País e sobre a territorialidade e seus conflitos. Segundo ele, a urbanização rápida mudou o caráter dos problemas. "Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, temos 5 milhões de habitantes, e a governança urbana passa a ser um tema importante, porque vários elementos são comuns a mais de um município e não podem ser tratados de forma isolada". Isso, segundo ele, passa pela solução de problemas como acessibilidade, infraestrutura e transportes, com um complicador: trabalhar com a autonomia dos municípios integrantes da região.

Para o reitor, o contexto mundial vai mudar o perfil das cidades brasileiras. "A mudança dos cenários econômico e geopolítico vai alterar a colocação do Brasil no mundo e, da mesma forma, a do Estado e de sua capital", afirmou. "Assim, Belo Horizonte poderá ser pensada como um dos principais vértices dessa reorganização de influências regionais, em função do contexto mundial, assumindo o papel de provedora de serviços", continuou.

Não opinião de Clélio Campolina, o desafio da gestão urbana é a integração metropolitana. "Será preciso superar os problemas estruturais, como carência habitacional, mobilidade urbana, segurança, serviços sociais básicos, como saúde e educação e o desenvolvimento sustentável", disse. O reitor afirmou ainda que a ALMG, como representante legítima da sociedade, deve diagnosticar essas mudanças para montar sua agenda de trabalho.

Especialista critica transporte público

Especialista em transporte público, como ex-dirigente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da antiga empresa de transporte municipal Transmetro, João Luiz da Silva Dias credita ao modelo de financiamento do transporte público a falência do sistema. Para ele, não há eficiência, as tarifas são altas e os serviços têm qualidade ruim.

João Luiz Dias disse que o transporte urbano de passageiros na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) reflete a gravidade de todo o transporte público no País. Ele sugere que qualquer melhoria passe necessariamente pela integração entre as três esferas de poder: federal, estadual e municipal.

Professoras defendem políticas integradas

A professora da Faculdade de Arquitetura da UFMG, Jupira Gomes de Mendonça, e a coordenadora do Observatório de Políticas Urbanas da PUC Minas, Rita Velloso, também defenderam a implantação de políticas públicas integradas, com a criação de redes de municípios que comungam identidades econômicas, paisagísticas, culturais ou sociais.

As duas professoras também elogiaram o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH (PDDI), elaborado a pedido do Governo do Estado, por técnicos de instituições de ensino (UFMG, Uemg e PUC) e consultores externos de diferentes áreas para estabelecer políticas e programas para a região.

Jupira Mendonça lembrou que ainda existem grandes desigualdades entre municípios de uma mesma região e ações em conjunto poderiam minimizar os problemas, assegurando a inclusão social e econômica e a justiça social. Ela sugeriu que o Estado apoie financeiramente os municípios para a implantação de programas em microrregiões, que podem se basear no PDDI. Rita Velloso defendeu que o plano seja mais divulgado para permitir maior participação dos cidadãos na gestão dos programas.

Gestão Metropolitana - Antes das exposições, o representante da Secretaria de Estado de Gestão Metropolitana, Sandro Veríssimo Oliveira de Miranda, discorreu sobre a atuação do órgão e da Agência RMBH. O painel foi dirigido pelo deputado Almir Paraca (PT), que destacou a disparidade de desenvolvimento entre as diversas regiões do Estado.

O Fórum Democrático para o Desenvolvimento de Minas Gerais entra em sua segunda semana. O evento prossegue nesta quarta-feira (23), com os debates sobre Saúde e Assistência Social, e termina na quinta-feira (24), com os painéis sobre Direitos Humanos e Esporte e Juventude. O Fórum tem o objetivo de debater grandes temas, levantando os desafios a serem enfrentados pelo Estado e pelo Legislativo para o desenvolvimento de Minas Gerais. O documento resultante ajudará a Mesa da Assembleia a definir prioridades e ações para o próximo biênio.

 

 

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